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18/04/2024



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Política de crédito de carbono europeia vai taxar importações

 Política de crédito de carbono europeia vai taxar importações

O Parlamento Europeu aprovou nesta semana uma nova política para o mercado de crédito de carbono. A legislação aperta ainda mais o cinto das emissões de gases de efeito estufa (GEE). A União Europeia (UE) pretende atingir a neutralidade de CO2 em 2050 e todas as ações para isso vão gerar, por óbvio, novos custos para as cadeias produtivas dos países que formam a comunidade.

 

Segundo o Parlamento Europeu, as regras do novo Mecanismo de Ajustamento Carbônico Fronteiriço (MACF) foram instituídas para assegurar os esforços climáticos do bloco, “incentivar os países terceiros a elevarem a sua ambição climática” e evitar a migração da produção europeia “para países com políticas menos ambiciosas” em relação ao clima.

 

O mecanismo abrange mercadorias como o ferro, aço, cimento, alumínio, adubos, eletricidade e o hidrogênio. Em breve deverá chegar aos fabricantes de polímeros e de químicos orgânicos. Os importadores terão de pagar a diferença entre o preço do carbono pago no país de origem dos produtos e o valor dos créditos praticados na comunidade europeia.

 

O novo sistema será implantado gradualmente, entre 2026 e 2034, e a previsão é de que a taxação renda 14 bilhões de euros por ano. O valor será injetado nos cofres da UE e deverá financiar a transição para uma economia de baixo carbono.

 

Terceiro em CO2

Para passar a vigorar em todo o bloco, a nova legislação de créditos de carbono da comunidade europeia deve receber o aval dos parlamentos dos Estados-membros. Atualmente, o conjunto de 27 países da UE é o terceiro maior emissor de dióxido de carbono do planeta. No primeiro lugar está a China e o segundo posto é dos Estados Unidos.

 

Controle do agro na UE (I)

O Parlamento Europeu também aprovou uma regulamentação para a entrada de produtos agropecuários no continente. Com prazo de implantação de 18 meses, as normas obrigam a comprovação de que os produtos vendidos para a UE não saíram de áreas de desmatamento. A comercialização de bovinos, cacau, café, óleo de palma, soja, borracha, carvão vegetal, papel e madeira – incluindo seus derivados industrializados – só será autorizada após a emissão de uma declaração de “diligência devida”.

 

Controle do agro na UE (II)

Além de respeitar questões ambientais, os exportadores terão que comprovar o cumprimento das legislações dos países onde estão instalados que tratam de direitos humanos e direitos dos povos indígenas. Em um ano e meio, Comissão deve divulgar uma lista de países exportadores com a seguinte classificação em relação às novas normas: baixo risco, risco padrão ou alto risco.

 

Metas e salários com ESG

Mesmo que não haja consenso sobre métricas para aferir os resultados das práticas ESG, em razão do tempo de retorno e da intangibilidade das ações, muitas médias e grandes empresas seguem colocando esta pauta nos seus planos estratégicos e incluindo bônus para a remuneração variável de executivos que estimulem a aplicação dos novos pilares na cultura empresarial. Segundo levantamento da HRtech Mereo, 32% das companhias brasileiras consideram o ESG em suas metas e em seus planos de incentivos. A pesquisa ouviu 149 empresas de médio e grande portes.

 

Destino do lixo

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) calcula que mais de 70% das cidades brasileiras instituíram sistemas de coleta seletiva de resíduos. Na outra ponta, a organização estima que somente 30% das casas separam o lixo. Enquanto o lixo seco deveria ir para reciclagem e o orgânico para compostagem, quase tudo acaba misturado, saturando aterros sanitários ou ampliando o número de lixões. A reciclagem no Brasil absorve apenas 4% dos resíduos sólidos, enquanto 1% do lixo orgânico vai para a compostagem.

 

Asfalto novo

A Petrobras iniciou um teste com um novo tipo de asfalto que a companhia informa ser menos poluente. O produto foi instalado em um trecho da BR-365, na região de Ituiutaba (MG). Segundo a empresa, o CAP Pro pode reduzir em até 35% o consumo de energia na fase de usinagem, além de diminuir em 65% as emissões de gases de efeito estufa em comparação com o asfalto tradicional. A fórmula permite uso de mais massa asfáltica reciclada. A estatal projeta iniciar a venda em escala no segundo semestre deste ano.

 

Vacas explosivas

Um incidente em uma fazenda leiteira dos Estados Unidos, que provocou a morte de 18 mil vacas, chamou a atenção do mundo. A suspeita é de que a explosão que eliminou esta imensa quantidade de animais foi provocada pelo superaquecimento de equipamentos elétricos de ordenha, que inflamou o gás metano liberado pela flatulência do próprio rebanho. O fato trágico confirma a potência do metano como combustível e acende um alerta para a prática de confinamento do gado.

 

Ventos de aço

Uma das 10 maiores consumidoras de eletricidade no Brasil, a ArcelorMittal firmou uma parceria com a Casa dos Ventos para a instalação de um parque eólico na Bahia. O negócio de R$ 4,2 bilhões permitirá a geração de 550 megawatts de energia renovável. Nesta join venture, a siderúrgica terá 55% de participação e a companhia geradora será dona de 45% do empreendimento.

 

(Foto: Chris LeBoutillier/Unsplash)

 

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