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30/04/2024



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O Brasil sustentável: as promessas para o ano novo

 O Brasil sustentável: as promessas para o ano novo

O Brasil assumiu na COP28, em Dubai, uma série de compromissos com o desenvolvimento sustentável e apresentou ao mundo o Plano de Transformação Ecológica (PTE). O pacote prevê ações em seis grandes eixos: financiamento sustentável, desenvolvimento tecnológico, bioeconomia, transição energética, economia circular e infraestrutura e adaptação às mudanças do clima.

 

A proposta projeta um novo modelo econômico, que pretende conciliar desenvolvimento econômico e social com a preservação ambiental. A promessa é criar marcos regulatórios e fiscais, construir a Taxonomia Sustentável Brasileira – para classificar que atividades econômicas são sustentáveis ou não -, instituir a regulação do mercado nacional de carbono e oferecer novos títulos soberanos ancorados na riqueza natural do País, para atrair capital estrangeiro.

 

Tudo pode custar até R$ 160 bilhões por ano, mas o arrazoado, avaliam os especialistas, tem sentido e pode parar em pé. Mas, para isso, o primeiro concílio deve acontecer dentro do governo federal, entre os que defendem intervenções desenvolvimentistas e os ambientalistas puros. Depois, será preciso vencer as resistências da elite conservadora, bem posicionada no Congresso Nacional.

 

Há, ainda, o desafio de evitar o embate dos “nós contra eles” nas ruas e redes sociais, com radicais de esquerda defendendo o meio ambiente e radicais de direita pregando o direito à propriedade e livre produção. Tudo isso no intervalo até a COP30, que será realizada no final de 2025 em Belém (PA), quando a imagem do País estará na vitrine mundial.

 

Quente como nunca

O ano de 2023 foi o mais quente da história, por uma margem enorme, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). A temperatura média global aproximou-se de 1,5° Celsius acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), patamar considerado limite pelo Acordo de Paris para evitar alterações climáticas catastróficas no planeta. O instituto Copernicus, vinculado à União Europeia (UE), registrou períodos de calor que superaram em 2° Celsius a média da temperatura global.

 

Sol energético

As fontes de geração de energia solar entregaram 3.033 megawatts médios (MWmed) ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em dezembro do ano passado. Houve um crescimento de 89,3% em relação ao mesmo mês de 2022 (1.602 MWmed). As geradoras de base eólica, térmica e hídrica também produziram mais – 35,8%, 23,5% e 2,6%, respectivamente.

 

Recalculando a rota (I)

A indústria de cosméticos Natura recalculou a rota até o net zero. Primeiro, a empresa priorizaria a compra de créditos de carbono para alcançar suas metas de zerar emissões líquidas até 2030. Segundo informa o site Capital Reset, a empresa reviu suas estratégias, reformulou planos do negócio e traçou um novo caminho. O objetivo agora é reduzir as emissões em 42% até 2029.

 

Recalculando a rota (II)

Como 96% do impacto ambiental das operações da Natura acontecem ao longo da cadeia de valor, a empresa decidiu trabalhar com fornecedores, implantando iniciativas como a extração da matéria-prima em comunidades na Amazônia, e consumidores, estimulando o correto descarte das embalagens. A compensação por créditos de carbono fica para uma nova fase, prevista para começar no início da próxima década.

 

Arroto limpo

A australiana Rumin8 espera aval do Ministério da Agricultura para iniciar a comercialização no Brasil de um suplemento alimentar à base de algas que promete reduzir em até 95% a emissão de metano pelo arroto de rebanhos bovinos, além de acelerar o ganho de peso dos animais. A companhia ganhou suporte do fundo de investimentos Good Karma Partnes para fincar o pé na pecuária brasileira. A meta da empresa é alimentar 100 milhões de cabeças de gado até 2030. O gás metano é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa e a agropecuária um dos maiores emissores globais do poluente (40%).

 

Rede elétrica trilhonária

Larry Fink, principal executivo da Black Rock, maior fundo de investimentos do planeta, que gerencia US$ 10 trilhões em ativos, acredita que a transição energética exigirá vários trilhões de dólares em investimentos nos próximos 10 anos, principalmente em redes seguras de distribuição de eletricidade. Por isso, a Black Rock comprou a Global Infrastructure Partners (GIP), uma das maiores gestoras de ativos de infraestrutura do mundo. Um negócio de US$ 12,5 bilhões.

 

Vende-se EVs usados (I)

A Hertz vai vender 20.000 carros elétricos de sua frota global. A decisão significa reduzir em 30% o número de eletrificados disponíveis para locação. Grande parte dos modelos à venda são da Tesla e aí está um dos fatores que levaram a gigante global de aluguel de veículos a se desfazer de parte dos elétricos. A Hertz diz que perdeu US$ 245 milhões no ano passado por causa da agressiva política da Tesla para baixar o preço dos zero quilômetro. Isso desvalorizou os usados e a locadora não quer perder ainda mais dinheiro.

 

Vende-se EVs usados (II)

A Hertz também cita a baixa procura de elétricos pelos clientes e os altos custos para reparos dos veículos danificados. A decisão assustou as montadoras com grande portfólio de EVs, mas agradou outra parte da indústria automotiva. Tudo o que for arrecadado com a venda dos eletrificados vai para a compra de automóveis à combustão.

(Foto: Roven Images/Unsplash)

 

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