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TITTON-CABECA-COLUNA

Animais domésticos na arte II

15/10/2024
animais

 

Nossos pets, assim como os animais do campo, aqueles de nosso convívio, sempre atraíram a nossa curiosidade por suas características particulares, diferentes das nossas, os humanos. Quer por sua beleza, quer por sua personalidade, nos sentimos muito atraídos por eles. Assim, também, os artistas. Como tivemos contribuições interessantes, e muito ricas, sobre nossa última coluna, decidi dar continuidade ao assunto, agora, focalizando alguns artistas do Paraná e, em uma próxima oportunidade, artistas catarinenses. Dentre tantos artistas e obras produzidas sobre o assunto, pincei apenas algumas, só para dar um gostinho.

 

”Cabra”- Elvo Benito Damo - anos 80 - Chapas de aço soldadas - Acervo João Eduardo Titton.
“Cabra”- Elvo Benito Damo – anos 80 – Chapas de aço soldadas – Acervo João Eduardo Titton. “Mitzi” – Hay Graphiks – fotografia sem data.

Luiz Gustavo Vidal, artista e diretor do Museu Casa Alfredo Andersen, gentilmente me encaminhou uma imagem da obra de Alfred M. Andersen (1860 – 1935) intitulada “Intimidade I”, sem data, óleo sobre tela (76×66,5cm), que retrata sua esposa Ana, e uma filha (dentre seus quatro filhos), com um animalzinho de estimação. A ceramista, escritora e sempre educadora, Marília Diaz, comentando a nossa coluna, com muito carinho e atenção relembrou as cabras do Elvo Benito Damo, feitas de chapas de ferro soldadas, uma das quais hoje faz parte do acervo do meu filho, João Eduardo, que nos enviou uma imagem para enriquecer a coluna. Do querido e saudoso Paul Garfunkel, conhecemos seu basset, por intermédio das publicações na internet da galeria R.Kriger. Nosso amigo e colaborador aqui da coluna do HojePR e HojeSC, o fotógrafo Hay compartilhou sua bela fotografia do Mitzi, seu mimado companheiro de estúdio, uma imagem capturada em um de seus longos momentos de meditação.

Muitos são os artistas que eu gostaria de postar aqui, belas imagens de seus grandes trabalhos, como as de Orlando DaSilva, que embora não fosse paranaense, trabalhou e contribuiu muito para a gravura em nossa cidade, tendo nos trazido em suas obras uma variedade de animais. Rogério Dias, com seus belos pássaros, tão sinteticamente representados em lindos coloridos e, às vezes, em preto e branco, embora não sejam exatamente animais domésticos, vivem em nosso entorno e fazem parte do nosso dia-a-dia. Por falar em animais que povoam nossas casas sem serem animais domésticos, lembro sempre dos peixes de Álvaro Borges, em seus tons terra, amarelos e pretos. Já Paulo Dias, por muito tempo pintou belos animais, como cavalos, gatos, cães e pássaros, nas várias técnicas que tão bem domina, desde a têmpera, passando pelo óleo, acrílico, aquarela e até mesmo na gravura. Dessa vez, nos presenteou com seu belo pato.

“Gato”- Louise Titton- Litografia - 1989.Dulce Osinski- gravura em metal (03/40) -1988 - sem título - Acervo Titton.
“Gato”- Louise Titton- Litografia – 1989.
Dulce Osinski- gravura em metal (03/40) -1988 – sem título – Acervo Titton.

E por falar em gravura, encontrei, aqui na minha coleção, uma obra de Dulce Osinski, da qual gosto muito, por me fazer lembrar da vida em uma casa de muitas crianças, como foi a nossa, onde cada um fazia uma coisa e o burburinho das diferentes atividades coloria e agitava o ambiente. Nesse mesmo sentido, vivemos aqui, por um período, dentro da minha própria casa, a experiência do Atelier Pró-Criar, na qual artistas eram convidados para orientar o trabalho das crianças e, desses momentos inesquecíveis, guardo a gravura da minha filha Louise, na época com dez anos, sempre apaixonada pelos animais, produzida em oficina orientada pela artista Jussara Age.

“Gado bebendo água”(detalhe) - Arthur Nísio – óleo sobre tela -70x100cm .“Pato” Paulo Dias – Óleo – sem data .
“Gado bebendo água”(detalhe) – Arthur Nísio – óleo sobre tela -70x100cm. “Pato” Paulo Dias – Óleo – sem data .

Para encerrar essa nossa conversa de hoje, também fica aqui, para não esquecermos dos animais do campo, frequente objeto de interesse na obra de Artur Nísio, a bela pintura “Animais no bebedouro”, que citei na semana passada, mas não tive a oportunidade de ilustrar. Como essa não é uma coluna de crítica de arte, ou mesmo de história da arte, falo mais das minhas impressões e do meu olhar como artista e, às vezes, como colecionadora. Saibam, leitores, que aqui vocês têm sempre um espaço para sugerir, comentar e propor temas para a nossa conversa semanal, que hoje, tratou de agradecer a contribuição dos amigos que fizeram sugestões na semana passada.

(Ilustração de abertura: ”Intimidade I”- Alfredo Andersen – Sem data – Oléo sobre tela -76×66,5cm – Acervo Museu Casa Alfredo Andersen.)

Leia outras colunas da Elizabeth Titton aqui.

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