A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê que este ano poderá fazer um reajuste de até 21%, para socorrer as empresas de energia castigadas pela estiagem. Para diminuir o impacto do aumento tarifário, que pode ser aplicado ainda em fevereiro, a Aneel estava apostando as suas fichas na produção de energia elétrica por queima de carvão mineral.
Mas a estratégia pode dar errada, pois os trabalhadores do setor de extração de minérios anunciaram no sábado, 7, greve por falta de reajuste da categoria.
O impasse do reajuste dos trabalhadores de extração de carvão mineral começou em dezembro. E ganhou força depois que o sindicato dos donos das mineradoras de Santa Catarina, com apoio dos similares do Paraná e Rio Grande do Sul, anunciaram reajuste menor que o pedido pelos trabalhadores.
O impasse está no reajuste salarial dos trabalhadores, que tem como base o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2021, que fechou em 10,16%. Enquanto os sindicatos patronais catarinenses, paranaenses e gaúchos oferecem um aumento de 12,45% sobre o último salário de dezembro de 2021.
A Federação Interestadual dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Carvão nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Fitiec) e os sindicatos dos mineiros de Criciúma, Lauro Müller, Siderópolis e Urussanga pedem 14% de aumento.
Diante da inflexibilidade de ambas as partes, a estimativa é uma redução de 20% do volume de carvão mineral enviado para mais de 60 usinas nos três estados e no interior paulista. Essa queda de mineral vai afetar na mesma proporção a produção de energia da região sul.
Uma nova rodada de negociações está prevista para esta semana.