A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), revela um cenário desfavorável para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a desaprovação ao governo atingiu 56%, o maior índice desde o início do mandato em 2023. É também a primeira vez, em uma pesquisa da Quaest, que a reprovação supera a marca de 50%. Já a aprovação caiu para 41%, o menor patamar registrado até o momento.
A pesquisa ouviu 2.004 eleitores entre os dias 27 e 31 de março, em todo o país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Indicadores gerais
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Aprova: 41% (eram 47% em janeiro)
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Desaprova: 56% (eram 49%)
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Não sabe/não respondeu: 3% (eram 4%)
Além da queda na avaliação positiva, o levantamento mostra que o presidente perdeu apoio em segmentos sociais nos quais anteriormente tinha desempenho mais favorável, como mulheres, pardos, católicos e moradores do Nordeste. Até mesmo entre eleitores que o escolheram no segundo turno de 2022, a aprovação caiu de 81% para 72%.
Avaliação por região
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Nordeste: pela primeira vez, há empate técnico: 52% aprovam e 46% desaprovam.
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Sudeste: desaprovação subiu para 60% (eram 53%); aprovação caiu para 37% (eram 42%).
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Sul: desaprovação chegou a 64% (eram 59%); aprovação recuou para 34% (eram 39%).
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Centro-Oeste/Norte: desaprovação oscilou para 52%; aprovação caiu a 44%.
Gênero
Entre as mulheres, a desaprovação ultrapassou a aprovação pela primeira vez: 53% reprovam o governo (eram 47%), e 43% aprovam (eram 49%).
Entre os homens, o índice de desaprovação chegou a 59% (eram 52%), enquanto a aprovação caiu para 39% (eram 45%).
Faixa etária
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16 a 34 anos: desaprovação cresceu 12 pontos e chegou a 64%; aprovação caiu para 33%.
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35 a 59 anos: aprovação é de 44%, e desaprovação, 54% — cenário de empate técnico.
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60 anos ou mais: 50% aprovam e 46% desaprovam.
Escolaridade
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Sem instrução/fundamental incompleto: 55% aprovam, 41% desaprovam.
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Fundamental completo/médio incompleto: desaprovação chegou a 55%, superando a aprovação (42%).
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Médio completo/superior incompleto: desaprovação de 64%, aprovação de 33%.
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Superior completo: 61% desaprovam, 38% aprovam.
Renda familiar
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Até 2 salários mínimos: empate técnico — 52% aprovam e 45% desaprovam.
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Entre 2 e 5 salários mínimos: desaprovação subiu para 61%, aprovação caiu a 36%.
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Acima de 5 salários mínimos: 64% desaprovam, 34% aprovam.
Religião
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Católicos: empate técnico — 49% aprovam e 49% desaprovam.
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Evangélicos: desaprovação aumentou para 67%; aprovação caiu para 29%.
Raça/cor
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Pardos: desaprovação passou a 52%, superando a aprovação (45%).
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Pretos: cenário de empate técnico — 51% desaprovam, 46% aprovam.
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Brancos: desaprovação de 61%, aprovação de 36%.
Eleitores de 2022
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Eleitores de Lula: aprovação caiu de 81% para 72%; desaprovação subiu de 17% para 26%.
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Eleitores de Bolsonaro: 92% desaprovam o governo; apenas 7% aprovam.
Avaliação geral do governo
A percepção geral da gestão também piorou. A proporção de brasileiros que avalia o governo como negativo subiu para 41% (eram 37% em janeiro), enquanto a avaliação positiva caiu para 27% (eram 31%). Outros 29% consideram a gestão regular.
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Positiva: 27%
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Negativa: 41%
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Regular: 29%
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Não sabe/não respondeu: 3%
Ao comparar com gestões anteriores, 53% dizem que o atual governo está pior do que os de Lula entre 2003 e 2010. Em relação à administração de Jair Bolsonaro (PL), 43% avaliam o governo atual como pior, 39% como melhor, e 15% dizem ser igual.
Percepções sobre o país e economia
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Direção do país: 56% acham que o Brasil está no caminho errado (eram 50%); 36% dizem que está no caminho certo.
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Situação econômica: 56% acreditam que a economia piorou no último ano; apenas 16% veem melhora.
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Emprego: 53% afirmam que está mais difícil conseguir trabalho hoje do que há um ano.
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Inflação: 88% notaram alta nos preços dos alimentos no último mês; 70% dizem o mesmo sobre combustíveis.
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Poder de compra: 81% avaliam que está menor do que há um ano — alta significativa em relação aos 68% registrados em dezembro de 2024.
Expectativas para o futuro
Apesar do cenário desfavorável, 81% dos entrevistados acreditam que Lula deverá mudar sua forma de governar nos próximos dois anos. Outros 15% esperam continuidade, e 4% não souberam ou não responderam.
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