Uma das bandas mais “afinadas” da década de 1970, o Supertramp lançava seu sexto álbum, Breakfast in America, em 16 de março de 1979. Gravado no The Village Recorder Studio, em Los Angeles, a banda chegava ao seu auge criativo. Formada por Rick Davies (vocais e teclados), Roger Hodgson (vocais, teclados e guitarra), John Helliwell (vocais e saxofone), Bob C. Benberg (bateria) e Dougie Thomson (baixo) venceram dois Grammy Awards, em 1980 e venderam mais de 8 milhões de cópias. Um sucesso estrondoso.
O álbum inicia com Gone Hollywood, com o falsete de Hodgson e a voz rouca de Davies, fazendo um dueto harmônico e inesquecível. Os teclados dão o tom da canção e o saxofone de Helliwell é deleite aos apreciadores do instrumento.
A seguir, The Logical Song, um dos maiores sucessos da banda. Inicia com Hodgson tocando Clavinet, castanholas e uma letra fabulosa. “When I was Young, It seemed that life was so wonderful, A miracle, Oh, it was beautiful, magical, And all the birds in the trees, Well they’d be singing so happily, Oh, joyfully, Oh, playfully, watching me, But then they sent me away, To teach me how to be sensible, Logical, Oh responsible, practical.” Uma obra-prima. Inquestionável!
Goodbye Stranger segue a linha de teclados e uma bateria cadenciada. Davies canta com amor e gana, enquanto Hodgson solta o seu falsete inconfundível. “Goodbye stranger it’s been nice, Hope you find your Paradise, Tried to see your point of view, Hope your dreams will all come true, Goodbye mary, goodbye jane, Will we ever meet again, Feel no sorrow, feel no shame, Come tomorrow feel no pain.”
Breakfast In America, a faixa-título, é de uma harmonia e melodia incomparáveis. Tem uma levada com o baixo e tuba (sim, tuba!). Os vocais de Hodgson são um caso a parte. Sempre nos presenteando com muita afinação. “Take a look at my girlfriend, She’s the only one I got, Not much of a girlfriend, I’ve never seem to get a lot, Take a jumbo cross the water, Like to see America, See the girls in California, I’m hoping it’s going to come true, But there’s not a lot I can do.”
Oh Darling é uma canção mais cadenciada, levada pelos teclados e guitarra. Davies sempre relaxado nos vocais, nos mostra uma melodia agradável e simples.O sax de Helliwell é sensacional.
Take The Long Way Home é outro sucesso do álbum. Começa com Davies tocando harmônica e Hodgson soltando a voz. A levada dos teclados dá o tom da canção, com percussão e bateria segurando tudo. Incrível!
Lord Is It Mine é mais lenta e melancólica. Os vocais de Hodgson são quase uma declamação de um poema. A canção cresce e Helliwell dá um show com o arranjo de sopros.
Just Another Nervous Wreck conta com a volta de Davies e seu teclado arrasando. Sua despretensão em cantar é maravilhosa. A linha de baixo e bateria é um arraso. E tem um solo de guitarra bem legal.
Casual Converstions inicia como um bolero. Sua levada é perfeita e suave. Helliwell mostra toda a sua habilidade no saxofone.
Encerrando o álbum Child Of Vision começa com os teclados comandando e a bateria dando toda a cadência da canção. O instrumental é espetacular. Hodgson e Davies dividem os vocais e os solos de teclados são memoráveis. Um grand finale arrebatador.
Brakfast In America fez do Supertramp uma banda referência na qualidade e harmonia do soft rock das décadas de 1970 e 1980. Com o álbum alcançaram altos níveis de sucessos e de fãs. Sempre tocando com muita precisão e competência. Tocando o bom e velho rock’n’roll.
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