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ENTREVISTA

HojePR entrevista: jogo rápido com Raul Boesel

23/09/2022

O piloto paranaense Raul Boesel competiu nas melhores categorias do automobilismo mundial. Seu primeiro título foi o campeonato curitibano de Kart, aos 16 anos. Passou por outras categorias nacionais até se mudar para a Europa, para disputar a Fórmula Ford 1600.

Em 1982, depois de testar o carro da McLaren, foi contratado pela March para disputar o campeonato de Fórmula 1 daquele ano. No ano seguinte, corre pela Ligier. Boesel não teve grandes resultados nas duas equipes e decide mudar-se para os Estados Unidos, para disputar a tradicional Fórmula Indy.

Na categoria americana esteve por 13 vezes no grid das 500 Milhas de Indianápolis. Largou na primeira fila em três oportunidades: 1993, 1994 e 2002. Seu melhor resultado foi o terceiro lugar em 1989.

Apesar do sucesso, Boesel não venceu na Indy. Foi correndo pela Jaguar, no Mundial de Protótipos, em 1987, que Boesel voltou a sentir o gosto das vitórias, sagrando-se campeão mundial com cinco vitórias na temporada.

Aos 64 anos, casado e pai de dois filhos, Boesel não corre mais. Trocou as pistas por uma extraordinária carreira de DJ, onde pilota picapes em festas ao redor do mundo.

O HojePR conversou rapidamente com o ex-piloto para saber um pouco mais do tempo das corridas e dessa nova atividade. Boesel aproveitou para contar uma novidade: está preparando sua biografia. Confira!

 

HojePR – Qual livro você está lendo?

Raul Boesel – No momento nenhum, a razão é que estou escrevendo minha biografia, acredito que em breve estará pronta.

 

HojePR – Como foi a sua passagem pela Fórmula 1 ?

Raul Boesel – Foi bem complicada. Os anos que participei, em 1982 e 1983, foram anos de mudanças bem significativas no regulamento. Foi quando mais fábricas, além da Renault, começaram a utilizar motores turbo. As equipes menores, como a March que eu corria, usavam o Ford Cosworth V8 aspirado, que tinha cerca de 300hp a menos que os motores turbo. Eram praticamente duas categorias correndo juntas e, em 1983, mudaram o regulamento em relação a aerodinâmica. Dos famosos carro asa (wing car), como eram chamados, para o fundo plano do carro. Então, no ano em que corri pela Ligier, a equipe, além de fazer um carro ruim, também usava o motor Ford Cosworth.

 

HojePR – Qual foi a corrida mais emocionante que voce participou em Indianápolis?

Raul Boesel – A de 1993, corrida em que eu larguei na primeira fila, assumi a liderança logo na primeira curva e liderei as 17 primeiras voltas. Meu carro estava um avião, mas tive duas penalidades discutíveis durante a prova. Resumindo, passei todo o grid duas vezes, ninguém me passou e terminei em quarto lugar. Todos os detalhes dessa corrida estarão descritos no livro.

 

 

HojePR – Você deixou de pilotar carros velozes para pilotar picapes em festas e raves pelo mundo inteiro. Foi uma mudança radical. Como surgiu essa carreira?

Raul Boesel – Sempre fui apaixonado por música. Na minha juventude gravava minhas fitas cassete. Durante minha carreira de piloto sempre escutei as novidades e fui gostando mais de música eletrônica. O dia que comecei a pensar mais em música que no carro de corrida me acendeu uma luz que me fez pensar que talvez estivesse na hora de parar de correr. Depois de mais de 30 anos de carreira achei que estava na hora. Fui atrás de um novo desafio, e fui tentar realizar minha segunda paixão, que seria me envolver com música.

 

HojePR – Como você se preparou?

Raul Boesel – Contratei um professor para me ensinar como tocar, até pra sentir se seria capaz e iria curtir o suficiente para me dedicar e enfrentar as dificuldades e o preconceito. Iniciar uma carreira de DJ aos 48 anos não foi fácil. O resultado é que faz praticamente 15 anos e já tive a oportunidade de tocar em centenas de lugares no Brasil e no exterior e a melhor parte é o reconhecimento do público, além de ter conseguido conquistar o meu espaço na cena eletrônica.

 

HojePR – Quando você está em Curitiba, onde gosta de ir ?

Raul Boesel – Normalmente passo o tempo visitando a família e amigos.

 

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