Uma típica família sulista de classe alta organiza uma festa com seus entes mais íntimos para celebrar os 100 anos de seu patriarca. Quando a antiga empregada comparece ao evento, o passado criminoso de exploração do aniversariante vem à tona e traumas esquecidos ressurgem para desestabilizar as delicadas relações familiares. Essa é a premissa de “Humanismo Selvagem”, novo espetáculo da companhia curitibana de teatro Bife Seco. A tragicomédia, que estreia no dia 21 de setembro, na Caixa Cultural Curitiba. Os ingressos estão à venda na bilheteria física do Caixa Cultural com valores entre R$15 (meia-entrada) e R$30. As sessões ocorrem às 19h, de quinta-feira a domingo, até 8 de outubro.
O espetáculo tem texto vencedor no Prêmio Outras Palavras 2020 e reúne grandes nomes da dramaturgia paranaense, como Giovana Soar e Ranieri Gonzalez, contando também com Flávia Imirene, Sávio Malheiros, Jeff Bastos, Eliane Campelli, Amanda Leal e Val Salles. O texto e a direção são de Dimis.
O passado escravista
Com primeira versão datada em 2013, “Humanismo Selvagem” sempre teve como centro as rachaduras de uma família rica sulista que construiu sua riqueza sobre um passado escravista. O planejamento para levar o espetáculo da forma certa aos palcos vem da dupla de produtores Jac Alber e Sávio Malheiros, que entendem a delicadeza e a oportunidade que o tema exige de ampliar o debate sobre o reflexo do racismo estrutural e do legado escravocrata na sociedade brasileira.
Cultura pop, mundo da moda e house music
O cenógrafo e figurinista, Leo Gegembauer, assina uma proposta estética maximalista para “Humanismo Selvagem”, mescladondo referências da cultura pop, com ícones do mundo fashion e nomes renomados do design nacional, como os irmãos Campana e o arquiteto Sig Bergamin. Gegembauer veio diretamente de Londres para o espetáculo.
A trilha-sonora da montagem resgata a trajetória de negritude da house music e foi composta especialmente pelo produtor musical Duda Rezende, responsável por labels como Funkzomba e BRZLN AIR, que chamaram a atenção de gravadoras em Chicago e Nova York.
Influência do cinema
O cinema foi uma grande inspiração para a mais recente montagem, tendo papel fundamental na criação da histórias dos Aguzzini e trazendo referências nos clássicos modernos de terror da produtora A24, como “Hereditário” e “Midsommar”, de Ari Aster, assim como em “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, de Daniel Kwan e Daniel Scheinert.
“Humanismo Selvagem” se junta ao acervo da Bife Seco, que conta com 13 anos de história. A recente produção vem com a responsabilidade de continuar o sucesso do seu antecessor, “O Fantasma de Friedrich – Uma Ópera Punk”, que teve sua temporada de estreia esgotada no Teatro Guaíra.
Serviço
“Humanismo Selvagem”
Data: 21 de setembro a 8 de outubro
Local: Caixa Cultural Curitiba (R. Conselheiro Laurindo, 280 – Centro)
Sessões: 19h (quinta-feira a domingo)
Classificação etária: 16 anos
Instagram: @bife_seco
Site: bifeseco.com.br
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(Foto: Tiago Muchaki)