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Maior desafio da humanidade: reduzir emissões até 2030 e zerar até 2050

23/02/2023
silvio

Esses fenômenos que vivenciamos hoje serão brincadeira perto daquilo que pode vir no futuro. A observação foi feita pelo meteorologista e climatologista Carlos Nobre quando perguntando sobre as razões das chuvas que causaram nova tragédia no Brasil, desta vez no Litoral Norte de São Paulo. Ele explica que o aumento da temperatura global está diretamente atrelado à catástrofe ocorrida nesta semana. O brasileiro, que é referência mundial quando o assunto são os efeitos das mudanças climáticas, alerta que em 2023 o planeta deverá bater recorde de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e os desastres naturais tendem a continuar. “É muito importante, para evitar esses desastres no futuro, o Brasil e o mundo alcançarem as metas do Acordo de Paris para não deixar a temperatura subir acima de 1,5ºC. Esse é o maior desafio que a humanidade já enfrentou: reduzir pela metade as emissões até 2030 e zerar as emissões até meados do século”.

 

A era do degelo (I)

As grandes geleiras do Ártico estão sofrendo duas formas de erosão. Por cima, em razão do aquecimento global, e por baixo. Esta é a constatação de uma expedição de cientistas britânicos e americanos à Groelândia. Eles perfuraram um poço de 600 metros de profundidade numa grande coluna de gelo e descobriram sinais de desgaste interno acelerado, causado por rachaduras abertas pela água do mar, que também está ficando mais quente.

 

A era do degelo (II)

O derretimento das geleiras vai elevar o nível dos oceanos e impactar a vida em cidades litorâneas, destruir terras cultiváveis e comprometer fontes de água potável em todo o mundo, alertam os especialistas. Estudos internacionais mencionam que se a temperatura do planeta aumentar 1,5°C, em comparação com o período pré-industrial, 49% das 215 mil geleiras identificadas no mundo vão derreter, começando pelas menores. Esse percentual representa perto de 26% da massa dos imensos blocos de gelo existentes.

 

Carbono caro (I)

O Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia, criado em 2005 e que abrange 31 países – 27 da UE mais Reino Unido, Islândia, Liechtenstein e Noruega – registrou nesta semana um recorde no preço das licenças de carbono, mecanismo que permite que as empresas compensem a geração de gases de efeito estufa. O valor da tonelada de carbono ultrapassou 100 euros para indústrias de energia, aço e cimento.

 

Carbono caro (II)

A alta é atribuída à redução do fornecimento de petróleo e do gás da Rússia, em razão da guerra contra a Ucrânia, além da baixa velocidade dos ventos para mover turbinas eólicas. Isso fez aumentar em 7% o uso do carvão para gerar energia no bloco europeu. Também houve alguma especulação com os papeis, segundo operadores do mercado de carbono. As empresas europeias têm até abril para comprar e enviar licenças de CO2 para cobrir as emissões de 2022.

 

Elétricos do Brasil (I)

O modelo Volvo XC40 liderou a lista dos carros elétricos mais vendidos no Brasil em 2022, com 22,7% de participação no mercado e 1.770 unidades comercializadas. O veículo é equipado com bateria de 69 kWh tem 460 quilômetros de autonomia. Na segunda posição ficou o Caoa Chery iCar, 782 unidades entregues no País. O subcompacto, que tem um motor de 45 kW e bateria de 30kWh, alcança uma velocidade máxima de 100 km/h e sua autonomia chega a 282 quilômetros. No terceiro posto ficou o JAC e-JS1, que vendeu 609 unidades. Com uma bateria de 30,2 kWh, a montadora promete uma autonomia de 302 quilômetros. O modelo também é o mais barato da lista (R$ 145,9 mil).

 

Elétricos do Brasil (II)

A lista dos 10 elétricos mais vendidos no Brasil tem ainda: Renault Kwid E-Tech, com autonomia de 298 quilômetros; Volvo C40, que pode percorrer até 440 quilômetros; Audi e-Tron, que promete rodar 700 quilômetros; Renault Kangoo, que percorre até 270 quilômetros; Mini Cooper SE, que tem autonomia de 150 quilômetros; Nissan Leaf, que tem carga para percorrer 192 quilômetros; Citroën e-Jumpy, que roda até 130 quilômetros.

 

Híbrido poluente

Estudo da ONG Transport & Environment (T&E), divulgado no início de fevereiro, informa que os carros híbridos plug-in (PHEV) poluem mais do que os números divulgados oficialmente. Os modelos analisados foram o BMW Série 3, o Peugeot 308 e Renault Mégane, e os resultados apontam uma emissão de CO2 três vezes maior que do que os dados apresentados pelas montadoras. Os testes foram conduzidos pela universidade austríaca Graz Technology.

 

Bicicletas do Brasil

Os números são inversamente proporcionais, mas indicam uma tendência. A produção de bicicletas elétricas no Brasil teve alta de 5,4% em 2022, com 10.847 unidades. De outra parte, a produção de modelos comuns teve queda de 20,1% no mesmo período. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) foram fabricadas 599.044 unidades no ano passado, contra 749.320 em 2021, resultado puxado pela pandemia. Para 2023, a entidade estima a fabricação de 570 mil bicicletas.

 

Trator movido a metano

A New Holland apresentou, nos Estados Unidos, o protótipo do primeiro trator movido a gás metano da companhia. O modelo tem a mesma capacidade de tração de unidades que usam óleo diesel, de acordo com a montadora, e faz parte da estratégia da empresa para estimular a agricultura de carbono neutro. A multinacional informa que produção em escala industrial depende da ampliação da oferta de biodigestores nas propriedades agrícolas, para converter o esterco animal em gás, e facilitar o abastecimento do trator.

(Foto: Michael & Diane Weidner/Unsplash)

 

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