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O cão na arte

20/02/2024
cães

Símbolo da amizade, fidelidade e companheirismo, os cães sempre tiveram um lugar reservado nas expressões artísticas dos homens. Desde a idade da pedra figuravam entre os animais da arte rupestre. Os egípcios tinham Anúbis, o deus-cão, os gregos já os retratavam em seus negros vasos em cenas de caça ou guerra, os romanos os registraram em mosaico (Pompéia no ano 1 A.C.). Esses povos deixaram legados de arte e mitologia relatando a importância dos cães em suas sociedades e reverenciando a sua amizade e lealdade. Mais tarde, a heráldica fala de sua importância em escudos e bandeiras das nobres famílias. O cão também foi símbolo de riqueza, uma vez que poder alimentá-los e usá-los nas caçadas só era possível para a aristocracia. Foi também, muitas vezes, na história dos homens, o guardião das portas do Inferno.

 

Sempre presentes nos clássicos das artes, como “As meninas” de Velásquez, e em quadro de Picasso, que retrata a mesma obra em sua própria linguagem e coloca seu pet favorito, Lump, um Teckel, no lugar do originalmente retratado pelo pintor, figuram também em obras de Renoir, Francis Bacon, Lucian Freud. Todos eles incluíram o melhor amigo do homem em suas pinturas.

 

Louise e os cães

 

Hoje, além de fazerem parte do nosso dia a dia como cães–guia, cães de guarda e de companhia, nas telonas ou telinhas foram atores, como Lessie, Rin-Tin-TIn, que levaram gerações às lagrimas, tanto quanto a ruidosas torcidas. Guerreiros, amigos inseparáveis, que salvavam crianças e soldados, foram também eternizados em esculturas por sua amizade e fidelidade até após a morte de seus donos. Nos desenhos de Disney são incontáveis: “Lady e o Vagabundo”; Napoleão, o Basset hound encantador das “Aristogatas”; os Dálmatas e seus 101 filhotes na “Guerra dos Dálmatas” são alguns dos que figuram entre os mais amados. Já o “Grayhound”, virou para sempre, símbolo de velocidade, gravado nas laterais dos ônibus da companhia que os eternizou. E não poderia esquecer o Dogue Alemão, assustado e bobalhão, chamado Scooby-Doo.

 

Os cães, na literatura, desde Argos, da Odisséia de Homero, que foi o único a reconhecer seu dono quando voltou para casa, até a Baleia de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, Totó em o Mágico de Oz, Fofo, de Harry Potter, encarregado de proteger a pedra filosofal, “falaram” dos tempos em que viveram e das aventuras que protagonizaram com seus inseparáveis donos (hoje denominados tutores) e seus amigos de espécie.

 

Nos quadrinhos, Milú, do Titin, e o adorável Ideafix, mascote de Obelix, defensor da natureza, nas aventuras de Astérix (Albert Uderzo, 1927-2020, em parceria com René Goscinny) nos levaram proporcionaram intermináveis emoções e risadas. Sempre fiéis aos amigos, enriqueceram nossas vidas e continuarão a fazê-lo, por muito tempo. Vamos encerrar aqui com Snoopy, de Charlie Brown, dos Peanuts (tirinha de jornal) que teve leitores em 75 países e foi traduzido em 21 idiomas. Nascido em 2 de outubro de 1950, foi criado pelo cartunista norte-americano Charles Schulz (1922-2000). Inicialmente era um cachorro de todos e foi aos poucos ficando só de Charlie Brown. Cheio de charme e, humanizado, dorme em cima de sua casinha e é amigo do passarinho amarelo chamado Woodstok.

 

Amigos, alegres, corajosos e adoráveis são esses animais, que nos fazem companhia, nos divertem e nos protegem. Cães maravilhosos, das mais variadas espécies, estão intimamente ligados a nós, seres humanos (nem sempre muito humanos) e nossas histórias e aventuras e tão bem lembrados nas artes.

 

(Imagem de abertura: Francisco Santos)

 

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