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Quando o assunto é sustentabilidade, a geração Z fica no meio do caminho

29/02/2024
esg

A geração Z é tida como a grande força capaz de frear as atividades humanas que contribuem para as mudanças climáticas. São pessoas abaixo dos 30 anos que, em tese, seriam mais conscientes em relação à sustentabilidade, ao consumo e aos costumes que fizeram o Planeta chegar ao estágio atual de degeneração do ambiente.

 

Uma pesquisa patrocinada pela Seiko Epson, batizada de Barômetro da Realidade Climática, coloca uma interrogação sobre os compromissos dos jovens com a preservação da natureza. O estudo diz que a mudança climática é uma preocupação cotidiana de 46,7% entre quem tem de 16 a 29 anos. Nesta faixa etária, o maior nível de apreensão é com a inflação (50,6%). Em terceiro lugar fica a pobreza (35,1%).

 

Quem tem mais de 30 anos coloca a mudança climática como principal foco de cuidado (58,2%). O custo de vida (53,9%) e a pobreza (37%) vem a seguir. O levantamento divulgado no final de 2023 envolveu 30 mil pessoas de 39 países e também mostra que metade dos entrevistados não acredita que será impactada pelos desastres naturais.

 

Com base na pesquisa, Yasunori Ogawa, presidente da Seiko Epson, avalia que “a distância entre a percepção e a realidade atmosférica é um risco e requer mais educação”, principalmente na camada da sociedade que já nasceu sob os efeitos do aquecimento global e que “pode não se sentir tão ameaçada pela mudança”.

 

Enganação plástica (I)

“As empresas petroquímicas – de forma independente e através de associações comerciais da indústria e grupos de fachada – enganaram consumidores, legisladores e reguladores fazendo-os acreditar que poderiam resolver a crise dos resíduos plásticos através de uma série de soluções falsas”. Esta consideração faz parte do relatório “A Fraude da Reciclagem do Plástico”, produzido pelo Center for Climate Integrity (CCI). O trabalho sustenta que a cadeia produtiva do plástico sabe há cinco décadas que o produto tem uma vida útil linear e não circular. Ou seja, que a reciclagem não resolve o problema da geração de resíduos.

 

Enganação plástica (II)

O CCI tem sede em Washington e se apresenta como uma coligação nacional de funcionários públicos que apoiam a responsabilização das empresas de petróleo e gás pelos enormes custos das alterações climáticas. Sobre a questão do plástico, a organização sustenta que na “base desta crise dos resíduos plásticos está uma campanha de décadas de fraude e engano sobre a reciclabilidade dos plásticos”.

 

Enganação plástica (III)

O CCI sustenta que a cadeia do plástico tem “conhecimento de longa data de que a reciclagem não é técnica nem economicamente viável”. A instituição acrescenta que “as empresas petroquímicas – de forma independente e através das suas associações comerciais e grupos de fachada – envolveram-se em marketing fraudulento e campanhas de educação pública destinadas a enganar o público sobre a viabilidade da reciclagem de plástico”.

 

Enganação plástica (IV)

Em reportagem publicada no The Guardian, a Associação da Indústria de Plásticos (EUA) responde que o relatório foi criado por uma organização ativista e anti-reciclagem, que desconsidera investimentos em tecnologias feitas pelo segmento industrial petroquímico nos últimos tempos para retirar resíduos plásticos do meio ambiente. Sem dar detalhes sobre as falhas de informação, a entidade sustenta que o relatório traz dados desatualizados.

 

Normas ESG na cadeia têxtil

A Global Reporting Initiative (GRI) instituiu um grupo multilateral para criar uma norma mundial que vai orientar a elaboração de relatórios de impacto e sustentabilidade das cadeias têxtil e de vestuário, que estão entre os segmentos mais poluentes do Planeta. Com isso, haverá uma padronização de informações, atendendo a agenda ESG. Será necessário reportar a materialidade das condições de trabalho, saúde e segurança, consumo e poluição de água, geração de resíduos, emissões de gases de estufa e utilização de materiais perigosos.

 

Partes interessadas

As normas instituídas pela GRI são usadas por 78% das maiores empresas globais para a produção de relatórios anuais – econômicos e de sustentabilidade. A organização independente com sede na Holanda, e escritórios espalhados pelo mundo, desenvolve “linguagens” para facilitar a comunicação dos impactos e resultados dos negócios. A eficiência das métricas e dos requisitos criados pela GRI é reconhecida pelas chamadas partes interessadas – consumidores, acionistas, reguladores e instituições financeiras, por exemplo.

 

O que é a mudança climática?

A Organização das Nações Unidas (ONU) formatou um curso básico sobre mudanças climáticas que pode ser feito online. São seis módulos de duas horas, tratando da ciência até a governança das ações para combater os efeitos das alterações do clima. Para cada módulo há um exame de conhecimento e quem acertar 70% das questões pode reivindicar um certificado da UNITAR, que é o instituto de treinamento e pesquisa da ONU.

(Foto: Markus Spiske/Unspash)

 

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