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Métricas para sustentabilidade agora têm normas globais

29/06/2023
agenda

Se faltava uma solução global para aferir o impacto das atividades econômicas sobre o ambiente, não falta mais. O International Sustainability Standards Board (ISSB) emitiu nesta semana duas normas (IFRS S1 e IFRS S2) que devem servir de parâmetro para a divulgação de ações corporativas relacionadas à sustentabilidade. O objetivo é ampliar o nível de confiança das práticas reportadas pelas empresas e proporcionar mais tranquilidade ao mercado de capitais em todo o mundo. O ISSB afirma que a iniciativa tem apoio dos países mais ricos (G20), foi elaborada com anuência do sistema financeiro internacional e fornecerá informações confiáveis aos investidores. “Os Padrões ISSB foram projetados para ajudar as empresas a contar sua história de sustentabilidade de forma robusta, comparável e verificável. A publicação de hoje é apenas o ponto de partida enquanto definimos nossas prioridades futuras, além do clima”, declarou Emmanuel Faber, presidente da organização.

 

Normas sustentáveis (I)

A normatização do ISSB é aderente à agenda ESG e vai cobrar relatos das empresas sobre governança, gestão de riscos, estratégia e metas e métricas. A International Sustainability Standards Board (ISSB) é uma fundação criada após a COP26, realizada em Glasgow, e se tornou um braço da IASB (International Accounting Standards Board), organização que define os padrões contábeis (IRFS) mais reconhecidos no mundo para as demonstrações financeiras.

 

Normas sustentáveis (II)

A publicação de normas para medir impactos e orientar a adoção de soluções sustentáveis ganhou tração também no Brasil. A Associação Nacional de Normas Técnicas (ABNT), que já havia divulgado padrões para as práticas ESG, publicou agora a norma ABNT NBR 17100-1 para o gerenciamento de resíduos. O documento traz requisitos gerais e específicos, como rastreabilidade, enquadramento no status de não resíduo, classificação de subproduto, pontos de entrega voluntária, ecopontos, ecocentros, resíduos da construção civil e resíduos de eventos.

 

Autodiagnostico ESG

Empresas que procuram alternativas para avaliar o próprio nível de compromisso com a sustentabilidade e a agenda ESG podem iniciar o diagnóstico com ferramentas como o Indicadores Ethos, que é gratuita. Opções para identificar riscos e oportunidades são oferecidos pela plataforma Linkana ESG Rating, uma base de dados que classifica empresas sustentáveis e poluentes. A Escala Cidadã Olga Kos (ECOK) avalia como a inclusão social é praticada no mercado de trabalho.

 

Descarbonização nacional (I)

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) ouviu executivos de 50 companhias para identificar os desafios da descarbonização do setor privado nacional. Questões regulatórias, normas para reportar informações e a regulação do mercado de carbono no País foram apontadas como entraves para acelerar investimentos para alcançar o chamado net zero. Para 75% dos entrevistados, há muitas dificuldades para aferir as vantagens de longo prazo das ações climáticas.

 

Descarbonização nacional (II)

A pesquisa do CEBDS aponta que 79% dos executivos ouvidos revelaram que as organizações onde atuam têm estratégias definidas para descarbonizar as atividades e 71% já implementam ações neste sentido. Um dos grandes obstáculos para efetivar as iniciativas é o engajamento da cadeia de valor das companhias para reduzir emissões. O estudo diz que 90% das companhias buscam reforçar a parceria com fornecedores e prestadores de serviços, mas só 20% têm planos estruturados para isso.

 

O vento mudou

A Siemens Energy identificou problemas de qualidade na produção de geradores eólicos e admitiu que o “conserto” das unidades em operação pode levar anos. Os equipamentos fabricados pela subsidiária Siemens Gamesa estão espalhados pelo mundo e geram atualmente 132 gigawatts de energia. A empresa disse ter encontrado falhas nas pás e rolamentos do rotor. Com a divulgação da notícia, a Siemens perdeu 37% do seu valor de mercado. Em março passado, a multinacional havia anunciado a hibernação da planta de turbinas eólicas de Camaçari, na Bahia.

 

Glossário climático (I)

Os experts nas questões que envolvem o meio ambiente, as mudanças climáticas e a sustentabilidade criaram um dialeto próprio para se comunicar. Trata-se de um vício que também afeta especialistas de outros setores e que tornam a conversa limitada. Agora, o Glossário Ilustrado de Justiça Climática tenta traduzir as expressões para que mais pessoas possam compreender o que está sendo dito e escrito sobre os temas ambientais.

 

Glossário climático (II)

Para tornar a informação mais direta, clara e transparente foi criado, a publicação – elaborada em parceria por diversos movimentos ambientais – reúne 43 expressões ilustradas em versão trilíngue (português, espanhol e inglês), que abordam termos como Net Zero, descarbonização, maquiagem verde e siglas como BECCS e REDD, além de conceitos sobre agroecologia, desperdício zero, refugiados ambientais e racismo ambiental.

 

Greenwashing?

Comemorada com entusiasmo como uma grande conquista do País, a realização da a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP30) no Brasil ainda é uma incógnita. O blog Política Por Inteiro, que monitora a edição de leis, atos e normas públicas relacionadas ao meio ambiente, identifica que o “processo de aceite de Belém como sede da COP 30 ainda não foi finalizado”. A plataforma consultou o Itamaraty, que respondeu que o que se tem até agora é o “endosso formal do Grupo dos Estados da América Latina e do Caribe (GRULAC) à candidatura da cidade”.

(Foto: Scott Graham/Unsplash)

 

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