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CIDADES

Em Campo Largo, mais de 150 estudantes estão inclusos na rede municipal de ensino

26/04/2023

O cenário é o mesmo de qualquer sala de aula do Ensino Fundamental: dezenas de crianças da mesma faixa etária, cadernos, livros e lápis de cor sobre as carteiras, trabalhos pendurados nas paredes. Mas a turma da tarde do 2º ano da Escola Municipal Primeiro de Maio, na Vila Bancária, tem, além de tudo isso, um estudante especial: Miguel, de 7 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

O Miguel, assim como outros seis estudantes da escola, tiveram o TEA confirmado por laudo médico e estão inclusos no ensino regular. A professora de apoio ou o profissional de apoio (termo que vem substituindo a palavra tutor) dá o suporte necessário para que o Miguel realize as atividades assim como seus colegas de classe.

 

“A gente cria um vínculo muito forte com eles, trabalhamos suas dificuldades, seus anseios, damos muito afeto, mas ao mesmo tempo buscamos colaborar para o desenvolvimento da autonomia, como toda criança merece desenvolver”, conta a professora especializada Lucila Souza de Paula.

 

Inclusão

Atualmente, as escolas da rede municipal atendem 157 estudantes com diagnóstico do TEA inclusos no ensino regular. Desde o final de 2022, a Instrução Normativa Nº 04/2022, da Secretaria Municipal de Educação (SME), orienta as Escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) quanto aos critérios e procedimentos necessários para a solicitação de profissional de apoio à escolarização, para atuar com crianças ou estudantes com deficiência.

 

O primeiro passo é o preenchimento, pela equipe pedagógica da escola, de um documento chamado “Estudo de Caso”. Este documento é, então, encaminhado à equipe de Educação Especial da SME que vai analisar e levar em consideração o nível de suporte que a criança necessita dentro do ambiente escolar. Em alguns casos, a presença do profissional de apoio é dispensada, observando-se a autonomia e o desenvolvimento intelectual do estudante.

 

O Eduardo, de 10 anos, está no 3º ano do Ensino Fudamental na E.M. Primeiro de Maio. Ele também conta com uma profissional de apoio dentro de sala de aula, demonstra bastante autonomia na realização das tarefas e principalmente no que mais gosta de fazer: desenhos.

 

A auxiliar de serviços gerais, Elizete Aparecida dos Santos, é mãe do Eduardo e conta como a escola a auxiliou durante o fechamento do diagnóstico do TEA. “Eu desconfiava que o Eduardo era autista mas foi a escola que me ajudou a identificar os sinais e a aprender mais sobre o transtorno. Receber o diagnóstico foi difícil, é claro. Foi como se ele tivesse nascido de volta. Eu não sabia da habilidade dele com desenho, nós descobrimos aqui, na escola”, relata.

 

Contratações

Atualmente, foram contratados 98 profissionais de apoio à escolarização para os estudantes da inclusão da rede municipal. “A responsabilidade do planejamento pedagógico para a turma é do professor regente e o profissional de apoio deverá oferecer o suporte necessário para que essa aprendizagem se efetive, respeitando a especificidade de cada um, realizando entre os profissionais um trabalho colaborativo”, explica a coordenadora da Educação Especial da SME, Eliana Speçanilio.

 

A Secretaria Municipal de Educação, por meio do Departamento Pedagógico, já nos primeiros meses de 2023, realizou formação continuada para os profissionais de apoio à escolarização, para as Salas de Recursos Multifuncionais, bem como às pedagogas das Escolas e dos CMEIs.

 

Outras capacitações que abordam a inclusão escolar e a neurodiversidade para todos os profissionais da rede municipal de Campo Largo, estão previstas ainda para este ano letivo.

 

Além disso, com o objetivo de discutir in loco qual seria o melhor direcionamento e/ou encaminhamento necessário para os estudantes da inclusão, a Equipe da Educação Especial realiza visitas técnicas nas Escolas e CMEIs.

 

Contraturno

Além do suporte aos estudantes com TEA no ensino regular, a rede municipal de ensino de Campo Largo conta com 20 salas de recursos multifuncionais na Área Intelectual, distribuídas em 14 Escolas Municipais.

 

“Alguns de nossos estudantes com TEA realizam atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, após processo de avaliação no contexto escolar para essa inserção”, explica a coordenadora da Educação Especial. Esses atendimentos acontecem no contraturno escolar, no qual o estudante recebe o suporte pedagógico necessário à sua aprendizagem.

 

Estudantes especiais 

A equipe da Educação Especial acompanha vários estudantes da inclusão, não só com diagnóstico de TEA, mas também com Síndrome de Down, paralisia cerebral, distrofia muscular, surdez, hidrocefalia, malformação congênita, epilepsia, entre outros.

 

Muitos desses estudantes, são encaminhandos pela instituição de ensino aos atendimentos no Centro Educacional de Atendimento Especializado (CEMAE) que oferta Programas Educacionais Especializados em contraturno escolar, com aproximadamente 350 matriculados:

Estimulação Essencial (0 a 3 anos e 11 meses);

Estimulação Visual;

Apoio Pedagógico (4 a 6 anos);

Esportes adaptados;

Psicomotricidade Aquática e de Solo;

Fisioterapia e Protocolo PEDIASUIT;

Psicologia;

Fonoaudiologia;

Enfermagem;

Terapia Ocupacional;

Programa Girassol–Dislexia;

Programa de Desenvolvimento da Linguagem Oral e Escrita;

Equoterapia;

 

A inclusão e o desenvolvimento dos estudantes com deficiência é uma preocupação constante da Prefeitura de Campo Largo. “Salientamos que nem todas as crianças com autismo apresentarão as mesmas características. É de extrema importância entender as especificidades desse transtorno, respeitando as particularidades de cada um, adequando o sistema ensino-aprendizagem para desenvolver suas potencialidades, lembrando ainda que, família e escola necessitam de um elo de comunicação para que todo esse processo se concretize”, finaliza a coordenadora da Educação Especial, Eliana Speçanilio.

 

Abril Azul

Estamos no Abril Azul, um mês dedicado à conscientização, inclusão e apoio à pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas a Prefeitura de Campo Largo, por meio das Secretarias de Saúde, Desenvolvimento Social e Governo, promove ações e atua na garantia de direitos da pessoa com TEA durante todo o ano.

 

Profissionais da Saúde Municipal organizaram um grupo de apoio chamado “Desvendando o Autismo”, voltado para pessoas e pais de crianças com TEA. Os encontros são gratuitos e realizados mensalmente. Leia mais sobre o “Desvendando o Autismo”, sobre a prioridade de atendimento garantida por lei municipal a pessoas com TEA e como emitir a carteira do autista, a CIPTEA, clicando aqui.

 

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