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Eric Clapton: o melhor álbum acústico da série Unplugged

30/08/2023
clapton

Todos nós sabemos que a onda de álbuns acústicos foi forte, mas hoje em dia está bem fraca. Nunca fui um apreciador desse tipo de álbum ao vivo e cheio de versões melosas. Mas tenho que reconhecer que o Unplugged do guitarrista Eric Clapton é uma verdadeira pérola. É uma jornada musical autêntica e emocionalmente ressonante. Clapton não apenas demonstra seu virtuosismo na guitarra acústica, mas também compartilha emoções profundas através de sua interpretação e escolha das músicas. Gravado em 16 de janeiro de 1992, para seletos convidados no Bray Film Studios, em Windsor, Inglaterra, foi lançado em 25 de agosto de 1992.

 

 

 

A faixa de abertura, Signe, é um instrumental cativante composto por Eric Clapton. Sua habilidade na guitarra acústica é evidente desde o início, estabelecendo o tom para um álbum repleto de performances virtuosas e intimistas.

 

Clapton segue com a interpretação de Before You Accuse Me, originalmente escrita por Bo Diddley. A versão desplugada mantém o ritmo pulsante do blues e destaca a voz rasgada de Clapton, trazendo uma sensação autêntica ao som.

 

Hey Hey, composta por Big Bill Broonzy, traz uma mudança de atmosfera com seu estilo mais descontraído e animado. Clapton demonstra sua destreza no fingerpicking enquanto canta alegremente.

 

Uma das músicas mais emocionais do álbum, Tears in Heaven é uma colaboração entre Clapton e o letrista Will Jennings. A canção é um tributo tocante ao filho falecido de Clapton e sua interpretação carregada de emoção ressoa profundamente. “Would you know my name, If I saw you in Heaven? Would it be the same,If I saw you in Heaven? I must be Strong, And carry on, ‘Cause I know I don’t belong, Here in Heaven.”

 

https://www.youtube.com/watch?v=3gWw8QSBYmI&ab_channel=%EC%9B%8C%EB%84%88%EB%AE%A4%EC%A7%81%EC%BD%94%EB%A6%AC%EC%95%84%28WarnerMusicKorea%29

 

Voltando a uma atmosfera mais contemplativa, Clapton apresenta Lonely Stranger, uma de suas próprias composições. A melodia suave e a voz tranquila de Clapton capturam a sensação de solidão retratada na letra.

 

Em Nobody Knows You When You’re Down and Out, Clapton revive um clássico do blues composto por Jimmy Cox. A música fala sobre as mudanças nas relações conforme as circunstâncias mudam, e Clapton transmite essa mensagem com seu estilo confiante.

 

Uma das faixas mais icônicas de Clapton, Layla, coescrita por ele e Jim Gordon nos tempos da banda Derek and the Dominos, recebe uma interpretação desplugada única. A versão acústica mantém a essência da paixão e do desejo presentes na música original.

 

 

Running on Faith, composta por Jerry Lynn Williams, reflete sobre questões espirituais e amorosas. A voz suave de Clapton se mescla perfeitamente com os acordes da guitarra, criando uma atmosfera de introspecção.

 

Clapton presta homenagem ao legado do blues ao interpretar Walkin’ Blues de Robert Johnson, um de seus ídolos. Sua habilidade na guitarra resgata a autenticidade e a vivacidade dessa clássica composição de blues.

 

 

Alberta é uma canção tradicional arranjada por Clapton. A simplicidade do arranjo acústico acentua a aura folk e ressalta a habilidade de Eric como intérprete.

 

San Francisco Bay Blues, canção de Jesse Fuller, Clapton injeta um toque de otimismo com sua abordagem descontraída. A música encarna o espírito do folk e apresenta um ritmo animado.

 

 

Outra vez, Clapton mergulha nas raízes do blues com Malted Milk, mais uma canção de Robert Johnson. Sua voz crua e a melodia despojada fazem justiça ao estilo do blues clássico.

 

Uma colaboração entre Clapton e Robert Cray, Old Love é uma reflexão sobre o amor passado. A música destaca a conexão entre a voz e a guitarra de Clapton, envolvendo o ouvinte na nostalgia da letra.

 

Encerrando o álbum, Clapton escolhe Rollin’ and Tumblin, uma composição de Muddy Waters, outro dos ídolos do Slowhand. Com sua pegada enérgica e rítmica, a música fecha o álbum em grande estilo, capturando a essência crua do blues.

 

 

Muitos álbuns acústicos foram lançados nas décadas de 1990 e 2000, porém este álbum merece o destaque nesta coluna. “Clapton is God!”. Um deus do blues. Um deus do rock. Do bom e velho rock’n’roll.

 

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