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18/04/2024



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Barão Vermelho: o rock despojado e “stoneano”

 Barão Vermelho: o rock despojado e “stoneano”

Em outubro de 1984, saiu o terceiro álbum do Barão Vermelho. Maior Abandonado foi o último com Cazuza e a formação original, Roberto Frejat, Guto Goffi, Dé Palmeira e Maurício Barros. Com produção de Ezequiel Neves e do próprio Barão, o álbum ganhou disco de ouro na época. É o melhor da carreira da banda, com sucessos inesquecíveis.

 

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A faixa-título, Maior Abandonado, inicia o álbum. Um rock “stoneano” muito elaborado, o que era típico da banda. A guitarra de Frejat é puro Keith Richards, uma de suas maiores influências. E a letra é de um deboche maravilhoso. “Mentiras sinceras me interessam…”.

 

 

Baby Suporte é outra com toques de hard rock. “Que diferença entre o amor e o escárnio!” O coro no refrão é espetacular. E o teclado de Maurício Barros é espetacular. Uma das melhores do álbum.

 

Sem Vergonha começa com sax e a voz inconfundível de Cazuza. “Sem vergonha e sem culpa. Na paz.” Frejat é econômico com a sua guitarra, mas dá todo o andamento da canção.

 

Você Se Parece Com Todo Mundo também começa com sax. E o teclado faz a diferença, mandando na canção. A bateria de Guto Goffi é cadenciada e perfeita. “Você se parece com todo mundo. Eu te amei demais. Eu sofri pra burro.”

 

Milagres começa com uma guitarra pesada e uma cadência bem coesa. O baixo de Dé Palmeira leva a canção. “Que tempo mais vagabundo esse agora, que escolheram pra gente viver. Milagres, milagres.”

 

Não Amo Ninguém é um blues de primeira categoria com influência descarada de Robert Johnson. “Eu não amo ninguém, parece incrível. Não amo ninguém. E é só amor que eu respiro.” O solo de guitarra é fabuloso. E o teclado dá um show à parte.

 

Por Que A Gente É Assim? é outro blues. Um hard blues com guitarra pesada e baixo reto. A canção tem vários andamentos, ora mais lento, ora mais rápido. E sua letra é a mais sensacional já composta por Cazuza e Frejat (esta também com Ezequiel Neves). “Você tem exatamente um segundo pra aprender a me amar. Você tem a vida inteira, baby, pra me devorar. Pra me devorar!” Sensacional!

 

 

Narciso é um rock despojado, com uma guitarra ritmada e, novamente, teclados cadenciados. “Eu tenho tudo o que você precisa. E mais um pouco. Nós somos iguais na alma e no corpo.”

 

Nós é mais uma “stoneana”. Andamento quebrado. Teclados e efeitos mandam. A bateria é muito boa mesmo. O solo de guitarra é perfeito. “Vê, são tantas histórias. Que ainda temos que armar. Que ainda temos que amar.”

 

Dolorosa é rock. Guitarra com pedais, bateria reta e baixo cadenciado. “Doce ar de chantagem pr’uma noite melhor. Nós dois e mais ninguém.” O solo de guitarra é curto e voraz. O solo de baixo é uma aula. Teclados e efeitos aparecem novamente. Mas são legais.

 

O álbum encerra com a melhor: Bete Balanço. Um hino dos anos 1980 no país. “Quem tem um sonho não dança, Bete Balanço, por favor! Me avise quando for embora.” A levada da canção é extraordinária. O solo de guitarra é matador. E a bateria dá todo o andamento da canção. Uma canção épica, trilha do filme de mesmo nome, lançado em 1984, escrito e dirigido por Lael Rodrigues. Estrelado por Débora Bloch e Lauro Corona. Um filme que retratava os anos 1980. Os mais criativos do rock brasileiro. Do bom e velho rock’n’roll.

 

 

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