Não é novidade que o Brasil tem a maior biodiversidade do mundo e abriga a maior floresta do planeta. O País já identificou 116 mil espécies animais e 46 mil espécies vegetais. Agora, o governo federal quer transformar esta imensa riqueza biológica em negócios sustentáveis. Para isso, anunciou a criação da Estratégia Nacional de Bioeconomia e formou a Comissão Nacional de Bioeconomia, que deverá elaborar um plano de ações em 180 dias.
Bioeconomia é um termo relativamente novo, mas o Brasil já experimentou este modelo de produção na década de 1970 com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que transformou o País no segundo maior produtor mundial de etanol. Com o tempo, a bioeconomia agregou novos conhecimentos científicos e tecnológicos, e fez surgir plásticos biodegradáveis, biopolímeros, biopesticidas, alimentos biofortificados, além de uma série de medicamentos, fragrâncias e cosméticos.
O Brasil tem potencial para produzir novos biofármacos, bioinsumos e biocombustíveis dentro de um modelo econômico baseado no uso sustentável dos recursos naturais. Se os avanços pretendidos pela nova política nacional se concretizarem, o País pode se transformar em protagonista de um mercado estimado em cerca de US$ 3 trilhões por ano pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Desacordo plástico (I)
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) promoveu no final de abril, no Canadá, a quarta sessão do Comitê de Negociação Intergovernamental (INC-4), um fórum criado para elaborar um instrumento internacional juridicamente vinculativo (ILBI) sobre a poluição plástica, inclusive no ambiente marinho. O encontro terminou com mais dúvidas do que certezas sobre um possível tratado global. As discussões envolveram 2.500 representantes de governos, academia, ONGs, setor privado, da ONU e outras organizações internacionais.
Desacordo plástico (II)
Os grupos criados para discutir questões técnicas divergiram em quase todos os pontos da regulação da cadeia produtiva e da destinação de material plástico. Os trabalhos abordaram desde a composição até o design e desempenho de produtos, além do financiamento para uma transição sustentável e responsabilidades alargadas da indústria. Ainda neste ano vai acontecer o quinto encontro na tentativa de fazer o acordo internacional avançar.
Desacordo plástico (III)
A ONU estima que o mundo produziu 10 bilhões de toneladas de plástico desde a década de 1950 e considera que mais de 8 bilhões de toneladas viraram resíduos. Além de provocar a poluição ambiental, o plástico também contamina o organismo humano, conforme relatos médicos recentes. Anualmente, entre 10 milhões e 15 milhões de toneladas de plástico vazam para o mar e a expectativa é que esse número triplique até 2050.
Queda do petróleo
A Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) vai estender até 2025 a redução na produção, sustentando que há grandes estoques globais e baixo crescimento da demanda no mercado chinês – o maior do mundo. Estes fatores mantêm os preços do barril estacionados na faixa de US$ 80,00. A decisão é manter um corte de 3,66 milhões de barris por dia até ao final de 2025 e de outros 2,2 milhões de barris por dia até setembro deste ano, quando esta quota começa a ser reduzida gradativamente.
Energia brasileira
Novo balanço da matriz energética brasileira mostra que 93% das fontes nacionais de geração são renováveis. As hidrelétricas respondem por 48,7% da produção nacional. A seguir vem as usinas solares (17%), as eólicas (13%), o gás natural (8%), a biomassa (7,5%). O petróleo ainda gera 3,6% da energia no Brasil, enquanto o carvão mineral fica com 1,5% e a fonte nuclear com 0,9%. A capacidade instalada da matriz elétrica brasileira é de 225,4 MW.
Alemanha alagada
O sul da Alemanha recebeu, no último final de semana, um volume de chuvas equivalente à média de precipitações de um mês inteiro. Houve enchentes em diversas cidades nos estados da Baviera e Baden-Württemberg. Milhares de famílias precisaram deixar suas casas desde que os temporais começaram na última sexta-feira (31). O chanceler alemão, Olaf Scholz, esteve nas áreas afetadas e disse que as inundações eram um lembrete dos desafios climáticos da atualidade.
Seguro mais caro
A exemplo do desastre climático do Rio Grande do Sul, outros eventos extremos se espalham pelo mundo com mais frequência, com prejuízos contabilizados na casa dos bilhões de dólares. As ocorrências estão criando uma corrida das seguradoras e resseguradoras para proteger seus patrimônios de catástrofes naturais. Um dos investimentos mais significativos das companhias é em novas ferramentas para desenvolver uma visão de longo prazo que inclua possíveis impactos climáticos no pagamento de indenizações. Não há certeza de que novos modelos capturem o humor do clima, mas certamente vão indicar alta no preço dos prêmios.
Lítio nacional
A canadense Sigma Lithium explora 27 licenças minerais no Sudeste de Minas Gerais, numa área de 191 quilômetros quadrados. Funcional desde o final de 2023, o empreendimento deve retirar 270 mil toneladas de concentrado de lítio da região por ano, até 2027. Depois disso, a previsão é dobrar a produção do projeto Grota do Cirilo. De acordo com a companhia, a planta utiliza 100% de energia renovável, 100% de água reciclada e 100% dos rejeitos vão para reservatórios secos.
(Foto: Ravi Subramanyan/Unsplash)
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