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Rumos para o mercado de créditos de carbono no Brasil

01/12/2022
carbono

O Senado deu mais um passo para regulamentar o mercado de créditos de carbono no Brasil, chamado Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou, na terça-feira (29) o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) que propõe uma organização com foco na gestão das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Foi proposta a criação do Sistema Brasileiro de Gestão de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBGE-GEE), com a definição do plano nacional de alocação de Direitos de Emissão de Gases de Efeito Estufa (DEGEE).

 

Carbono made in Brasil (I)

No texto aprovado, Jereissati deixa explícito que atividades agropecuárias e florestais não integram o mercado regulado, sendo passíveis de geração de créditos de carbono no mercado voluntário. A proposta agora vai passar pela análise da Comissão de Meio Ambiente do Senado. Além do mercado regulado, que é contabilizado nas metas de redução de emissões do País, é possível negociar créditos de carbono no mercado voluntário, não entra na conta de emissões. Nos dois casos, cada tonelada de CO2 que deixa de ser lançada na atmosfera equivale a um crédito, que em novembro foi negociado a um preço médio de R$ 76,43.

 

Carbono made in Brasil (II)

Um relatório elaborado pela Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), em parceria com a WayCarbon, aponta que o Brasil respondeu por 12% da oferta global de créditos de carbono no ano passado, quatro vezes mais do que o volume de 2019 (3%). Segundo o estudo, o comércio deste ativo tem potencial para movimentar bilhões de dólares no País nos próximos anos. O mercado de carbono foi consolidado a partir do Protocolo de Kyoto, de 1997, e faz parte do compromisso das nações para reduzir as emissões de GEEs.

 

Carbono made in Brasil (III)

Segundo Laura Albuquerque, mestre em planejamento energético e ambiental e gerente sênior da WayCarbon, o Brasil pode atender até 37,5% da demanda mundial do mercado voluntário e até 22% do mercado regulado ao final desta década. Entre os países com maior potencial de compra estão Estados Unidos, Japão, Austrália, Coréia do Sul e a União Europeia. Os setores mais promissores para gerar créditos de carbono no País são os de floresta, agropecuário e de energia.

 

Empregos ESG (I)

A busca de profissionais com experiência na agenda ESG segue em alta. Este tipo de profissional é bastante valorizado e a procura envolve empresas de diversos setores, da indústria de transformação até gestoras de investimentos e consultorias. A multinacional PwC, que atualmente tem 284 mil colaboradores e é uma das maiores empresas de auditoria do mundo, afirma que colocará em prática um plano de investimentos de US$ 12 bilhões para criar 100 mil novas vagas para especialistas em ESG até 2026.

 

Empregos ESG (II)

De acordo com a revista Exame, um levantamento do CFA Institute aponta que menos de 1% dos profissionais cadastrados no LinkedIn, que indicam ter qualificação para atuar no segmento de investimentos, informam ter a capacidade necessária para atuar com as práticas de ESG. Do outro lado do balcão, 6% das 10 mil vagas disponíveis na plataforma na área de finanças buscam candidatos com essa habilidade.

 

Empregos ESG (III)

Segundo a pesquisa ESG e sua Comunicação nas Organizações no Brasil, realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), a agenda ESG é uma preocupação para 95% das empresas brasileiras e está no foco de 48% dos principais executivos do País. Questões envolvendo ESG movimentam um mercado de US$ 35 trilhões no mundo, estima a revista Exame.

 

Foco na economia circular (I)

A economia circular, com o reaproveitamento de materiais diversos, é um dos principais temas discutidos por corporações que pretendem se enquadrar na agenda ESG com práticas que atendam aos três aspectos da sigla – ambiental, social e governança. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo precisa de 100 bilhões de toneladas de matéria-prima virgem por ano para produzir os mais variados itens de manufatura, transporte e consumo. Para a entidade, 46% deste total poderiam ser substituídos por matéria de reuso.

 

Foco na economia circular (I)

O Brasil, por exemplo, gera 89 milhões de toneladas de lixo anualmente e a taxa de reciclagem é de apenas 4%. “O foco é pensar como você utiliza, recicla e, reusa. Ou seja, como continuar essa economia”, destacou Betina Roxo, analista de investimentos e sócia da XP Inc, no debate A Economia Circular como Estratégia de Negócios, realizado pelo InfoMoney em parceria com a JBS.

 

Sem agenda climática

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e o Chapter Zero Brazil ouviram conselheiros de 104 companhias nacionais para saber qual a relevância da agenda do clima nas reuniões de conselhos de administração e conselhos consultivos. Uma das questões tratou do nível de comprometimento destes fóruns com a transição para net zero. O levantamento apontou que somente 28,9% dos conselhos levam em conta a questão ambiental em suas discussões e que apenas 35,6% dos entrevistados disseram que o tema está na pauta de reuniões pelo menos quatro vezes ao ano.

 

Sem agenda climática (II)

O levantamento do IBCG realizado em setembro foi divulgado com exclusividade pelo canal Prática ESG, do jornal Valor Econômico. “De acordo com 40% do universo pesquisado, não há clareza sobre a responsabilidade do conselho e das equipes executivas pelas decisões de redução de emissões dos gases do efeito estufa, enquanto outros 19% disseram assumir uma posição de neutralidade em relação ao tema”, informa a reportagem do jornal.

(Foto: Matheus Betat/Unsplash)

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