Criada em 2019, com o intuito de celebrar o aniversário da capital e valorizar o “jeito de ser” do curitibano, a Meia Maratona de Curitiba, mais conhecida como Meia de Curita, neste ano, além de festejar os 331 anos da cidade, fará uma homenagem ao Paranismo. O pinhão e a onça foram os símbolos escolhidos para serem usados na identidade visual.
O movimento artístico e cultural Paranista surgiu no início dos anos 1920, buscando autenticidade e identidade regional por meio de elementos que simbolizavam o Paraná nas artes, dentre eles o pinheiro, o pinhão, a erva-mate, a gralha azul e a onça.
A designer Amanda Canetta, responsável pela criação da identidade visual da Meia de Curita de 2024 conta como foi o processo: “Queríamos fazer algo que fosse impactante e contemporâneo, mas que principalmente se conectasse com a essência da cidade. É impossível pensar em Curitiba e não lembrar do pinhão ou dos pinheiros, eles são ícones da cidade. Ao caminhar pelas ruas de Curitiba é possível perceber esses símbolos nas calçadas de petit-pavé, nos murais e ornamentos arquitetônicos, heranças do Movimento Paranista – um movimento artístico criado para valorizar nossa estética e identidade local”
A designer explica que tomando como ponto de partida a produção desses artistas, foi criado o logotipo da Meia de Curita, que tem como base a versão estilizada de um pinhão partido com um raio. Signo de fácil identificação que na mesma medida em que mostra o rompimento da semente para o crescimento, também representa toda energia e potencial armazenado ali.
“É a sintetização do desafio físico transformador que é dar o primeiro passo rumo a uma maratona por meio da Meia de Curita. É romper barreiras para ser algo maior, para atingir um novo patamar. Como resultado temos um logotipo dinâmico, moderno e apaixonante”, destaca Amanda.
Segundo ela, o Movimento Paranista foi e ainda é muito relevante para a cultura local, seu impacto ainda ecoa na identidade do paranaense e, por consequência, do curitibano até hoje: “No entanto, essa influência se dá de forma quase inconsciente, por isso trazer essa inspiração e um novo olhar para o trabalho desses artistas que permeiam o dia a dia da cidade foi uma oportunidade única”.
Quanto à ideia de usar a onça como mascote, a designer conta que foi uma sincronicidade muito feliz, uma vez que a largada da prova é na Praça Nossa Senhora de Salete onde está localizada a escultura “Luar do Sertão”, de João Turin, um dos artistas mais influentes do Movimento. Normalmente Curitiba tem como mascotes a capivara ou o jacaré do Parque Barigui, mas, segundo Amanda, a onça carrega a essência do que estavam procurando para a mascote da Meia de Curita.
Para quem diz que não tem onça em Curitiba, Amanda explica que uma curiosidade das esculturas de João Turin é que todas elas foram inspiradas nas onças do zoológico da cidade – na época em que ficava no Passeio Público – e que o artista tinha como hábito fazer visitas noturnas para observar os felinos no período mais ativo e fazer os esboços das esculturas. “Foi a vivência da cidade que inspirou o artista que hoje enriquece a paisagem urbana com as esculturas”, enfatiza a designer.
A prova
A Meia de Curita 2024 aonctece no domingo (3), com largada a partir das 6h, na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, para a categoria 21km, e na Praça Afonso Botelho, no Água Verde, para participantes das categorias 10km e 5km. Todos os atletas inscritos na corrida que terminarem a prova dentro do prazo descrito no regulamento receberão a medalha de conclusão. A edição deste ano contará com cerca de 6.500 participantes maiores de 18 anos.
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(Foto: Marco Charneski)