Com US$ 1,82 bilhão em receitas obtidas com vendas para o mercado internacional em janeiro, o Paraná registrou em 2024 o maio volume de exportações do primeiro mês do ano na história. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O resultado é 29,2% superior ao atingido em janeiro de 2023, que havia sido a melhor marca da série histórica para o período, com US$ 1,41 bilhão.
A melhora no desempenho do comércio exterior no Estado foi reflexo, principalmente, das exportações de soja em grão. A receita advinda das exportações da oleaginosa, sozinha, saltou de US$ 50,5 milhões para US$ 431,4 milhões em janeiro deste ano, o que representa uma variação positiva de 754%.
No mesmo comparativo, também houve um aumento de 81% nas exportações do farelo de soja, que passaram de US$ 101 milhões para US$ 183 milhões no intervalo de um ano, demonstrando a força da safra paraense.
Em termos proporcionais, a maior alta foi na exportação de açúcar refinado, com um aumento de 888%, subindo de US$ 2,9 milhões em janeiro de 2023 para US$ 29,2 milhões em janeiro de 2024.
A lista dos produtos com melhor desempenho no mercado internacional é fechada pelos óleos e combustíveis, com US$ 18,5 milhões nos primeiros 31 dias do ano passado e US$ 30,8 milhões no mesmo período deste ano, uma alta de 67% nas receitas.
Os resultados apontados pela Secex reafirmam a perspectiva de crescimento já notada pela Portos do Paraná, que é um grande termômetro das exportações paranaenses.
Em 2023, a empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina bateu um novo recorde na movimentação total de cargas, com 65,4 milhões de toneladas. Apenas nas exportações, o crescimento foi de 18% (36 milhões para 42,7 milhões de toneladas entre 2022 e 2023), impulsionado justamente pela soja e o açúcar.
O desempenho fez com que o Paraná ficasse entre os principais estados exportadores em janeiro, na 6ª colocação, mas praticamente empatado com o Mato Grosso (US$ 1,86 bilhão) e o Pará (US$ 1,83 bilhão), que ocupam a 4ª e 5ª posição, respectivamente. O ranking nacional foi liderado por São Paulo (US$ 5,24 bilhões), seguido pelo Rio de Janeiro (US$ 3,93 bilhões) e Minas Gerais (US$ 3,09 bilhões).
Na análise do presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Jorge Callado, os resultados das exportações em janeiro, que costuma ser o mês com menor volume, indicam boas perspectivas para o comércio exterior paranaense em 2024. “As exportações são um importante vetor do crescimento econômico, uma vez que a produção é realizada internamente, o que gera mais empregos e renda para a população do Estado”, avalia.
Destinos
A China, que já representava a maior fatia do mercado consumidor dos produtos paranaenses em janeiro de 2023, com 11,3% das transações comerciais (US$ 159,5 milhões), aumentou em 191% a sua participação em janeiro de 2024, o que representa 25,6% do volume exportado pelo Paraná no último mês (US$ 464,3 milhões).
Segundo maior mercado, os Estados Unidos também ampliaram as compras da produção estadual, passando de US$ 101,8 milhões para US$ 133,9 milhões, alta de 7,4% no comparativo entre os dois meses analisados.
Os maiores crescimento percentuais, no entanto, foram da Tailândia, com uma evolução de 226,7% (de US$ 24,2 milhões em janeiro de 2023 para US$ 79,1 milhões em janeiro de 2024), e o Irã, com 6.117% de variação positiva (de US$ 1 milhão para US$ 59,3 milhões).
No total, os bens e produtos do agronegócio e das indústrias presentes nos 399 municípios paranaenses desembarcaram em 164 países apenas no primeiro mês de 2024. Além dos tradicionais mercados Europeu e Asiático e a forte presença em toda a América, o Paraná conquistou também parceiros comerciais inusitados. É o caso, por exemplo, de Mali, na África Ocidental, e do pequeno arquipélago de Palau, na Oceania.
Importações
Com menor volume, as importações também cresceram 19,9% no Paraná no comparativo entre janeiro de 2023 e de 2024, passando de US$ 1,38 para 1,65 bilhão, o que fez com que o Estado mantivesse um saldo comercial positivo de US$ 158,7 milhões neste primeiro mês do ano. Os principais produtos importados estão ligados justamente à potencialização do agronegócio: os adubos e fertilizantes, com US$ 170 milhões, o que representa 10,3% de todas as compras internacionais, e os produtos químicos orgânicos, com US$ 105 milhões (6,3%).
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