Dados do Instituto Nacional do Câncer apontam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais vírus de HPV (papilomavírus humano). Já segundo um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), após a pandemia os casos de Herpes-zóster aumentaram cerca de 34%, sendo que o quadro evolutivo desta doença, chamado de Neuralgia Pós-Herpética (NPH), costuma ser mais frequente em mulheres, é o que aponta o Ministério da Saúde. Esses dados reforçam a importância da vacinação em toda a população, mas principalmente entre as mulheres que podem sofrer ainda mais com a evolução dessas doenças.
Para a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Katia Oliveira (foto), é muito importante que as mulheres estejam atentas ao calendário de vacinação, para que seja possível minimizar o acometimento de inúmeras doenças. “Entre as principais doenças que acometem as mulheres estão as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) como o HPV, Meningococcemia e a Hepatite B. Pensando nisso, é fundamental que as mulheres se protejam tomando as vacinas que combatem esses vírus e bactérias”.
Kátia explica que a vacina contra o HPV é uma das mais importantes a ser tomada pelas mulheres, já que esse vírus também é responsável por quase 100% dos casos de câncer de colo do útero – terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres. “Mulheres e homens devem se vacinar contra o HPV na pré-adolescência para evitar a contaminação já no início da vida sexual, pois é uma doença que causa lesões genitais de alto risco e pode ser precursora de câncer no útero e no órgão genital masculino. Além disso, o HPV também pode ser transmitido da mãe para o feto”.
Também muito comum, a Herpes-zóster, ou cobreiro, é outra enfermidade que pode ser combatida com a vacina. “A Herpes-zóster é uma doença causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo da catapora. Este vírus pode ficar em latência durante a vida toda, mas costuma ser reativado na vida adulta, principalmente após os 60 anos, ou quando o sistema imunológico fica comprometido, como em doenças crônicas ou transplantes. Ele gera muita dor e incômodo à pessoa infectada, por isso é tão importante se vacinar contra ele”, afirma Kátia.
Para se prevenir contra doenças como o HPV e a Herpes-zóster e muitas outras, as mulheres devem estar atentas às vacinas como:
HPV
Protege contra o vírus HPV. “A recomendação do Ministério da Saúde é tomar a vacina no início da vida sexual, entre os 9 e 14 anos, evitando assim que a mulher entre em contato com o vírus e desenvolvem verrugas genitais, lesões graves e até o câncer de colo de útero. Vale lembrar que a HPV não pode ser tomada por gestantes”.
Tríplice viral
Também essencial no calendário de vacinação para mulheres, ela protege contra o sarampo, caxumba e rubéola. Essa vacina é tomada nos primeiros meses de vida, porém a depender do histórico vacinal, mulheres com até 49 anos podem tomar uma ou duas doses. Depois dos 49 a mulher deve receber apenas uma dose. Gestantes não podem ser vacinadas.
Hepatite A e B
O vírus da Hepatite B é transmitido pelo sangue e outros líquidos e secreções corporais contaminados, mas a sua contaminação também pode ser feita em situações rotineiras como compartilhamento de alicates de unha. As vacinas contra Hepatite A e B podem ser feitas separadamente ou em conjunto. A da Hepatite B é fortemente recomendada durante a gestação, pois há grandes chances da mãe passar a doença para o feto. O esquema vacinal envolve três doses para ambas as vacinas.
Varicela
A imunização é indicada para meninos e meninas entre 12 e 15 meses, para adolescentes e adultos que não receberam as doses antes de 2 anos.
Herpes-zóster
Essa vacina tem um papel fundamental para proteger contra o vírus, sendo recomendada para pessoas com mais de 50 anos e a partir dos 18 para pessoas em condição de imunossupressão. Existem dois tipos de vacinas contra a herpes-zóster, a Vacina Herpes Zoster Recombinante (Shingrix), que é uma vacina inativada, indicada para adultos com 50 anos ou mais e adultos com 18 anos de idade ou mais com risco aumentado de Herpes-zóster devido a condição de imunossupressão; e a vacina Herpes Zoster (Zostavax®), que é indicada apenas para pessoas com mais de 50 anos, e deve ser administrada como rotina para maiores 60 anos de idade, mesmo se houver histórico anterior de herpes zóster, ou de terem tomado ou não vacina contra catapora.
Influenza
Indicada para todas as pessoas, porém é ainda mais importante para mulheres na terceira idade e gestantes, para evitar as complicações da infecção pelo vírus. Deve ser tomada anualmente em dose única.
Meningocócicas
Protegem contra o risco de meningites e é ministrada por vacinas diferentes, conforme o tipo de meningite.
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