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VIDAL-CABECA-COLUNA

Black Country Communion: o supergrupo de lendas do rock

02/04/2025

O Black Country Communion, supergrupo formado por Glenn Hughes (baixo/vocal), Joe Bonamassa (guitarra/vocal), Jason Bonham (bateria) e Derek Sherinian (teclados), retorna em 2024 com seu quinto álbum de estúdio, simplesmente intitulado V. Após um hiato de sete anos, a banda mantém sua essência no hard rock clássico e no blues-rock pesado, mas com uma produção ainda mais refinada e impecável de Kevin Shirley. Foi lançado em 14 de junho de 2024.

 

Black Country Communion V

 

Enlighten, a abertura do álbum, já estabelece o tom épico. Com um riff pesado e groove marcante, lembra o melhor do Led Zeppelin, mas com a assinatura moderna da banda. A voz poderosa de Glenn Hughes domina, enquanto Joe Bonamassa entrega solos afiados. Os teclados de Sherinian adicionam uma camada atmosférica, e a bateria de Bonham é implacável.

Stay Free é um blues-rock acelerado, com um riff contagiante que poderia facilmente ser um single. A química entre Hughes e Bonamassa nos vocais é impressionante, e o solo de guitarra é cheio de emoção. A letra fala sobre liberdade e resistência, temas recorrentes no repertório da banda.

Red Sun é uma das faixas mais pesadas do álbum, com um riff que lembra Deep Purple (banda de Hughes no passado). Os teclados de Sherinian trazem um clima anos 1970, enquanto a seção rítmica (Hughes e Bonham) mantém a energia alta. Bonamassa solta um solo incendiário no meio da canção.

Restless é uma balada poderosa, mostrando o lado mais melódico da banda. Hughes canta com soul e profundidade, enquanto Bonamassa complementa com linhas de guitarra sensíveis. A dinâmica da cançaõ, que vai de suave para intensa, é um dos pontos altos do álbum.

Mais curta e direta, Letting Go aposta em um refrão incrível e uma melodia primorosa. Os elementos progressivos, comuns na sonoridade da banda, aparecem de forma mais sutil aqui, dando lugar a um som mais acessível e radiofônico​.

Skyway, outro destaque, tem um riff marcante e um groove irresistível. A letra tem um tom mais introspectivo, e a interação entre guitarra e teclados é espetacular. O final da canção tem uma jam poderosa, mostrando a improvisação magistral da banda.

You’re Not Alone é um blues pesado e emocional, com Hughes no seu melhor. A guitarra de Bonamassa é suja e cheia de attitude, enquanto a bateria de Bonham mantém um swing pesado. A faixa tem um coro fantástico.

Love And Faith é uma canção mais experimental, com elementos progressivos e mudanças de tempo interessantes. Sherinian brilha aqui, com layers de teclado que lembram Jon Lord. A ponte instrumental é uma viagem sonora, com todos os membros mostrando sua técnica.

Too Far Gone é um rock acelerado, quase punk em sua energia crua. Hughes grita com intensidade, e Bonamassa entrega um dos solos mais rápidos do álbum. Bonham está absolutamente selvagem na bateria.

The Open Road é outra balada, mas com um ar mais country-blues, mostrando a versatilidade da banda. Bonamassa assume os vocais nesta, e sua voz combina perfeitamente com o clima melancólico da canção.

O álbum fecha com uma jam épica de quase oito minutos, The Truth. Começa lenta e atmosférica, mas logo explode em um hard rock pesado. Todos os membros têm momentos de destaque, especialmente Sherinian com um solo de teclado alucinante. O final grandioso deixa o ouvinte querendo mais.

V é um álbum que consolida o Black Country Communion como um dos supergrupos mais criativos e com uma musicalidade ímpar. A produção é impecável, as performances são de alto nível, e as composições variam entre o blues-rock cru e o hard rock progressivo, marcando a história do rock’n’roll. Do bom e velho rock’n’roll.

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