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POLICIAL

Ex candidato a vice de Cristina Graeml volta ao noticiário policial

08/03/2025
jairo

Uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) contra um grupo criminoso investigado por fraudes financeiras milionárias contra 30 vítimas em 11 estados trouxe novamente ao noticiário policial um personagem que se tornou famoso na última campanha eleitoral: o candidato a vice-prefeito na chapa de Cristina Graeml à Prefeitura de Curitiba, Jairo Aparecido Ferreira Filho.

De acordo com o jornalista de Maringá, Angelo Rigon, o ex vice de Cristina “é investigado pela Polícia Civil do Paraná num esquema criminoso que simulava empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”. Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas investigadas por envolvimento no esquema criminoso que envolvia a captação de recursos financeiros. Os mandados foram cumpridos por policiais da Divisão de Combate à Corrupção (Deccor)

As investigações tiveram início no último trimestre de 2024, depois que a PCPR recebeu denúncias de empresários que alegavam terem sido lesados após firmarem contratos com uma instituição financeira sediada em Maringá. A empresa se apresentava como intermediadora na captação de recursos financeiros junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo Rigon publicou em seu blog, “o personagem central da ação policial é o empresário Alceu Tavares, presidente da Fomento Mais Bank — instituição com sede na Cidade Canção. Jairo Aparecido Ferreira Filho não é alvo da operação policial, mas de acordo com uma fonte do site ele esta sendo investigado e passou a colaborar com o trabalho da Deccor. Alguns empresários de São Paulo, vítimas do esquema, apontaram o envolvimento de Jairo em depoimento à polícia, mas também há relatos em que apontam ele como vítima de Alceu Tavares. A polícia apura agora se existe ou não o envolvimento de Jairo com o esquema criminoso”.

Ainda segundo Rigon, “uma busca na internet mostra várias reclamações sobre investimentos não restituídos feitos com Tavares, cujo estabelecimento é localizado à rua Néo Martins, região central de Maringá. A Fomento Mais Consultoria e Finanças Ltda./Fomento Mais Securitizadora e Factoring Ltda., atua na securitização de créditos e preparação de documentos e serviços especializados”.

Esse caso foi citado pela revista Veja no ano passado, durante a campanha eleitoral, e reproduzido pelo HOJEPR. Segundo a Veja, “Jairo Filho se passou por representante da Fomento Mais, empresa que prometia fazer a articulação de pequenos e médios empresários junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para viabilizar empréstimos, que nunca aconteceram de fato”.

Curiosamente, em fevereiro deste ano, a Fomento Mais, por meio de uma notificação extrajudicial, pediu ao HojePR a retirada da matéria do portal. Segundo a empresa, e bem diferente do que a Polícia Civil apurou, a matéria “possui narrativa dissociada da realidade dos fatos”. Ainda de acordo com a notificação, a reportagem “estaria em desacordo com os princípios constitucionais da honra”. Vale lembrar que, segundo as investigações, a empresa agora investigada seria responsável por falsas linhas de crédito que ultrapassam R$ 300 milhões, gerando um prejuízo superior a R$ 10 milhões para as vítimas já identificadas.

Confira aqui a matéria publicada pelo HojePR em 22/10/2024.

O golpe

A empresa investigada buscava empresários para oferecer a falsa linha de crédito. Segundo o delegado Mateus De Bona Ganzer, “a oferta era de juros baixos e feita pelo BNDES. Para iniciar a negociação, era cobrado um depósito inicial de 5% do valor desejado – que seria devolvido ao final. Depois, a empresa dizia que começaria o processo de pedido ao BNDES e que o prazo era de 120 dias. A fraude consistia nisso: pega esse valor inicial de depósito e futuramente alega que o empréstimo não saiu, que essa linha de crédito não foi contemplada, e começava toda tratativa”.

Por não perceberem que se tratava de um golpe, de acordo com a polícia, algumas vítimas denunciaram o caso à Justiça Cível.

Ao serem procurados pela Divisão de Combate à Corrupção (DECCOR), os empresários mostraram contratos semelhantes e também contaram que todos os casos terminaram da mesma forma: sem acesso à linha de crédito.

Alguns empresários também relataram que faliram por terem investido todo valor que tinham no depósito de 5%.

(c/G1)

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