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Rita Lee: a expressão do rock brasileiro

10/05/2023
rita

Que tristeza! Infelizmente o Brasil perdeu Rita Lee. Nossa eterna Mãe do Rock! Essa coluna presta hoje, uma singela homenagem a uma das maiores figuras da música nacional. A melhor expressão do rock brasileiro. Seu quarto álbum, Fruto Proibido, o segundo com a banda Tutti Frutti, foi um sucesso estrondoso. Lançado em 1975, vendeu mais de duzentas mil cópias, tornando-se o 16º melhor disco brasileiro de todos os tempos, da lista dos 100 maiores discos da música brasileira, da revista Rolling Stone.

 

 

Dançar Para Não Dançar começa com um piano de cabaré bem animado. E, de repente, vem Rita Lee com sua voz marcante e uma guitarra rasgada ao fundo. A canção é rock da melhor qualidade. Descompassada e com um solo de guitarra curto e grosso. Sensacional.

 

Agora Só Falta Você é a melhor do álbum. A bateria hard rock setentista dá o tom e o andamento dessa canção é espetacular. A guitarra é um caso à parte. Não para de solar. Luis Carlini é um mágico das cordas e das harmonias. “Um belo dia vou lhe telefonar, para lhe dizer que aquele sonho cresceu.”

 

 

Cartão Postal é um blues, composto por Rita e Paulo Coelho. E é muito bom. Novamente a guitarra é arrasadora. Seu solo é puro blues do Mississippi. O baixo de Lee Marcucci aparece mais forte. O piano é melancólico.

 

Fruto Proibido tem uma bateria forte e uma harmônica ritmada, tocada e solada por Carlini. Maravilhosa.

 

Esse Tal de Roque Enrow, também escrita por Paulo Coelho, é espetacular. A bateria de Franklin Paolillo é compassada e vibrante. É um show. A letra tem todas as angústias dos anos 1970. O sax de Manito é solado na canção inteira. E a guitarra tem um solo digno de bandas como Led Zeppelin, Deep Purple e Bad Company.

 

 

O Toque, outra com Paulo Coelho, começa com uma guitarra solando. O coro no refrão é formidável. A canção é descompassada, com Rita cantando com leveza e suavidade. E ainda toca o sintetizador. Digna de um álbum do Yes.

 

Pirataria também começa com uma guitarra pesada e grave. O baixo manda na canção e Rita canta com garra e uma ironia que só ela consegue. E a guitarra continua pesada até o final. Tem um solo de flauta que Ian Anderson do Jethro Tull aprovaria.

 

Luz Del Fuego já entra com uma guitarra abusada. “Eu hoje represento a loucura!” A letra é a melhor do álbum. Uma sincera homenagem a todas as mulheres. Um manifesto feminino. Um verdadeiro manifesto feminino. “Amanhã. E sempre!”

 

Ovelha Negra é o sucesso do álbum. Uma canção eterna. Os violões são puro folk. A voz de Rita é suave e gritada. O piano dá o tom da canção. “Tire isso da cabeça. E ponha o resto no lugar.” O solo de guitarra é inigualável. Um final digno dos grandes roqueiros da década de 1970. E dos 1980. E dos… Ah! De todos os tempos. Um álbum de puro hard rock. E é brasileiro. E é o bom e velho rock’n’roll.

 

 

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