Dia 24 de abril é o Dia Mundial da Meningite, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para destacar a importância da prevenção, diagnóstico, tratamento e da melhoria das medidas de suporte às pessoas infectadas por essa doença que pode ser mortal. Dados preliminares do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) registraram 82 casos da doença e quatro óbitos no Paraná desde o início do ano. De 2019 até 2023, foram 6.402 casos e 429 óbitos pela doença no Paraná.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, esta data é um lembrete poderoso da importância da vacinação, que é a forma mais eficaz de prevenir a meningite bacteriana – a forma mais grave da doença. “Existem várias causas e tipos de microrganismos que podem causar meningite, como vírus, bactérias e fungos. As vacinas disponíveis protegem contra a infecção bacteriana, que sempre apresenta um alto nível de gravidade. Nesses casos, a eficácia é contra a meningite meningocócica, causada por Neisseria meningitidis dos sorogrupos A, B, C, W-135 e Y; a meningite pneumocócica causada por Streptococcus pneumoniae; e a meningite causada por Haemophilus influenzae tipo b. Para as meningites virais, que são menos graves, ainda não temos vacinas”, explica a especialista.
Transmissão e sintomas
No Brasil, a meningite é classificada como uma doença endêmica, ou seja, casos são esperados durante todo o ano, com a possibilidade de surtos e epidemias ocasionais. As meningites bacterianas são mais comuns durante o outono e inverno, enquanto as virais ocorrem com maior frequência na primavera e verão. Esta doença afeta as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo atingir pessoas de todas as idades, especialmente as crianças. “A meningite é uma condição grave, com alto risco de morte, caracterizada pela inflamação das meninges, que são as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. A transmissão ocorre por contato com objetos contaminados ou superfícies, bem como por via respiratória, através de gotículas de saliva ou contato com as mucosas do nariz e da boca. Ela possui um grande potencial de disseminação entre indivíduos que compartilham objetos ou estão no mesmo ambiente. Por isso, é crucial que todos estejam conscientes da importância da vacinação, pois esta é a única forma eficaz de prevenção”, explica Kátia.
Quanto aos sintomas, Kátia alerta para algumas situações comuns, como dores de cabeça, rigidez na nuca, febre alta, vômito, confusão mental e manchas na pele. “Nos casos de meningite bacteriana, os sintomas se intensificam rapidamente e, em apenas 24 horas, podem levar ao óbito. Nestes casos, é crucial identificar o patógeno responsável para iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. Os sintomas são muito semelhantes aos da gripe e dengue: febre, mal-estar, dor de cabeça e dores pelo corpo. Se houver confusão mental, rigidez na nuca (o sintoma mais característico) e sensibilidade à luz, é recomendável procurar assistência médica urgentemente”, enfatiza a especialista.
Vacinas contra a meningite
Meningocócica C versus meningocócica ACWY
Na rede privada, a vacina que abrange o tipo C é a conjugada quadrivalente ACWY. Normalmente, é administrada em três doses até 1 ano de idade, variando conforme a marca do fabricante. Também é recomendado um reforço entre os 5 e 6 anos, além de outra dose aos 11 anos. Ela pode ser aplicada em adultos, idosos e pessoas imunocomprometidas.
Meningocócica B
Apesar de estar atrás apenas do tipo C em número de casos, cerca de 20% em média, a meningocócica B só está disponível na rede privada. Ela é administrada em três doses entre 3 meses e 1 ano de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) , a Meningocócica B também é recomendada para grupos de alto risco, como portadores de HIV, podendo ser aplicada em adultos até 50 anos.
Pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13)
A vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13), que protege contra pneumonia e meningite, também está disponível na rede privada. Geralmente, é administrada em quatro doses até 1 ano e 3 meses de idade, dependendo da marca do fabricante.
Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
A vacina conjugada contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) protege contra a meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b e pode ser aplicada individualmente, mas geralmente é administrada pela vacina hexavalente, que também protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e poliomielite, ou pela pentavalente, que protege contra as mesmas doenças, exceto a poliomielite. Normalmente, é aplicada em crianças até 5 anos. Na rede privada, são quatro doses entre 2 meses e 1 ano e 6 meses de idade.
BCG
Além das vacinas mencionadas anteriormente, toda criança recebe uma dose única da vacina BCG ao nascer, protegendo contra a meningite tuberculosa. Essa imunização impede que o bacilo de Koch, a bactéria responsável pela tuberculose, se instale nas meninges.
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