“A formação executiva deve ensinar mais do que estratégias, ferramentas e relatos que operam na mesma lógica que causou o problema. Soluções que precifiquem natureza ou criem mercado para externalidades negativas dos negócios e modos de vida consumistas são insuficientes. É preciso uma formação crítica que coloque no centro as raízes da insustentabilidade, nutridas pela tônica da produção, consumo e acumulação. Sem isso, continuaremos no metaverso colorido do ESG, enquanto no mundo real, o planeta esquenta, a fome aumenta e a democracia corrói”. Esta é a conclusão de um artigo publicado no jornal Valor Econômico que trata do mercado de trabalho e da formação de profissionais para atuar com práticas ESG. Os autores são Fernanda Carreira, Luis Felipe Bismarchi e Gabriela Alem, especialistas em Sustentabilidade, que defendem a tese de que a qualificação de executivos precisa considerar questões como “decrescimento, decolonialidade e democracia” para que a agenda sustentável prospere e contribua na construção de um mundo melhor.
Algas no pasto
O gás metano liberado pelo rebanho bovino é uma das maiores fontes de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Para tentar reduzir o impacto causado pela criação intensiva de gado, a Rumin8, uma startup australiana, desenvolveu um suplemento alimentar à base de bromofórmio, substância encontrada em algas vermelhas. O produto age na fermentação entérica dos animais e reduz a quantidade de metano expelida pelo arroto do boi. Segundo a empresa, o aditivo reduz as emissões em mais de 95%.
Algas no pasto (II)
A ideia ganha força e tem boas perspectivas de sucesso. Tanto que atraiu investidores como o fundador da Microsoft, Bill Gates, que já aplicou US$ 12 milhões na iniciativa. O Brasil, um dos países com maior rebanho de gado do mundo, está participando das pesquisas. O produto australiano está sendo testado em parceria com a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Entre as dúvidas que precisam ser esclarecidas está o impacto ambiental do bromofórmio, produto que na forma de gás também agride a camada de ozônio. Segundo a Rumin8, na alimentação animal a substância praticamente desaparece durante a digestão.
Inverno quente
O inverno na Europa teve uma temperatura maior que a média e aliviou a demanda por fontes de energia para aquecimento. Até o final de 2022, a estação fria no Hemisfério Norte foi a segunda mais quente da série histórica iniciada em 1950. Não faltaram combustíveis para ligar aquecedores e o preço da eletricidade chegou a cair. De toda forma, a guerra da Rússia contra a Ucrânia faz os países do bloco buscarem novas alternativas de abastecimento, já que as consequências do conflito são incertas.
Inverno quente (II)
A catástrofe anunciada para o inverno europeu não se concretizou até o momento. Os governos do bloco se preparam com estoque suficientes de combustíveis – e a população colaborou. Mas para especialistas, a mudança climática, que provocou grandes secas no verão da União Europeia, foi a grande responsável por amenizar o gélido inverno do continente.
Inovação curitibana
A curitibana Smart Citizen é finalista do SXSW Pitch 2023, conferência de tecnologia que acontece em março em Austin (EUA). A empresa concorre à premiação na categoria Cidades Inteligentes, Transporte e Sustentabilidade com a Plataforma AMA – Agentes do Meio Ambiente. A solução usa a tecnologia de redes sociais e de games para criar influenciadores locais em microrregiões urbanas, conectando e remunerando vizinhos que colaborem e participem de ações ambientais. A plataforma já venceu o desafio Climate Smart Cities Challenge 2022 promovido pela ONU-Habitat.
Energia verde do Paraná
O Governo do Paraná promete apresentar até o final de fevereiro um programa de estímulo para ampliar a geração de energia limpa. A ideia é elaborar uma política pública que incentive a utilização do biogás e o biometano, oriundos de dejetos agropecuários, para a alavancar a produção de hidrogênio verde e, assim, tornar o Estado um player importante na oferta do chamado combustível do futuro.
Utilitários Reutilizáveis
A Stellantis, holding global que controla marcas como Fiat, Peugeot, Citroen, Chrysler, Opel, entre outras, iniciou uma parceria com o Senai para fazer a conversão de veículos utilitários com motor à combustão para o sistema elétrico. A ideia de descarbonização é atender o mercado de comerciais leves novos e usados. A iniciativa também envolve a Weg e FuelTech. As cobaias da experiência são os modelos Fiat Fiorino e Peugeot Partner Rapid.
Foto: Agence Olloweb/Unsplash
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