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VIDAL-CABECA-COLUNA

Asia: o supergrupo dos anos 80

05/03/2025

Muito se fala de supergrupos no rock, quando vários músicos consagrados em outras bandas se unem e lançam álbuns. Um desses supergrupos que marcou época foi o Asia, misturando rock progressivo, hard rock e AOR. Formado pelo baixista e vocalista John Wetton (King Crimson, Uriah Heep), o tecladista Geoff Downes (The Buggles, Yes), o guitarrista Steve Howe (Yes) e o baterista Carl Palmer (Emerson, Lake & Palmer), lançaram o primeiro e autointitulado álbum da excelente discografia da banda. A produção é de Mike Stone e a arte da capa, um espetáculo, é de Roger Dean.

A faixa de abertura é também o maior hit do álbum. Heat Of The Moment combina riffs de guitarra marcantes, sintetizadores brilhantes e um refrão arrasador. A voz de John Wetton é poderosa e emotiva, enquanto os arranjos de teclado de Geoff Downes dão um toque futurista. A letra fala sobre arrependimento e decisões impulsivas, temas universais que ressoam com o público. É uma canção que define o som da Asia e do rock dos anos 80. “Do you remember when we used to dance? And incidence arose from circumstance, One thing lead to another we were young, And we would scream together songs unsung, It was the heat of the moment, Telling me what your heart meant, Heat of the moment shone in your eyes.”

Outro single de sucesso, Only Time Will Tell começa com um riff de baixo marcante e evolui para uma mistura de teclados atmosféricos e guitarras precisas. A estrutura da música é mais complexa, com mudanças de andamento e harmonias vocais que lembram o legado progressivo dos membros da banda.

Com um início épico e dramático, Sole Survivor é uma das faixas mais progressivas do álbum. A bateria de Carl Palmer é destaque, sendo complexa e precisa. A guitarra de Steve Howe traz solos melódicos e riffs cortantes, enquanto os teclados criam uma atmosfera grandiosa. A letra fala sobre resiliência e superação, reforçando o tom grandioso da música.

Uma balada poderosa que começa suave e cresce em intensidade. One Step Closer mostra a versatilidade da banda, com arranjos de teclado que lembram o trabalho de Downes no The Buggles. A voz de Wetton é emotiva e a guitarra de Howe adiciona camadas de textura. A letra aborda a busca por conexão e compreensão em um relacionamento.

Time Again retoma o vigor do início do álbum, com um riff de guitarra energético e uma batida pulsante. É uma das canções mais pesadas do álbum, com elementos de hard rock e prog rock. A estrutura é complexa, com mudanças de andamento e seções instrumentais intrincadas. A letra reflete sobre ciclos e repetições na vida.

Outro destaque do álbum, Wildest Dreams começa com um riff de baixo marcante e evolui para um refrão memorável. Os teclados brilham novamente, criando uma atmosfera futurista, enquanto a guitarra de Howe adiciona um toque clássico. A letra fala sobre ambição e a busca por algo maior, temas que ressoam com o espírito da época.

Uma balada emocional que mostra o lado mais sensível da banda. Without You é centrada na voz de Wetton, que transmite uma sensação de vulnerabilidade. Os arranjos de teclado são sutis e melódicos, enquanto a guitarra de Howe complementa a atmosfera introspectiva.

Cutting It Fine traz de volta o lado progressivo da banda, com mudanças de andamento e arranjos complexos. A faixa começa suave, com pianos e vocais suaves, mas logo evolui para seções mais intensas e dramáticas. A bateria de Palmer e o baixo de Wetton são destaque, criando uma base sólida para os teclados e a guitarra.

Here Comes The Feeling encerra o álbum. Começa com um riff de guitarra marcante e mantém um clima energético ao longo de toda a canção. Combina elementos de rock progressivo e pop, com um refrão sensacional e arranjos elaborados. Um final apoteótico.

O álbum Asia é uma obra-prima com uma complexidade musical espetacular. Cada faixa traz algo único, seja um riff memorável, um arranjo de teclado brilhante ou uma letra elaborada. A química entre os membros da banda é evidente, e o álbum captura o espírito do início dos anos 80, quando o rock progressivo começava a se fundir com o hard rock. É o rock’n’roll dos anos 80. O bom e velho rock’n’roll.

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