A Rede Brasil do Pacto Global da ONU, a agência de publicidade AlmapBBDO e a B3 lançaram no final de abril uma Oferta Pública Inicial (IPO) para estimular investimentos na preservação do Planeta. A IPO da Terra é uma forma de atrair a atenção do mercado financeiro para os compromissos do Pacto Global e para a agenda ESG. As “ações” receberam o código TERR4 e foram ofertadas ao preço de R$ 20,23 no lançamento. A métrica para valorar o ativo são notícias sobre sustentabilidade ambiental. Como o panorama global nesta área não é dos melhores, faltou alavancagem e o preço da ação já caiu para R$ 16,40. No material que apresenta a opção de investimento, os criadores da campanha usaram uma linguagem empresarial, mostrando a TERR4 como um negócio único no seu segmento, com bilhões de anos de existência e um enorme potencial de crescimento, estimado a partir de uma clientela de 8 bilhões de consumidores. O ponto negativo é que o “empreendimento” contabiliza nos últimos anos os piores resultados da sua história. É possível acompanhar a evolução da cotação da ação no site www.terr4.com.
Capitalismo consciente
“Nós temos que sair do capitalismo de shareholders [acionistas], onde é o lucro a qualquer preço, para o capitalismo de stakeholders, pensar em toda a cadeia produtiva, na comunidade, no tanto de recursos naturais que estamos utilizando e quanto isso é sustentável no longo prazo”. A análise é de Heloísa Bedicks, em entrevista para o Globo ESG, onde sustenta a importância do capitalismo consciente. Mestre em finanças e especialista em governança, ela foi presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e é conselheira de grandes empresas brasileiras.
ESG sobre rodas
A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) promoveu uma missão com empresários interessados em conhecer as práticas ESG e a influência desta agenda nos negócios do setor. O grupo recebeu formação no IMD (International Institute for Management Development), de Lausane. Um dos aspectos tratados no curso foi a responsabilidade social do setor de cargas, já que as suas operações têm grande impacto na sociedade.
Economia circular
Uma comitiva da União Europeia percorreu o Brasil para divulgar o programa Soluções para a Economia Circular. A iniciativa foi criada para identificar oportunidades de negócios e tendências em economia circular. Os europeus querem conectar ideias sustentáveis com instituições que possam financiar o crescimento de empreendimentos ou apoiar novos projetos e práticas de reaproveitamento de resíduos.
Postos elétricos (I)
Audi, Porsche e Raízen firmaram uma parceria para instalar pontos de abastecimento de veículos elétricos em postos da Shell localizados em rodovias de grande fluxo no Brasil. Na primeira etapa, serão instalados 20 carregadores rápidos (150 kW), que podem reabastecer 80% das baterias em cerca de 30 minutos. Donos de modelos das duas marcas alemãs poderão agendar a recarga antecipadamente por meio de aplicativo, sem necessidade de enfrentar eventuais filas.
Postos elétricos (II)
Audi e Porsche, marcas premium do grupo Volkswagen, já investem pesado para facilitar a vida de seus clientes do Brasil. A primeira eletrificou toda a sua rede de concessionárias, onde oferece sistema de recarga desde 2021. A segunda instalou 700 carregadores na casa dos compradores de seus modelos, além de 172 “tomadas” em hotéis e restaurantes.
Mercado elétrico
O comércio de carros elétricos avançou 50% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com 2021, as vendas tiveram alta de 223%. Nos primeiros três meses de 2023, foram vendidos 14.787 eletrificados leves. Nesta categoria estão incluídos modelos híbridos plug-in (que podem ser recarregados por conector externo) e os não plug-in, de automóveis, comerciais leves, utilitários e SUVs.
Domínio chinês
A China continuará sendo a principal protagonista na corrida pela fabricação de baterias para mover a frota de veículos elétricos na próxima década. Hoje, a indústria chinesa tem capacidade para produzir 77% da demanda global e seu parque fabril é maior do que o de todos os demais países somados. Além da fabricação de baterias, a indústria chinesa domina os mercados de peças e metais usados no processo, como lítio, eletrólitos, separadores, cátodos e ânodos. Para chegar perto da capacidade oriental, os Estados e a Europa precisariam de investimentos que ultrapassam a casa dos US$ 150 bilhões.
Sem vazamentos
Na briga para reduzir o aquecimento global, o Parlamento Europeu apertou o cerco para que empresas de petróleo reduzam as emissões de metano gerados em seus sistemas de distribuição. A mesma lógica foi adotada pelos Estados Unidos, que criou medidas mais severas para regular a movimentação de combustíveis, com novas regras para tentar reduzir vazamentos em dutos que cortam o País. O objetivo é evitar a emissão de 1 milhão de toneladas de metano até 2030. A rede americana para movimentação de gás e combustíveis fósseis tem 4,3 milhões de quilômetros.
(Foto: Greg Rosenke/Unsplash)
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