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VIDAL-CABECA-COLUNA

The Mission: a expressão do Gothic Rock

06/11/2024

Das várias vertentes do rock nos anos 1980, o gothic rock teve como um dos seus maiores representantes a banda The Mission. Músicos de algumas bandas inglesas, de várias cidades, formaram ao banda. Seu primeiro e magnífico álbum, God’s Own Medicine, lançado em 10 de novembro de 1986, ganhou o mundo com três singles extraordinários. Formada por Wayne Hussey, nos vocais e guitarras e principal letrista, Simon Hinkler, nas guitarras e nos teclados, Craig Adams, no baixo e Mick Brown, na bateria. A produção ficou a cargo da própria benda e de Tim Palmer. Este álbum representa uma mistura única de gothic rocko, post-punk e elementos de hard rock, com temas que vão de amor e fé a desilusão e angústia.

A faixa de abertura é uma das mais icônicas do álbum e talvez de toda a carreira da banda. Wastelan” possui uma introdução inesquecível, com riffs de guitarra que soam como um chamado épico e um ritmo que cresce lentamente. A letra fala sobre desolação e a busca por redenção, temas comuns no ghotic rock. A voz de Wayne Hussey é expressiva e intensa. “There’s a crystal view from my window, And I can see years to come, I live for the burn and the sting of pleasure, I live for the sword, the steel, and the gun, I can tear down the walls, storm the barricades, Run to the place where the frightened crawl, Desire lurks beyond good and evil, So dance on the graves where the hallowed fall, Over this land, All over this wasteland, Over this land, All over this wasteland.”

Bridges Burning introduz uma sonoridade mais energética, com uma pegada mais rock’n’roll e uma linha de baixo envolvente. Na canção, a banda explora o conceito de deixar o passado para trás, queimando as pontes e começando de novo. As guitarras e os vocais de Hussey são mais agressivos, mostrando uma faceta mais rebelde da banda.

Garden Of Delight (Hereafter) é outra faixa marcante que traz à tona o simbolismo religioso e espiritual, com referências a um jardim do paraíso. É uma canão atmosférica e melódica, e os vocais de Hussey refletem uma certa resignação e reflexão sobre fé. A instrumentação é incrível.

Uma das canções mais românticas do álbum, Stay With Me fala sobre a necessidade de companhia e afeto. A melodia melancólica e os arranjos sutis de guitarra e baixo criam um clima íntimo, quase como um pedido de amor. A faixa tem um toque emocional. “Stay with me, lay with me, lay down by my side, Stay with me, lay with me, take me deep inside, Lay with me, stay with me, lay with me stay… With me…”

Blood Brother traz uma mudança de ritmo, com uma vibe mais densa e soturna. A canção explora temas de amizade e lealdade, mas também tem uma conotação de traição e perda. As guitarras são mais pesadas e as batidas de bateria são mais intensas.

Uma das faixas mais sombrias, Let Sleeping Dogs Die carrega uma sensação de misticismo e melancolia. A canção sugere o conceito de deixar o passado para trás, sem reviver antigos conflitos ou dores. A melodia é hipnotizante, e o uso de efeitos na guitarra e os vocais são avassaladores.

Sacrilege é uma faixa provocativa, tanto em letra quanto em estilo musical. A letra aborda a crítica à hipocrisia religiosa e à falsa moralidade, um tema recorrente no gothic rock. A canção tem um ritmo rápido e as guitarras são fabulosas.

Dance On Glass é uma das faixas mais etéreas do álbum, com uma atmosfera quase mística. Explora a fragilidade emocional e a metáfora de pisar em terreno delicado. A faixa é mais lenta e introspectiva, com uma linha de guitarra suave e melódica, que combina perfeitamente com o tom poético da letra.

And The Dance Goes On é uma das canções mais animadas do álbum, com uma batida dançante e um refrão marcante. A faixa tem um tom irônico, abordando a repetição e a continuidade da vida, mesmo em meio à dor e à desilusão. As guitarras se destacam.

Severina é uma das faixas mais melódicas e radiofônicas do álbum. A canção combina elementos de amor e devoção com um toque de mistério. Os vocais de Hussey são mais suaves e sentimentais, e o refrão é lendário e memorável. A melodia suave e os arranjos fazem dela uma das faixas mais acessíveis e populares da banda.

Love Me To Death é uma faixa em que a banda explora temas de paixão obsessiva e amor destrutivo. A canção é intensa e apresenta uma linha de guitarra envolvente e uma batida rítmica.

A última faixa do álbum é introspectiva e calma. Island In A Stream oferece um encerramento sereno ao álbum, trazendo uma sensação de isolamento e solidão. Os arranjos são simples, permitindo que os vocais de Hussey transmitam toda a emoção da letra.

God’s Own Medicine é um álbum que combina temas espirituais, românticos e existenciais, com uma sonoridade que alterna entre o sombrio e o melódico. A produção é polida, e cada faixa tem um propósito bem definido dentro do álbum. É a essência do gothic rock. Do rock’n’roll. Do bom e velho rock’n’roll.

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