O Simple Minds, banda escocesa formada em 1977, atingiu seu auge ao lançar seu sétimo álbum, Once Upon A Time, em 21 de outubro de 1985. Comandada pelo seu vocalista Jim Kerr, principal compositor, ao lado do guitarrista Charlie Burchill, do tecladista Michael MacNeil, do baixista John Giblin e do baterista Mel Gaynor, a banda atingiu o top 10 nos EUA e no Reino Unido com este álbum.

 

 

Once Upon A Time, a faixa-título introduz o álbum com uma aura épica, combinando guitarras vibrantes e teclados atmosféricos. A voz de Kerr é inconfundível e arrasadora.

 

All The Things She Said é uma canção enérgica com riffs de guitarra pulsantes e um ritmo intenso. Baixo e bateria fazem uma levada espetacular, típica dos anos 1980.

 

 

Ghost Dancing inicia com um riff de guitarra maravilhoso. A faixa incorpora elementos de rock e música folk, criando uma atmosfera vibrante e intensa. A letra faz alusão a eventos históricos e movimentos culturais, adicionando uma camada de profundidade à música.

 

Alive And Kicking é um dos maiores sucessos da banda. É uma balada épica que destaca a emotividade da voz de Jim Kerr. A letra aborda temas de perseverança e superação, enquanto os arranjos instrumentais criam uma sensação de grandeza. “Who is gonna come and turn the tide? What’s it gonna take to make a dream survive? Who’s got the touch to calm the storm inside? Who’s gonna save you? Alive and kicking, Stay until your love is, alive and kicking.”

 

 

Oh Jungleland apresenta um ritmo mais acelerado. A canção possui uma fusão de elementos pop e rock. As letras exploram o apelo e a complexidade da vida urbana, enquanto os instrumentais dinâmicos contribuem para a energia positiva da faixa.

 

I Wish You Were Here é uma balada mais suave que, mais uma vez destaca a habilidade de Jim Kerr como vocalista. Os teclados dão o tom e a levada da canção.

 

Sanctify Yourself tem um riff de guitarra inconfundível. É um hino otimista que celebra a individualidade e a autenticidade. Os teclados fazem, novamente a diferença. E a letra é maravilhosa. “I shout out for shelter, I need you for something, The whole world is out, they’re all on the street, Control yourself, love is all you need, Control yourself, in your eyes, Sanctify yourself, sanctify, Be apart of me, sanctify, Sanctify yourself, sanctify, Sanctify yourself, set yourself free.”

 

 

Come A Long Way é uma faixa mais introspectiva que destaca a habilidade da banda de criar atmosferas sonoras envolventes. Incorpora a levada new wave com um pós-punk mais alegre. Novamente o vocal de Kerr é arrasador.

 

Na edição especial do álbum, lançada nos EUA, Japão e América do Sul, foi incluída a canção Don’t You (Forget About Me), que fez parte da trilha sonora do filme “O Clube dos Cinco (The Breakfast Club)”. A letra da música foi escrita por Keith Forsey e Steve Schiff. A mensagem principal da canção parece ser uma apelo para não ser esquecido e lembrado, especialmente nas situações em que as conexões emocionais são intensas e significativas. Há uma sensação de vulnerabilidade nas palavras, com o cantor pedindo para não ser esquecido, mesmo que o momento em que estão juntos seja passageiro. O refrão, com a frase “Don’t you forget about me“, tornou-se um chamado universal, expressando a necessidade humana básica de ser reconhecido e lembrado, especialmente nas relações que têm um significado especial. A introdução inconfundível de teclado é seguida por uma batida pulsante e por riffs de guitarra que se tornaram emblemáticos. A construção da música é gradual, criando uma tensão que culmina no poderoso refrão. O uso de sintetizadores e elementos eletrônicos reflete a estética da new wave da época, enquanto a entrega apaixonada do vocalista Jim Kerr acrescenta uma dimensão emocional única. “Won’t you come see about me, I’ll be alone dancing, you know it, baby, Tell me your troubles and doubts, Giving me everything inside and out, And love’s strange: so real in the dark, Think of the tender things, That we were working on, Slow change may pull us apart, When the light gets in your heart, baby, Don’t you forget about me, Don’t, don’t, don’t, don’t, Don’t you forget about me.”

 

 

 

Once Upon A Time é um álbum que captura a transição da banda para um som mais expansivo e maduro. Com suas letras poéticas, melódicas envolventes e experimentações sonoras, o álbum é uma celebração da diversidade musical da banda e uma expressão marcante da década de 1980. É atemporal. Assim como o rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.

 

Leia outras colunas do Marcus Vidal aqui.