Em um dos meus atendimentos, recebi um cliente que se queixava da seguinte situação: ele havia acabado de ser transferido para um setor público e notou imediatamente que estava sendo rejeitado por sua equipe de trabalho. Depois de duas semanas se sentindo extremamente desconfortável perante aquela situação, decidiu me procurar para uma orientação e me informou que havia marcado uma reunião com seu superior, pois, não queria mais permanecer naquele setor.
Ele era uma pessoa com um perfil comportamental agressivo e isso estava refletindo de forma negativa naquele momento de sua vida profissional. Sugeri que ele desse um passo para trás e analisasse pela seguinte perspectiva: ele era novo ali, ele estava chegando e alterando uma estrutura que já estava organizada e que funcionava bem naquele setor. A rejeição poderia ser uma atitude de proteção, de medo, de desconforto daquela equipe. Sugeri que ele chegasse para a equipe, um a um e dissesse que ele entendia que era novo naquele ambiente, mas estava disposto a colaborar, a somar, e que ele queria se adequar ao processo que já estava estabelecido — de forma humilde — ao invés de agir com agressividade perante a conduta dos demais. Conforme minha recomendação, ele seguiu todos os passos e dias depois veio me agradecer, dizendo que a conversa havia sido ótima, efetiva e que a relação havia mudado da água para o vinho. Essa situação real serve para percebermos que nossos comportamentos às vezes reforçam o comportamento dos outros. Mais especificamente na situação descrita, o desconforto se desfez no momento em que a comunicação foi clara e direta a respeito dos interesses em comum.
Dado os fatos expostos e analisados, é preciso entender que não podemos controlar as atitudes das pessoas que nos rodeiam, mas podemos influenciar certas atitudes a partir da forma como nos comportamos. Nota-se que é muito mais fácil e confortável apontarmos os erros dos outros, mas dificilmente paramos para analisar o nosso comportamento, os efeitos dele, no ambiente em que vivemos e como podemos alterar esse efeito a partir da nossa iniciativa. Além disso, é necessário aprender a lidar com o comportamento alheio de forma assertiva, para que nossas relações sejam mais saudáveis e menos conflituosas. Portanto, se você sente dificuldade para exercer sua função devido às relações no ambiente de trabalho, eu te convido para refletir sobre isso agora e pensar de que forma você pode contribuir para uma possível mudança.