O debate da RPC, realizado na noite desta quinta-feira (3), não empolgou. Com fórmula superada e monótona, não ajudou o eleitor indeciso na escolha do melhor candidato para administrar Curitiba. Ao contrário, o que se viu foi uma estranha aliança entre a direita raivosa da candidata Cristina Graeml e a esquerda radical do ex-governador Roberto Requião para atacar os dois candidatos que aparecem na liderança das pesquisas.
Graeml e Requião passaram a campanha toda reclamando da falta de tempo na propaganda eleitoral, da ausência nos debates e da pouca verba que dispunham. No entanto, quando tiveram oportunidade de estar em um debate, gastaram um tempo precioso nesse xororô e em ataques desordenados a Pimentel e Ducci, ao invés de apresentar suas propostas para o futuro de Curitiba.
Tanto Eduardo Pimentel quanto Luciano Ducci responderam aos ataques dos dois com propostas. O vice-prefeito foi o candidato mais atacado. Eduardo manteve-se calmo e ponderado durante todo o debate. Não deixou nenhuma pergunta sem resposta e não apelou para baixarias.
Vez ou outra um dos dois respondeu mais rispidamente às agressões. “Não esperava nada diferente da senhora Cristina Graeml. Tem feito isso nos últimos 15 dias com fake news e desinformação. E tem mania de perseguição, mas o mundo não gira ao seu redor”, disparou Pimentel à candidata do PMB.
Ducci lembrou que o vice de Cristina Graeml, Jairo Ferreira Filho, responde a uma ação de indenização e danos morais por apropriação indébita de R$ 400 mil de uma idosa, o que motivou um estranho direito de resposta concedido a Graeml.
O pífio desempenho de Cristina no debate pode ter favorecido o candidato Ney Leprevost. Ao usar a estratégia destemperada de só criticar os adversários, a candidata do PMB acabou mostrando que não tem propostas para a cidade. Leprevost, ao contrário, aproveitou seu tempo para mesclar críticas a Pimentel e Ducci com propostas do seu plano de governo.
Outro que abusou da paciência do eleitor foi Luizão Goulart, do Solidariedade. Insiste em comparar alhos com bugalhos quando diz que é a melhor opção para Curitiba por ter sido um bom prefeito para Pinhais. Ora, pois, não tem como comparar as duas cidades. Pinhais tem pouco mais de 133 mil habitantes, enquanto Curitiba tem mais de 1,8 milhão. Não são soluções rocambolescas adotadas em um pequeno município que vão ajudar uma cidade do tamanho da capital. Sem contar que boa parte do sucesso que Luizão diz ter tido em Pinhais se deve justamente ao apoio que Curitiba dá aos municípios da Região Metropolitana.
Postura inteligente teve a candidata Maria Victoria. Aproveitou seu tempo para divulgar suas propostas. Entre elas a que muda as regras do Estar, que é muito boa. Ponderada e calma, o que lembra muito sua mãe, a ex-governadora Cida Borghetti, não entrou nas provocações dos candidatos mais raivosos.
No fim das contas, o debate da RPC serviu para deixar tudo como está. Nenhum candidato saiu maior ou menor, apesar de algumas facetas terem sido reveladas. Até domingo, o eleitor vai ter que decidir entre o comportamento agressivo e com pouco conteúdo e as propostas que realmente vão pautar suas vidas nos próximos quatro anos.
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(imagem: reprodução vídeo)