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Bruce Dickinson: o cidadão honorário do heavy metal

24/04/2024
bruce

Ser o vocalista de uma das maiores bandas de heavy metal do mundo, faz aumentar a responsabilidade de, ao lançar carreira-solo, permanecer no mais alto escalão do rock. E isso aconteceu com Bruce Dickinson. Sua história nas bandas Samson e Iron Maiden, é irreparável. Seu quinto álbum solo, The Chemical Wedding, é um primor de produção, arte e sonoridade. Com seu fiel amigo Adrian Smith na guitarra, Roy Z, guitarra, teclados e a produção do álbum, Eddie Casillas, baixo e David Ingraham, bateria, Bruce conduz uma jornada pelo mais puro heavy metal. A capa é a pintura “The Ghost of a Flea”, de William Blake.

 

 

King In Crimson, a faixa de abertura estabelece imediatamente a atmosfera épica e sombria do álbum. Dickinson exibe sua habilidade vocal excepcional, enquanto a banda entrega riffs poderosos e uma melodia envolvente. A letra evoca imagens de reis sombrios e cenários de fantasia. “In the darkness the ravens head, In the courtyard clothed in fear, I see gates that are opening, There’s only one way out of here, Daylight has gone, the night has come, See his twisted sons and daughters, Wrighting slowly in Satan’s mire, If you only could see the visions, The trembling world I now despise.”

 

 

Chemical Wedding, a música-título, é uma das peças centrais do álbum. Com uma introdução sinistra e letras enigmáticas, Dickinson mergulha no simbolismo alquímico para criar uma narrativa obscura e intrigante. Os solos de guitarra são arrebatadores, adicionando uma dimensão extra à composição.

 

 

The Tower é uma canção épica que evoca imagens de construções imponentes e misteriosas. A voz de Dickinson é emotiva e poderosa, enquanto a instrumentação cria uma paisagem sonora vasta e grandiosa. A letra explora temas de ascensão e queda, com referências à mitologia e à história.

 

 

Uma explosão de energia e intensidade, Killing Floor apresenta riffs agressivos e uma performance vocal visceral de Dickinson. A letra retrata um cenário de batalha e conflito, com imagens vívidas e poderosas.

 

Book Of Thel, uma faixa mais introspectiva oferece um contraste bem-vindo com as músicas anteriores. Dickinson demonstra sua versatilidade vocal, entregando uma performance emotiva e melancólica. A letra explora temas de mortalidade e transcendência, com referências à obra de William Blake. “Come the dawning of the dead, In famine and in war, Now the harlot womb of death, Spits out its rotten core.”

 

Uma composição complexa e multifacetada, Gates Of Urizen, mergulha nas profundezas da mitologia e da filosofia. Dickinson entrega uma performance teatral e poderosa, enquanto a banda cria uma paisagem sonora densa e envolvente.

 

Uma reinterpretação surpreendente do hino clássico, Jerusalem mantém a essência da música original enquanto adiciona uma camada de intensidade e peso. Dickinson demonstra sua habilidade de transmitir emoção através da voz, elevando a música a novas alturas.

 

Trumpets Of Jericho é uma das faixas mais intensas do álbum. Os riffs de guitarra são frenéticos, enquanto Dickinson entrega uma performance vocal imponente. A letra evoca imagens de guerra e destruição, criando uma atmosfera de urgência e conflito. “At the trumpets of Jericho, Still the walls remain, At the trumpets of Jericho, Avalon’s in chains, This is the river of space, This is the river of time, Chase the dragons of infinity.”

 

 

Machine Men é uma reflexão sombria sobre a natureza da humanidade e da tecnologia. Apresenta letra provocativa e uma instrumentação pesada. Dickinson mais uma vez mostra sua habilidade de transmitir emoção e profundidade através da voz, tornando esta faixa uma das mais memoráveis do álbum.

 

The Alchemist é uma jornada épica através de paisagens sonoras vastas e misteriosas. Dickinson entrega uma performance vocal emocionante e poderosa, enquanto a banda cria uma atmosfera de mistério e maravilha. A letra explora temas de transformação e renascimento, encerrando o álbum de forma magistral. “Four headed dragon for the four degrees of fire, Purify the insane, bring the solution ever higher, Bring me all the elements, spread them round my head, Bring me mad men’s bodies, I will break them all like bread, Don’t try and blame me for your sins, For the sun has burned me black, You’re hollow lives, this world in which we live, I hurl it back.”

 

 

The Chemical Wedding é um testemunho da genialidade de Bruce Dickinson como compositor e performer. Com suas letras profundas e complexas, sua voz imponente e a instrumentação habilmente executada pela banda, este álbum continua a ser uma obra-prima do heavy metal. Do rock’n’roll. Do bom e velho rock’n’roll.

 

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