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Governador do RS entra no PSD de Ratinho Junior e diz que é pré-candidato a presidente

10/05/2025

estadão

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse nesta sexta-feira (9), que quer ser o candidato do PSD a presidente da República em 2026. Ele defendeu uma candidatura de centro para superar a polarização e declarou que sua vontade de liderar ​o projeto “jamais será maior” do que a de ver o País dar certo, mostrando disposição para ceder caso outros governadores de centro-direita demonstrem ter mais viabilidade. “Os fins não justificam os meios”, disse ele.

Leite deixou o PSDB e filiou-se ao partido presidido por Gilberto Kassab nesta sexta-feira (9), durante cerimônia na sede da sigla em São Paulo. O gaúcho tem a concorrência interna do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com quem disse não querer disputar prévias, como fez no PSDB com João Doria, e sim alcançar um consenso sobre o melhor nome.

Ele também admitiu a possibilidade de apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso ele decida disputar o Planalto.

“Entendo que se nós tivermos um projeto comum pro Brasil temos que reconhecer que, se sob a liderança dele [Tarcísio] isso pode melhor se efetivar, que seja feito”, declarou Leite ao ser questionado sobre o chefe do Executivo paulista.

“Agora, me posiciono porque me sinto pronto para liderar o projeto. Ele (Kassab) sabe dessa aspiração e desse desejo e sabe que do meu lado jamais será a qualquer custo. Nesse momento, é menos sobre os nomes e mais sobre a discussão do projeto”, disse Leite, acrescentando que uma candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul está na mesa se ele não conseguir disputar o Planalto.

Logo após a declaração, Kassab voltou a dizer que é “mais do que o natural” que o PSD não lance candidato e apoie Tarcísio se o governador de São Paulo decidir pela eleição presidencial.

Em seu discurso, Eduardo Leite disse que a polarização impede a evolução do Brasil e que é preciso parar de brigar com pessoas e passar a enfrentar problemas do País, como a inflação e a criminalidade. Também pregou que serão necessárias reformas e ajustes que não são simpáticos para corrigir o desequilíbrio fiscal do governo federal.

“Precisamos fazer isso do jeito certo, do jeito que busca convergência e não o aprofundamento de conflitos. Não dá mais para viver num País onde não se pode falar de política”, disse o recém-filiado ao PSD. “Queremos um centro onde se tem posição, tem projeto, sabe o que quer pro Brasil e que dialoga”, acrescentou.

A lista de presença contou com nomes como o líder do PSD na Câmara dos Deputados, Antônio Brito, o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), o secretário de Projetos Estratégicos de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), o ex-ministro Andrea Matarazzo (PSD), o ex-senador Heráclito Fortes (PSD) e o presidente do PSD de Minas Gerais, Cássio Soares (PSD). Também estavam presentes o deputado federal Saulo Pedroso (PSD-SP), o secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo, Rodrigo Goulart (PSD), e o vereador paulistano Thammy Miranda (PSD).

Leite deixa o PSDB após 24 anos e em meio à discussão de uma fusão entre os tucanos e o Podemos, que resultaria na criação de uma nova legenda. Durante a semana, o governador gaúcho disse que o PSDB está “deixando de existir”, já que teria novos nome, número e programa partidário.

Leite já havia tentado disputar a Presidência em 2022, mas perdeu as prévias do PSDB para Doria. Ao final, a cúpula da sigla decidiu não lançar candidato e o governador gaúcho disputou, e venceu, a reeleição para comandar o Estado.

Eduardo Leite será o presidente do PSD no Rio Grande do Sul. “Essa é a oportunidade do nosso partido contar com alguém muito qualificado, preparado e que por onde passou deixou bons exemplos”, disse Kassab.

O PSD foi o partido que mais elegeu prefeitos na última eleição, governando um em cada seis municípios do País. Em março, o partido de Kassab filiou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, em outra baixa imposta ao PSDB.

Agora, com a saída de Leite, os tucanos terão apenas um chefe de Executivo estadual para chamar de seu: Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul, último reduto tucano.

Vivendo um processo de encolhimento nos últimos anos,o PSDB tentou se juntar ao próprio PSD, como Leite revelou ter defendido nas discussões internas, e ao MDB, mas a discussão avançou mesmo foi com o Podemos.

Os tucanos perderam força eleitoral e representatividade após sucessivas crises e rachas partidários e a consolidação do bolsonarismo como principal força antipetista desde 2018.

O partido saiu de 100 deputados federais eleitos em 1998 para 13 em 2022. Não elegeu senadores na última eleição – a bancada no Senado tem um integrante eleito em 2018 e dois recém-filiados – e viu o número de prefeitos cair 72% desde o ano de 2000, mais antigo pleito municipal que consta no sistema de estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

(Foto: PSD)

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