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07/09/2024

marcus vidal rock n' roll

Joy Division: os mestres do pós-punk

joy

Quando se fala no gênero pós-punk, a banda que mais representa essa vertente é, sem dúvida o Joy Division. Formado em 1978 por Ian Curtis (vocal), Bernard Sumner (guitarra e teclados), Peter Hook (baixo) e Stephen Morris (bateria), lançou em 18 de julho de 1980 seu segundo e último álbum, Closer. Uma verdadeira obra-prima do rock inglês, que mudou a cena musical no mundo todo. Com a produção de Martin Hannett, o derradeiro álbum apareceu após o suicídio de Ian Curtis.

A faixa de abertura, Atrocity Exhibition, é um mergulho sombrio em uma atmosfera de caos e desolação. A letra, inspirada no livro “The Atrocity Exhibition” de J.G. Ballard, explora temas de voyeurismo e desumanização. O ritmo tribal da bateria de Stephen Morris e os riffs de guitarra distorcidos de Bernard Sumner criam um cenário perturbador.

Uma das canções mais acessíveis do álbum, Isolation combina uma batida eletrônica com linhas de sintetizador. A letra reflete a sensação de solidão e desconexão de Ian Curtis, transmitindo uma sensação de angústia pessoal. O contraste entre a melodia quase dançante e o tema sombrio exemplifica a dualidade presente na obra da banda. “In fear every day, every evening, He calls her aloud from above, Carefully watched for a reason, Painstaking devotion and love, Surrendered to self preservation, From others who care for themselves, A blindness that touches perfection, But hurts just like anything else.”

Passover mantém a atmosfera sombria com um ritmo mais lento e meditativo. A letra de Curtis explora temas de culpa e redenção, enquanto o baixo de Peter Hook e a guitarra de Sumner criam uma base sonora hipnótica.

Uma das faixas mais intensas do álbum, Colony apresenta uma energia frenética e uma sensação de desespero crescente. A letra é enigmática, sugerindo uma batalha interna e um sentimento de aprisionamento. A instrumentação é agressiva e tensa.

Com uma linha de baixo marcante e uma batida persistente, A Means To An End explora temas de traição e decepção. A letra é direta e contundente, refletindo suas lutas pessoais. “A house somewhere on foreign soil, Where ageing lovers call, Is this your goal, your final needs? Where dogs and vultures eat, Committed still, I turn to go, I put my trust in you, I put my trust in you, I put my trust in you.”

Uma das faixas mais longas do álbum, Heart And Soul tem uma qualidade quase etérea. A combinação de sintetizadores sombrios e a linha de baixo envolvente cria uma atmosfera introspectiva. A letra explora temas de identidade e perda, mergulhando profundamente em seu estado emocional.

Twenty Four Hours é uma das faixas mais emocionantes do álbum, tanto liricamente quanto musicalmente. A letra é uma expressão crua de desespero e angústia, enquanto a instrumentação varia de momentos calmos a explosões de intensidade. “So this is permanence, Love’s shattered pride, What once was innocence, Turned on its side, A cloud hangs over me, Marks every move, Deep in the memory, Of what once was love.”

Uma das faixas mais sombrias e melancólicas, The Eternal é marcada por um ritmo lento e uma melodia fúnebre. A letra reflete uma sensação de perda e desolação, com imagens poéticas de isolamento. A atmosfera sombria é intensificada pelos acordes de piano e sintetizadores.

A faixa de encerramento, Decades, é um épico melancólico que reflete sobre o passado e a passagem do tempo. A combinação de sintetizadores profundos e a batida lenta cria uma sensação de grandiosidade e pesar. “Watched from the wings as the scenes were replaying, We saw ourselves now as we never had seen, Portrayal of the traumas and degeneration, The sorrows we suffered and never were freed.”

O Joy Division marcou época e será sempre lembrado como a maior e melhor banda inglesa da década de 1980. Até hoje é influência para músicos e bandas que apreciam o seu estilo. O rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.

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