A ida do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao PSD agita os bastidores do partido. A entrada de Eduardo Leite, como pré-candidato a presidência da República, afeta acordos regionais, como o do governador Ratinho Junior. Ratinho está fechado com a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, da mesma forma que o senador Omar Aziz (PSD-AM) aderiu a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, tem aplainado os ânimos e divulgado publicamente que Eduardo Leite será a terceira via que vai quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro. Se Kassab emplacar o governador gaúcho, Ratinho Junior vai ter que apoiar Eduardo Leite. Mas será improvável que entre de cabeça nessa campanha. No Palácio Iguaçu, já se fala em pedir espaço no palanque do PP de Ricardo Barros e assim manter o acordo com o Bolsonaro.
Outro fato que incomoda os políticos do PSD é a divisão dos recursos do fundo partidário. Eles se queixam que, se a legenda tiver candidatura própria à Presidência, faltará verba nos estados. Recentemente, o deputado federal Joaquim Passarinho (PSD-PA), vice-líder do governo na Câmara, já afirmou que só não disputará o governo do Pará, porque “não há dinheiro suficiente”. Esse mesmo receio tem a turma do governador Ratinho Junior.
Se Eduardo Leite emplacar, terá que unificar a base antes de por a campanha na rua. E essa costura vai passar por conversas com Ratinho Junior.