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VIDAL-CABECA-COLUNA

The Cure: dezesseis anos de espera

13/11/2024

ALERTA DE LANÇAMENTO!!!!

Depois de um hiato de dezesseis anos, a banda inglesa The Cure, lançou seu 14º álbum de estúdio, Songs of a Lost World, em 1º de novembro de 2024. Voltando àquela “pegada” dark e sombria, com canções longas e bem trabalhadas, a banda mostra toda a sua musicalidade típica dos anos 1980, porém revitalizada. É devido muito às composições do gênio Robert Smith (guitarras e vocais) e da inclusão do guitarrista Reeves Gabrels, que acompanhou David Bowie na carreira solo e na banda Tin Machine. Completam a banda o baixista Simon Gallup, o baterista Simon Cooper e o tecladista Roger O’Donnell. Senhoras e Senhores, estamos diante de uma futura obra-prima. Aceitem!

Alone abre o álbum com uma introdução instrumental e lenta, criando uma atmosfera de melancolia e isolamento. A faixa estabelece o tom do disco com uma instrumentação que remete ao clássico Faith, utilizando teclados etéreos e uma linha de baixo poderosa que amplia o sentimento de solidão.

A Fragile Thing traz um tom mais acelerado, mas mantém a melancolia ao longo da faixa. A canção destaca o vocal de Robert Smith e explora fragilidades emocionais, alinhando-se ao tema do álbum de aceitar as realidades difíceis da vida e do envelhecimento.

I Can Never Say Goodbye é uma das músicas mais pessoais do álbum, dedicada ao irmão de Smith, que faleceu recentemente. A letra é profunda e tocante, refletindo a luta para lidar com a perda e a ausência, temas centrais na jornada do álbum e que ecoam experiências universais de luto e saudade. “Thunder rolling in to drown, November Moon in cold black rain, This lightning tears the sky apart, I whisper his name, he has to wake up, Love slipping away, hear the bells beyond the sea, It’s almost too late, Shadows growing closer now, And there is nowhere left to hide, I can’t wake this dreamless sleep however hard I try, I’m down on my knees, empty inside.”

And Nothing Is Forever é uma balada que explora a inevitabilidade da passagem do tempo. A faixa é suave e introspectiva, com uma combinação de teclados e guitarra que traz uma sensação etérea.

Warsong destaca a capacidade da banda de evocar raiva e frustração com uma força visceral. Essa faixa representa o lado mais sombrio e agressivo do álbum, onde a guitarra e o baixo de Simon Gallup intensificam a atmosfera de conflito.

Drone traz uma energia mais experimental e repetitiva, com guitarras em camadas que criam uma sensação de tensão crescente. A faixa se destaca pelo ritmo hipnótico e pela ambientação introspectiva.

All I Ever Am introduz um toque pop, mas ainda assim reflete temas de identidade e percepção de si mesmo. Esta faixa permite um alívio momentâneo na densidade do álbum.

Endsong fecha o álbum com um épico de mais de dez minutos que volta ao tema de isolamento e finalizações. A letra de Smith e a bateria dramática de Jason Cooper criam uma sensação de grandiosidade melancólica, como se fosse o desfecho inevitável de uma jornada emocional. “It’s all gone, it’s all gone, Nothing left of all I loved, It all feels wrong, It’s all gone, it’s all gone, it’s all gone, No hopes, no dreams, no world, No, I don’t belong, I don’t belong here anymore.”

A produção do álbum é minimalista e sombria, dando espaço para cada elemento musical brilhar de forma única, e Smith conduz cada faixa com uma voz que é, ao mesmo tempo, crua e expressiva, refletindo o peso dos temas abordados. Songs of a Lost World é um disco potente que não apenas resgata a essência da banda, mas também a essência do rock’n’roll. Do bom e velho rock’n’roll.

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