Em 18 de setembro de 1983, quarenta anos atrás, o Kiss dava uma guinada na sua carreira, entrando de cabeça no hard rock dos anos 1980. Lançam Lick It Up, seu 11º álbum de estúdio. O grande alvoroço se deu com a aparição dos membros da banda sem as tradicionais maquiagens, marca registrada dos músicos. A produção do álbum foi de Michael James Jackson, Gene Simmons, o baixista da banda e Paul Stanley, guitarrista. Completavam a banda, Eric Carr, tocando magistralmente a bateria e Vinnie Vincent, guitarrista, que foi efetivado como membro oficial, porém já havia contribuído no álbum anterior, Creatures Of The Night, já comentado nessa coluna.
A faixa de abertura, Exciter, apresenta uma energia contagiante que estabelece o tom para o álbum. A letra é carregada de imagens de paixão e desejo, com um riff de guitarra poderoso e um solo sensacional. É uma excelente escolha para abrir o álbum e mostra que a banda estava pronta para um novo começo.
Not For The Innocent mantém o ritmo acelerado e a atitude sexual que é característica do Kiss. As letras sugerem um estilo de vida hedonista, e a música é impulsionada por riffs de guitarra poderosos. A atuação vocal de Paul Stanley se destaca aqui, transmitindo uma sensação de urgência. “I’m mean and I’m dirty, like none you’ve ever seen, Bad habits drip like honey, no tongue can lick me clean, I’m not of royal blood, I’ve never been discreet, Better lock up your daughters, we’re comin’ to your town, We’re here for the slaughter, kick you when you’re down, Kick you when you’re down”.
A faixa-título, Lick It Up, é um dos maiores sucessos da banda. Com uma melodia sensacional e um refrão marcante, a música celebra a liberdade e a expressão sexual. As letras são diretas e provocantes, tornando-a uma das músicas mais icônicas da banda, tocada até hoje nos shows. “Don’t wanna wait ‘til you know me better, Let’s just be glad for the time together, Life’s such a treat and it’s time you taste it, There ain’t a reason on earth to waste it, It ain’t a crime to be good to yourself, Lick it up, lick it up, oh, it’s only right now”.
Young And Wasted é uma música mais pesada, com um riff de guitarra poderoso e letras que exploram a rebeldia e a sensação de imortalidade da juventude. Gene Simmons entrega uma performance vocal sólida, e a música tem um impulso contagiante.
Gimme More mantém o ritmo acelerado do álbum e apresenta letras que sugerem um apetite insaciável por prazer. A guitarra de Vinnie Vincent brilha nesta faixa, com um solo impressionante.
All Hell’s Breakin’ Loose tem um toque de funk/rap em sua abordagem musical, o que a diferencia das faixas anteriores. As letras falam sobre caos e desordem, e a música tem uma vibe animada. Mas soa estranha no álbum.
A Million To One é uma balada poderosa que destaca a habilidade vocal de Paul Stanley. As letras exploram temas de amor perdido e arrependimento, adicionando uma dimensão emocional ao álbum. É a melhor canção do álbum. “A million to one, that’s what it will be, million to one, there’s someone better than me, A million to one, no, you never will find, A million to one, another love like mine”.
Fits Like A Glove retorna ao estilo mais direto e sexual do Kiss, com letras provocantes e um riff de guitarra matador. É uma música cheia de energia e atitude.
Dance All Over Your Face é outra faixa com um toque de funk, apresentando um groove viciante. As letras sugerem um espírito de festa e diversão, tornando-a uma escolha apropriada para a parte final do álbum.
A faixa final, And On The 8th Day, tem um som grandioso e épico. A letra explora temas de criação e deuses do rock. É uma escolha interessante para encerrar o álbum, dando a sensação de que a banda estava renascendo de uma nova forma. “And on the 8th day God created rock and roll, On the 8th day God created rock and roll”. E se no oitavo dia Deus criou o rock’n’roll, o Kiss sempre será um dos seus apóstolos, divulgando esse rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.
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Um excelente trabalho do Kiss, boas lembranças. Parabéns pela coluna Professor!