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07/07/2024

silvio lohmann

Uma estratégia de economia circular para ir além da proteção ambiental

O Brasil recicla apenas 4% de tudo que é jogado fora. No geral, o baixo volume é explicado por questões culturais que envolvem consumo, falta de consciência ambiental, pouco estímulo à prática de separação do lixo, e também em razão da reduzida infraestrutura de reciclagem existente no País.

Agora, o governo federal pretende resolver esta parte do processo com a Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), que prevê incentivos à instalação de novas recicladoras no País. A implantação da nova política, instituída por decreto, ficará a cargo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A ideia é ir além do olhar ambiental e fomentar um viés econômico sobre o reuso de materiais.

A participação efetiva do setor produtivo pode fazer o País avançar mais rapidamente na direção de uma mudança de paradigmas de produção e de consumo para vencer os desafios de sustentabilidade, de descarbonização, de transição energética, de proteção e de preservação de recursos naturais, e também da criação de uma nova economia.

A Estratégia de Economia Circular tem efeitos práticos e abstratos, mas não deixa de ser uma tentativa concreta para fazer com que setores econômicos repensem a concepção de produtos e o uso de matérias-primas – e também revisem processos, escolham embalagens sustentáveis e incluam definitivamente no modelo de negócio o reaproveitamento daquilo que hoje é considerado descarte.

Praticar a economia circular ou regenerativa é bom para o meio ambiente, mas para as empresas também é um caminho assertivo para ser sustentável.

 

Marco legal do H2

O texto base da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono foi aprovado pelo Senado Federal, mas ainda haverá a votação de algumas emendas antes do projeto de lei ser enviado para a Câmara dos Deputados. O marco legal institui o Programa Nacional do Hidrogênio; o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC); o Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio; e o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro). Os subsídios públicos para estimular a nova cadeia industrial estão em R$ 18 bilhões.

 

Brasil queimado (I)

Em quase quatro décadas, entre 1985 e 2023, praticamente um quarto do território brasileiro foi alvo de queimadas em pelo menos uma oportunidade. De acordo com o portal MapBiomas, aproximadamente 199 milhões de hectares foram atingidos por fogo no período, sendo que 68,4% abrigavam vegetação nativa, enquanto o restante já era de espaços ocupados, principalmente com pastagem e lavouras agrícolas.

 

Brasil queimado (II)

O Cerrado, com 88,5 milhões de hectares, e a Amazônia, com 82,7 milhões de hectares, concentraram 86% das áreas queimadas pelo menos uma vez em 39 anos. Na Caatinga, quase 11 milhões de hectares foram atingidos, enquanto na Mata Atlântica o fogo provocou impactos em 7,5 milhões de hectares. Os três municípios que mais registraram queimadas foram Corumbá (MS), no Pantanal, São Felix do Xingú (PA), na Amazônia, e Formosa do Rio Preto (BA), no Cerrado.

 

Amazônia seca

A região amazônica pode enfrentar uma seca tão severa quanto a do ano passado. Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) o déficit de chuvas alcançou 27% em 12 meses fechados em abril. Atualmente, 70% do território amazonense enfrenta secas que variam entre moderada, grave e extrema. Os outros 30% sofrem de secas leves. Estações de monitoramento do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) indicam que há regiões que estão há 50 dias sem chuvas. O período mais chuvoso na região Norte vai de novembro a março.

 

Paraná solar

Nas últimas semanas a Copel colocou em operação duas usinas solares no Paraná. O parque gerador de Reserva do Iguaçu, no centro do Estado, tem capacidade de 6,7 MWp (megawatt-pico), e o de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, de 6,4 MWp. As unidades integram o programa Copel Solar, que abre a possibilidade de compra de energia renovável e de uma economia de até 15% na fatura de consumo. Somente 1.000 clientes de baixa tensão serão atendidos e 90% das vagas estão preenchidas. Há uma terceira usina em funcionamento em Sarandi, no Norte Central, também com potência instalada de 6,7 MWp.

 

Vaticano solar

O Papa Francisco determinou a construção de um parque de painéis solares para gerar a energia necessária para iluminar a Cidade do Vaticano. A ordem foi escrita numa carta apostólica, intitulada “Irmão Sol”, escrita pelo próprio pontífice em 21 de junho. Na comunicação, ele designou dois comissários especiais, com total autoridade, para executar o projeto. A usina solar ficará nas redondezas de Roma, numa área conhecida como Santa Maria di Galeria, onde está instalada a estrutura de transmissão da rádio Vaticano.

(Foto: Nadine Shaabana/Unsplash)

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