Não será surpresa que surjam duas versões do relatório que vai decidir o destino político do vereador Renato Freitas. O vereador e relator do processo, Sidnei Toaldo (Patriotas), e a vice-relatora, Maria Letícia (PV), têm visões diferentes. Toaldo quer a cassação por causa da invasão da missa na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo da Ordem, em Curitiba, no dia 5 desse mês. Já Maria Letícia considera que é necessária uma penalização, mas opta por outra medida administrativa.
Dentro da Câmara, os vereadores avaliam que Maria Letícia, ligada ao espectro de esquerda, quer dosar a pena à realidade dos fatos. Ademais, a Câmara já arquivou outros casos de quebra decoro parlamentar, sem chegar à cassação. Já o vereador Sidnei Toaldo deve elaborar um relatório pedindo a cassação.
Após concluído o relatório, ele será aprovado pela Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Presidido por Dalton Borba (PDT), o Conselho de Ética é composto por nove membros titulares e nove suplentes, definidos conforme a proporcionalidade partidária da CMC. Além de Borba, participaram da reunião Denian Couto (Pode), Indiara Barbosa (Novo), Maria Leticia (PV), Sidnei Toaldo (Patriota) e Toninho da Farmácia (DEM). Na condição de suplente de Eder Borges (PSD), impedido de participar por ser um dos denunciantes, Jornalista Márcio Barros (PSD) assumiu uma vaga no Conselho de Ética.
Invasão
A invasão da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos aconteceu no dia 5 de fevereiro, durante protestos de repúdio ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe. O vereador integrava a ação.
O padre Luiz Hass disse que celebrava uma missa no local e que precisou interromper o culto diante da entrada dos manifestantes no templo.