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25/04/2024



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Os Paralamas do Sucesso: um trio que emplacou canções memoráveis

 Os Paralamas do Sucesso: um trio que emplacou canções memoráveis

Foi na década de 1980 que tomei gosto pelo rock. Primeiro pelo rock “em inglês”, de bandas consagradas na década anterior: Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, Kiss, The Police, entre outras. Mas a década de 1980 foi frutífera para o rock brasileiro. Muitas bandas surgiram pelo país. Uma delas foi ‘Os Paralamas do Sucesso’. Após um alvoroço com seu primeiro álbum, ‘Cinema Mudo’, lançaram o segundo, em agosto de 1984, o sensacional O Passo Do Lui. Com produção de Marcelo Sussekind, o trio formado por Herbert Vianna, João Barone e Bi Ribeiro é responsável por algumas das músicas mais tocadas na década. Um verdadeiro sucesso de público e crítica, chegando a vender 350 mil cópias.

 

 

Em Óculos a bateria já explode no início. As baquetas de João Barone são arrebatadoras. A canção é uma crítica ao bullying sofrido por Herbert, que usava óculos na época. O baixo é marcante. E o vocal é leve e despretensioso. Descompassada e divertida, a canção é marcante.

 

Meu Erro é estupenda. Novamente a bateria se destaca. A levada de guitarra é simples, eficaz e inesquecível. Ecos de The Police. Mas é muito boa. E a letra é espetacular. “Eu dizia o seu nome, não me abandone jamais!”

 

 

Fui Eu é um ska-reggae dos melhores. O baixo de Bi Ribeiro dá todo o andamento da canção. E a voz de Herbert está perfeita, ritmada e segura. Sua guitarra é dinâmica. A bateria é um caso à parte novamente.

 

Romance Ideal é uma balada, cantada com muita maestria por Herbert. A guitarra é o grande destaque, com uma ótima levada e um solo arrasador. A bateria? Nada a declarar. Apenas ouça. Maravilhosa. Realmente o trio está perfeito. “Se eu queria enlouquecer, esse é o romance ideal.” A melhor faixa do álbum.

 

 

Ska é, sem dúvida, a forma mais perfeita e alegre do ska. Tem metais, levada perfeita de guitarra e viradas de bateria espetaculares. Deixariam Neil Peart (Rush) boquiaberto. “E daí? Nada mais…” Nada mesmo. Perfeita.

 

Mensagem de Amor é outra balada maravilhosa. E começa com uma guitarra estilo Andy Summers (The Police), baixo cadenciado e bateria estrondosa e rápida. “A não ser, a vontade de te encontrar. O motivo eu já nem sei. Nem que seja só para estar ao seu lado, só para ler no seu rosto, uma mensagem de amor.” O solo de guitarra é Clapton puro. Seguro e voraz.

 

 

Me Liga é outra balada. Mais lenta, Herbert sussurra alto a letra da canção. Sua guitarra é formidável, com um solo simples. “Se você lembrar, se quiser jogar, me liga, me liga”. Memorável.

 

Assaltaram A Gramática é uma composição de Lulu Santos e Waly Salomão. E Lulu participa da canção. A letra é bem interessante. E o trio arrebenta de novo. Ecos de The Clash na levada meio reggae sem deixar de ser rock.

 

Menino E Menina é outro reggae. A bateria se destaca novamente e o baixo dá o tom da canção. Anos 1980 mesmo.

 

O álbum encerra com a canção homônima, O Passo Do Lui, meio instrumental e interessante, tocada com muita segurança pela banda. Com viradas de bateria, paradas, guitarras ska, coro despretensioso e um fabuloso naipe de metais.

 

Este álbum teve 8 das 10 faixas tocadas nas rádios. E ainda pedidas em shows da banda. Sucessos inesquecíveis, que não saem das nossas cabeças roqueiras. O bom e velho rock’n’roll brasileiro.

 

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