O discurso de combate à corrupção, de luta contra o sistema e contra a velha política, não resiste à prática na campanha eleitoral da candidata do PMB, Cristina Graeml. Não passam de peças publicitárias encenadas com o intuito de manipular uma parte da opinião pública aderente às várias mentiras produzidas com um único propósito: garantir o projeto de poder que Cristina e seu constrangedor grupo pretendem implantar em Curitiba.
Não há respeito a limites em nome desse projeto. Graeml e seu grupo têm lançado mão de criminosas mentiras, disfarçadas de denúncias, contra o candidato do PSD, Eduardo Pimentel. No debate da RIC, por exemplo, acuada com perguntas que não sabia responder, Cristina acusou Eduardo de ter o apoio do PT, um delírio produzido e orientado pela nova condução de marketing da sua campanha.
De forma patética, ela ainda acusou Eduardo e o prefeito Rafael Greca de não terem feito nenhuma homenagem ao ex-governador e ex-prefeito Jaime Lerner, outra mentira que foi desmentida em poucos minutos.
Com digitais bem conhecidas nos bastidores das campanhas eleitorais, seu novo marqueteiro é famoso por usar e abusar dessa velha estratégia: na falta de propostas, ataque o adversário com acusações que caem no gosto da militância e geram imagens para explorar no horário eleitoral. É o modo de agir da velha política, tão combatida nos discursos de Cristina, mas tão usada no seu modo de agir. Não nos surpreenderemos se nos próximos dias a campanha de Cristina aparecer com um novo Ferreirinha. O leitor mais jovem que dê um Google para ter acesso ao farto material que explica quem foi esse famigerado, e fictício, personagem, usado na televisão para levar um candidato ao governo do Paraná. Curiosamente, hoje esse mesmo candidato apoia a candidatura de Cristina.
O problema de Cristina Graeml não são apenas as mentiras que ela conta nos debates, nos programas eleitorais e nas redes sociais. Mais grave ainda é a omissão dela aos desvios de conduta do seu vice, Jairo Aparecido Ferreira Filho. Cristina simplesmente fecha os olhos para as denúncias de golpe financeiro a uma idosa, esquemas de pirâmide financeira, venda em duplicidade de terrenos e, uma das últimas denúncias, falsas promessas de empréstimos.
De acordo com a revista Veja, “Jairo Filho se passou por representante da Fomento Mais, empresa que prometia fazer a articulação de pequenos e médios empresários junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para viabilizar empréstimos, que nunca aconteceram de fato”.
Bem diferente das denúncias que Cristina está habituada a fazer, onde não apresenta dados ou provas do que diz, a Veja citou o nome e o sobrenome de dois empresários que foram lesados pelo seu vice: Erilton Fernando Ferreira e João Francisco Ribeiro.
“O empresário Erilton Fernando Ferreira diz que conheceu tanto Jairo quanto o presidente da empresa, Alceu Tavares, e que ambos fizeram a oferta de um empréstimo FGI — fundo garantidor do BNDES que tem como objetivo facilitar o crédito a pequenos e médios empresários –, mediante um “investimento” de 5% do valor contratado”, diz um trecho da reportagem.
A revista prossegue: “Segundo Erilton, a Fomento Mais teria levantado mais de 3,3 milhões reais referentes à “taxa” de 5% de investimento cobrada pela dupla a diferentes clientes e que Jairo teria recebido duas parcelas de 20.000 reais de “comissão” de Alceu pelos clientes captados”.
Já o empresário João Francisco Ribeiro, do ramo de tecnologia em eventos, “diz que entrou em contato com a Fomento Mais para viabilizar um empréstimo, também junto ao BNDES, visando fazer investimentos em equipamentos, veículo, contratação de funcionários e compra de galpão para instalar a empresa. Segundo Ribeiro, Jairo disse que Alceu tinha “contatos” dentro do banco público e que facilitaria a aprovação do crédito”.
À época, diz Ribeiro à Veja, “Jairo já era candidato a vice-prefeito e, por ter uma “vida pública”, confiou que não haveria problemas na transação. “Investi 725.000 reais, fiz propostas em imóveis contando com esse dinheiro, várias coisas que esses projetos bagunçaram totalmente a minha vida e da minha empresa”, diz o empresário. “Você fica triste, chateado, com raiva. Mas impotente é a palavra certa. Na emoção, fui iludido”, afirma.
Assim como nas outras denúncias, Jairo Filho não se preocupou com as pessoas lesadas. Os dois empresários contam que procuraram o vice de Cristina depois do primeiro turno, na esperança de reaver o dinheiro perdido. “Ele não deu nenhum suporte, simplesmente deixou a gente a ver navios”, disse Ribeiro à Veja.
No vídeo abaixo, e que o HojePR reproduz na primeira página do portal por considerar a gravidade da denúncia, os empresários dão seu depoimento. O vice de Cristina também aparece, em uma entrevista a um programa de rádio. Jairo Filho mantém o papel bem ensaiado de vítima de um sistema que, estranhamente, tem beneficiado a ele próprio. Um sistema que, se fosse perfeito, levaria um personagem como ele ao banco dos réus.
