Até o momento não há tema que consiga grudar no governador Ratinho Junior (PSD) e prejudicar a sua campanha. A oposição, que em épocas anteriores já foi mais criativa, não consegue desgastar a imagem de Ratinho e tem patinado para achar um mote.
Talvez um caminho seja o pedágio. Até dá para se atrever, parafraseando o economista e marqueteiro James Carville, um dos principais responsáveis pela vitória de Bill Clinton contra George Bush, e dizer que “É o pedágio, seu estúpido!”.
Ainda que haja críticas em algumas áreas de governo de Ratinho Junior, o governador conseguiu fazer o arroz com feijão nas áreas mais sensíveis para a população. Na educação, superou a crise causada pela pandemia, que foi bem conduzida pela Secretaria de Estado de Saúde. Na segurança pública, as queixas caíram com a mudança do comando da SESP, que começou a ter um policiamento mais ostensivo. Na agricultura, o setor paranaense é quase que 100% e independente do setor público. E nas demais áreas, fez-se o mínimo e o necessário.
No entanto, é na área da infraestrutura que surge o maior problema desse governo. O pedágio foi um tema que ficou restrito aos gabinetes até a saída do secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex (PSD), e do ministro de Transportes, Tarcísio Freitas. A condução política do processo blindou Ratinho.
Mas como não há vácuo na política, a discussão saiu dos gabinetes e veio para ficar na Assembleia Legislativa. A ida da Frente Parlamentar para o Tribunal de Contas da União, a Brasília, vai ajudar a colocar fervura no tema.
“O objetivo é apresentar, de maneira formal, todos os documentos colhidos pela Frente Parlamentar sobre o Pedágio, da Assembleia Legislativa do Paraná, durante as audiências públicas, que somam mais de 20 encontros, para denunciar as inúmeras falhas como ficou constatado no levantamento feito pelos pesquisadores do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) da Universidade Federal do Paraná (UFPR)”, afirma o deputado Arilson Chiorato, coordenador dessa frente.
“Mais uma vez, eu, como deputado e coordenador da Frente Parlamentar do Pedágio, acompanhado de outros colegas, vou denunciar as falhas do projeto de pedágio para o Paraná. Espero ser ouvido e que, ao final, tenhamos um pedágio justo, sem tarifa de 40% após as obras, sem 15 novas praças e garantias reais que o contrato será cumprido sem isolar o Paraná”, complementa.
A reunião com o com o ministro do TCU, Walton Rodrigues, deve contar também com a presença dos deputados Luiz Claudio Romanelli, primeiro secretário da Assembleia Legislativa e integrante da Frente; Marcel Micheletto, líder do Governo na Assembleia Legislativa; Evandro Araújo, integrante da coordenação da Frente Parlamentar; e Tião Medeiros, presidente da Comissão de Infraestrutura e Obras Públicas.
Dependendo de como for feita a discussão, talvez a oposição tenha encontrado o seu caminho, pondo mais fogo nessa campanha.
