A Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA) publicou uma normativa que regula termos usados para batizar fundos de investimento como ESG ou vinculados a projetos de sustentabilidade. O propósito é orientar investidores e evitar a propagação de classificações injustas, pouco claras ou enganosas. Para utilizar palavras como ambiental, verde, clima, sustentável, transição, líquido zero, governança, social, entre outras, será necessário comprovar que 80% dos recursos irão servir efetivamente para atender às características anunciadas. “O nome de um fundo é um meio de comunicar informações e uma importante ferramenta de marketing. Embora os investidores devam olhar atentamente para as divulgações subjacentes, o nome pode ter um impacto significativo em decisões de investimento”, alerta a ESMA. A partir da nova norma, haverá também regras mais rígidas de controle e fiscalização.
Prazo para o desmatamento (I)
O Parlamento Europeu aprovou um acordo político provisório com o Conselho Europeu para adiar por mais um ano a aplicação da legislação que restringe a entrada no bloco de produtos oriundos de áreas desmatadas. A norma entraria em vigor em 30 de dezembro deste ano. Agora, grandes operadores e comerciantes terão mais 12 meses para se adaptar. O prazo para as micro e pequenas empresas foi estendido para junho de 2026. O adiamento era defendido por vários países que têm interesse no comércio com a Europa, entre eles o Brasil.
Prazo para o desmatamento (II)
A terceira instância de governança da União Europeia (UE), a Comissão Europeia, deverá apresentar até 30 junho do próximo ano um sistema de informação para operadores e comerciantes, além de uma proposta de classificação de risco dos países e regiões, com base em dados oficiais de desmatamento. O próprio bloco europeu estima ser responsável por 10% da destruição florestal no mundo. A legislação pretende combater as alterações climáticas e a perda de biodiversidade causadas pelo consumo na UE de produtos como a carne bovina, cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha, carvão vegetal e papel.
Chinês e flex (I)
A montadora chinesa GAC firmou um acordo de cooperação técnica com as universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e Santa Maria (UFSM) e com a Universidade de Campinas (Unicamp)para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento dos motores flex e híbridos flex de seus veículos. A empresa vai investir R$ 120 milhões no projeto. Em 2025, a GAC pretende lançar pelo menos sete modelos no mercado brasileiro, incluindo híbridos, híbridos plug-in e elétricos.
Chinês e flex (II)
A companhia chinesa inaugurou, no início de dezembro, a sua sede no Brasil e informou que o País é uma das suas prioridades. O investimento deve alcançar R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos, com a instalação de linhas próprias de produção de veículos. A localização da fábrica ainda não foi definida, mas a montadora considera adquirir instalações já existentes, como fez a BYD, que ficou com a unidade da Ford na Bahia, e a Great Wall Motor, que comprou uma planta da Mercedes-Benz em São Paulo.
Sol brasileiro
O Brasil alcançou 50 gigawatts (GW) de capacidade operacional de geração de energia solar. A soma inclui a micro e minigeração distribuída (MMGD) e grandes parques geradores. Com a marca, o Brasil é o sexto país no ranking global de produção de fonte solar. A lista inclui China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Japão. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), desde 2012 o setor fotovoltaico movimentou R$ 229,7 bilhões em investimentos e representa atualmente 20,7% da matriz elétrica nacional, consolidando-se como a segunda maior fonte de geração do país.
Brasil queimado
Entre janeiro e novembro, 29,7 milhões de hectares de terra foram queimados no Brasil. É a maior extensão dos últimos seis anos, com um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023. A área queimada neste ano é equivalente a todo o estado do Rio Grande do Sul. Os dados são da nova edição do Monitor do Fogo, do MapBiomas. O fogo atingiu prioritariamente áreas de vegetação nativa e um quarto da área queimada foi em florestas.
Pílula anti-metano
A Universidade da Califórnia realiza um experimento que pode reduzir a quantidade de metano emitido pelo arroto das vacas. A ideia é fazer uma modificação genética em bactérias que vivem no intestino dos animais para que absorvam todo o hidrogênio gerado no processo digestivo, “matando de fome” microorganismos que convertem o H2 em metano, que é o segundo gás que mais contribui para o aquecimento global. Cada vaca pode emitir 100 quilos de metano por ano.
Muralha verde
A China concluiu, no final de novembro, a sua Grande Muralha Verde. O projeto, iniciado em 1978, circundou o deserto de Taklamakan, o segundo maior deserto móvel do mundo (337 mil km2), com árvores de diferentes espécies. O plantio foi feito em um círculo de 3.046 quilômetros para conter o processo de desertificação e evitar poderosas e constantes tempestades de areia.
(Foto: SioraPhotography/Unsplash)
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