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O mundo e o risco do apocalipse da biodiversidade

15/12/2022
mundo

Na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas (COP15), que acontece em Montreal, no Canadá, até o próximo dia 19 de dezembro, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez novo apelo para que o mundo “refute o apocalipse da biodiversidade com urgência” e busque maneiras de garantir a sustentabilidade da Terra. Segundo ele, um terço do planeta está degradado, diversas espécies correm risco de extinção e os danos causados à natureza colocam em dúvida a sobrevivência de muita gente no médio prazo. “A perda da natureza e da biodiversidade traz um custo humano acentuado. Um custo que medimos em empregos, fome, doenças e mortes”, disse. Para a ONU, o prejuízo ao ecossistema global, se convertido em dinheiro, alcança US$ 3 trilhões anuais. “Um custo que medimos em preços mais elevados da água, alimentos e energia”, exemplificou.

 

Apocalipse da biodiversidade

O principal objetivo da COP15 é a criação de um Quadro Global de Biodiversidade pós-2020 e, a partir dele, estabelecer compromissos para preservar a natureza existente e restaurar as riquezas naturais perdidas. A cúpula é mais uma tentativa para que os países reconheçam a urgência da adoção de ações a nível global, regional e nacional que convertam os modelos econômicos, sociais e financeiros em ativos que estabilizem, até 2030, as perdas da biodiversidade e permitam a recuperação dos ecossistemas naturais até 2050. “Estamos em guerra contra a natureza. Esta conferência é sobre a tarefa urgente de fazer a paz”, ponderou Guterres.

 

Há métricas ESG?

A administração empresarial adota um conceito clássico de que não há como gerenciar aquilo que não se pode medir. O gargalo das práticas ESG está exatamente nas métricas para aferir a efetividade das ações das corporações. Há boa vontade, mas faltam indicadores. Especialistas e consultores se desdobram para criar conceitos que sirvam para acompanhar o desempenho de áreas, pessoas e projetos. O desafio é saber o que medir e como mensurar o desempenho dos três pilares ESG – ambiental, social e governança.

 

Imposto sobre CO2

A União Europeia decidiu criar uma espécie de imposto para evitar importações de materiais que geram alto nível de emissões de carbono. Em síntese, os compradores deverão exigir dos fornecedores os mesmo índices de emissões praticados na Europa. Se não houver comprovação, o importador terá que arcar com um custo a mais como uma espécie de compensação. Segundo o Parlamento Europeu, o objetivo não é penalizar o importador e sim estimular a descarbonização na origem dos produtos.

 

Bateria europeia (I)

O Parlamento Europeu e o Conselho Europeu fecharam um compromisso para estabelecer novos controles sobre a produção, uso e destinação de baterias produzidas no bloco. Regras mais rígidas sobre reciclagem também fazem parte do acordo, que ainda precisa ser aprovado pelos eurodeputados para que a política comece a valer. É a primeira iniciativa que trata da economia circular com impacto sobre toda a União Europeia.

 

Bateria europeia (II)

O acordo estabelece mais responsabilidades e obrigações aos produtores de baterias, principalmente as unidades de grande potência, usadas em veículos elétricos e fábricas, por exemplo. Todas as unidades devem ser recolhidas pelas indústrias produtoras, sem encargos aos usuários finais. A nova legislação deve fixar metas de recuperação dos resíduos de lítio das baterias no patamar de 50% até 2027 e 80% em 2031.

 

Cidade Verde

Cem cidades europeias assinaram o Acordo Cidade Verde. Ao aderir ao documento, os líderes concordam em perseguir objetivos ambientais mais ambiciosos, como melhorar a qualidade do ar e da água, conservar e restaurar a natureza e a biodiversidade, fazer avançar a economia circular e reduzir o ruído urbano. O “prêmio” para quem alcançar as metas virá da Comissão Europeia, que promete melhores condições de financiamento para estimular o desenvolvimento sustentável das localidades.

 

Metrópoles sustentáveis

Uma pesquisa realizada pela consultoria Arcadis, classifica as metrópoles mais sustentáveis do mundo sob os aspectos sociais, ambientais e econômicos. A pesquisa é realizada desde 2015 e neste ano avaliou 100 grandes centros urbanos em 47 países. O top 20 é formado por localidades europeias, com destaque para a região escandinava, e norte–americanas. A única exceção é Tóquio. O Brasil tem uma representante entre todas as cidades avaliadas. São Paulo ficou em 84º. lugar.

 

Novo Rio Pinheiros

Uma das maiores intervenções socioambientais já realizadas no Brasil, a revitalização do Rio Pinheiros, que corta a cidade de São Paulo, apresenta números grandiosos. Iniciado em 2019, até agora o programa resultou na retirada de 86 mil toneladas de lixo do leito, um volume equivalente a 30 mil caçambas, e na conexão de 650 mil imóveis à rede regular de esgoto, 25% a mais do que a previsão inicial. Sem data para terminar, o projeto pretende promover a melhoria contínua das condições da água. Mesmo assim, a vazão dificilmente será captada para consumo.

(Foto: Simon Hurry/Unsplash)

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