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EDITORIAL

Cristina sabia dos problemas do seu vice e do seu coordenador com a Justiça?

19/10/2024
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A pergunta é simples e se justifica diante de tantas revelações sobre problemas judiciais enfrentados pelo vice de Cristina Graeml, Jairo Aparecido Ferreira Filho, e do coordenador da sua campanha, Eduardo Pedrozo.

O dilema, no entanto, é perigoso para Curitiba. Se Cristina sabia, é de se supor que não teria se importado com as denúncias e seria conivente com o comportamento reprovável das suas companhias mais próximas, uma postura bem diferente das declarações exacerbadas sobre moralidade e de combate a corrupção que a candidata do PMB prega nas suas redes sociais.

Agora, se não sabia, o eleitor está diante de uma candidata desinformada – o que por si só já seria péssimo para uma jornalista – mas piora à medida que essa candidata pretende administrar uma cidade na companhia de dois constrangedores colaboradores sem ter tomado o cuidado necessário de verificar o passado de ambos. Um passado recheado de problemas que envolvem dinheiro, muito dinheiro.

Em entrevista a uma rádio, Cristina disse que o passado do seu vice não lhe importava. O eleitor curitibano, porém, não pensa dessa forma. Uma cidade do tamanho de Curitiba requer acordos de investimentos com entidades internacionais. Logo, exige que o prefeito (a) viaje constantemente para o exterior em busca desses investimentos. Isso significa que, a cada viagem de Cristina, Curitiba ficaria nas mãos do seu vice, um personagem acusado, entre várias denúncias, de lesar uma idosa em R$ 400 mil, cuja ação contra Jairo já pede mais de R$ 1 milhão de indenização, e de compor um esquema de pirâmide financeira que também ultrapassou R$ 1 milhão.

No caso do coordenador da sua campanha, o jornal Bem Paraná revelou que Eduardo Pedrozo “é mais um membro da cúpula da campanha dela envolvido em pendências com a Justiça”. De acordo com o jornal, ele “foi processado por enriquecimento ilícito por não ter pago um prestador de serviços contratado por ele, deixando uma dívida de mais de R$ 34 mil, em um processo que acabou gerando uma condenação por serviços não prestados”.

Pedrozo, diz o jornal, foi processado no Juizado Especial Cível (JEC) de Curitiba “por ter contratado um prestador de serviços responsável pela criação de projeto e layout para decoração de Natal em um shopping da Capital em 2015. O serviço que foi executado envolvia criação de roteiro de show, musical, roteiros para comercial de televisão, produção de imagens e peças publicitárias do shopping”.

“Em outubro de 2017, a justiça determinou o pagamento de R$ 12.588,00 pelos prejuízos causados por Pedrozo ao reclamante”, diz o jornal. O coordenador de Cristina recorreu da decisão, mas a Justiça manteve a condenação. Pedrozo, então, fez um acordo para pagar a dívida em 18 parcelas mas, assim como Jairo Filho no caso da idosa de São Bernardo do Campo, não honrou todas as prestações, o que ensejou, diz o jornal, “até mesmo buscas de bens passíveis de penhora em registros de imóveis”.

O coordenador da campanha de Cristina também teve problemas com a Justiça Eleitoral. Segundo a reportagem do Bem Paraná, em 2022, quando Eduardo Predrozo tentou uma vaga de deputado estadual, o desembargador Fernando Wolff Bodziak, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), “emitiu parecer técnico pela reprovação das contas por diversos motivos”.

“Entre os problemas apresentados na prestação de contas do coordenador de Cristina estavam atrasos na entrega dos relatórios financeiros da campanha, divergências entre receitas e gastos, utilização irregular de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), ausência de comprovantes de recolhimento ao Tesouro Nacional e despesas realizadas antes da abertura de conta bancária, além de outros apontamentos”, destaca o jornal.

Ainda de acordo com a reportagem, “o candidato obteve 1.479 votos válidos e para realizar sua campanha contratou despesas no total de R$ 105.702,27, conforme informações lançadas no sistema SPCE. Todavia, a arrecadação totalizou R$ 50.060,00”, diz um trecho do relatório em que o desembargador expõe parte das inconsistências da prestação de contas de Pedrozo”.

Pedrozo ocupa o cargo mais importante da estrutura de campanha de Cristina Graeml. É de se supor, portanto, que em uma eventual eleição da candidata do PMB, viesse a ser premiado com um cargo no primeiro escalão da Prefeitura de Curitiba. Talvez, até, o comando da Secretaria de Finanças, responsável pela execução de um orçamento de R$ 15 bilhões.

Como Cristina Graeml só atende grandes grupos empresariais, segundo sua própria desculpa para não comparecer a uma entrevista na rádio Banda B, repetimos a pergunta: Cristina sabia dos problemas do seu vice e do seu coordenador com a Justiça? E acrescentamos mais duas: Curitiba merece cair nas mãos desse pessoal? É a esse trio, que na foto aparece serelepe devorando um cachorro-quente, que vamos entregar R$ 15 bilhões?

(Foto: redes sociais)

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