Gerson Guelmann
Especial para HOJEPR
Este texto circulou há alguns anos. Eu o traduzi e adaptei e me parece que continua extremamente apropriado aos tempos atuais.
O narrador conta a história de um idoso que estava na calçada vendendo ovos, que começa quando uma moça desceu de um carro luxuoso e perguntou:
– A quanto você está vendendo os ovos?
O vendedor respondeu:
- R$ 5 cada um, senhora.
Ela disse: - Te dou R$ 25 por seis ou vou embora, esticando a mão com o dinheiro e sem nenhuma preocupação em esconder o ar de superioridade.
O velho respondeu:
– A senhora pode pagar quanto quiser. Pode ser um bom começo, porque não consegui vender nem um só ovo hoje.
Ela pagou, pegou os ovos e voltou ao carro, com a sensação de ter feito um bom negócio.
Saindo dali, dirigiu até um restaurante da moda, conhecido pela elegância e pelo refinamento, onde a esperava uma amiga. As duas pediram o que quiseram, comeram bem pouco e deixaram muita comida nos pratos.
Ao sair, ela mesma pagou a conta, que deu R$ 1.400 com a taxa de serviço. Deu R$ 1.500 e disse ao garçom para ficar com o troco.
Analisados separadamente, um dos momentos pode ter sido bastante normal ao proprietário do restaurante, e o outro muito doloroso para o pobre vendedor de ovos.
A pergunta que ocorre é:
– Porque algumas pessoas mostram poder quando lidam com os mais fracos e necessitados? E porque elas exercitam sua generosidade com aqueles que nem precisam dela?
O narrador continua dizendo: “Meu pai costumava comprar coisas simples de pessoas pobres a preços elevados, mesmo que não precisasse delas. Muitas vezes ele pagava muito mais do que valiam. Fiquei preocupado com esse hábito e perguntei: Por que você faz isso?
Ele respondeu:
– É uma caridade embrulhada com dignidade, meu filho”.