A última pesquisa Genial/Quaest, publicada na quinta-feira (14), mostra estabilidade entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula tem ainda o favoritismo, com 53% das intenções de votos, e Bolsonaro crava 47%, levando em conta os votos válidos. Essa proximidade tem feito que a campanha deste ano seja uma das mais agressivas e, ao mesmo tempo, a que menos está discutindo propostas.
Os vídeos de ataques predominam nos intervalos de comerciais da TV e rádio, reverberam nas redes sociais e aplicativos de conversa. O jogo bruto está equiparado e o pouco de propostas é posto no horário eleitoral.
Mas a pesquisa mostra que o interesse dos eleitores é outro e tem muito mais a ver com o cotidiano das famílias. O levantamento indica que a maior preocupação dos eleitores é a economia, dúvida que aflige 32% dos eleitores, seguido de questões sociais (22%), saúde e pandemia, com 13%. Já a tão explorada corrupção ocupa a quinta colocação, com 10%, atrás de outros temas, com 12%.
Se os problemas são esses, o que leva as campanhas a preferirem a guerra suja? É a necessidade de desqualificar os oponentes. Bolsonaro é rejeitado por 50% dos eleitores, de acordo com a Quaest, e Lula por 42%. Bolsonaro precisa ampliar a rejeição em torno de Lula para reduzir os votos do petista. E vice-versa em relação a Lula.
Mas o trabalho não é fácil, pois 93% dos eleitores não pretendem mudar de voto e já decidiram em quem votar. Sendo assim, tudo indica que o ataque vai continuar e pouco vai se aprofundar nas propostas que a população quer. Como diria o jornalista Fábio Campana, será uma guerra de babuínos até o fim da disputa.
A empresa ouviu 2.000 eleitores, e a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O número de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-07106/2022.