Na década de 1980 o chamado rock de arena se estabelecia. Também conhecido como AOR (adult oriented rock), primou por influências de rock progressivo, jazz e soul, com alta incidência nas rádios. Uma das bandas que melhor representou o movimento foi o Journey. Ao lançar seu sétimo álbum, em 17 de julho de 1981, o estilo estourou no mundo. ‘Escape’ (estilizado na capa como E5C4P3) foi um marco na década. E é até hoje. Os integrantes Steve Perry (vocais), Neil Schon (guitarra), Jonathan Cain (teclados), Ross Valory (baixo) e Steve Smith (bateria), criaram uma obra prima, que produziu cinco singles das dez canções do álbum.
O álbum inicia com o megahit Don’t Stop Believin’. Extraordinária. Um sucesso imediato. Não existe nenhum bom apreciador de rock que não reconheça a canção nos seus primeiros acordes. Teclados e guitarras marcantes. Uma melodia viciante com os vocais espetaculares de Perry. E a letra? “Just a small town girl, Livin’ a lonely world, She took a midnight train going anywhere. Just a city boy, Born a raised in South Detroit, He took a midnight train going anywhere”.
Stone in Love já inicia com um riff de guitarra sensacional. Tem uma levada bem hard e vocais equilibrados. Segue com a balada Who’s Crying Now. Uma das melhores baladas do AOR. Com uma sensibilidade melódica extraordinária. Novamente os vocais de Perry são o destaque. O solo de guitarra de Schon é fabuloso. E o refrão é arrasador: “One love feeds the fire, One heart burns desire, Wonder who’s crying now”.
Keep on Runnin’ é mais uma canção com uma pegada hard rock setentista, resquícios da década anterior. O trabalho vocal da banda é primoroso. E a guitarra se destaca bastante.
Still They Ride é puro blues. Um white-soul emocionante. Os teclados de Cain são estonteantes. Impossível não se apaixonar ouvindo a canção.
Escape começa com guitarras pesadas e uma linha de baixo maravilhosa. Perry solta a voz. E Schon faz outro solo arrasador. Faz jus ser a faixa-título.
Lay it Down é outra com pegada hard. A voz de Perry está mais aguda e a “cozinha” (baixo e bateria) se destaca. Fantástica.
Dead or Alive segue a linha hard, com teclados e bateria dando velocidade à canção. A guitarra é crua e pesada. Os vocais são mais rápidos e altos. Puro hard rock oitentista.
Mother, Father é outra balada. E, novamente, o destaque é a voz de Perry. A levada da guitarra é esplêndida. Mais emoção.
A última faixa é Open Arms, outra balada. Mostra toda a versatilidade da banda, que hoje em dia não é nem um rascunho do que já foi. A linha melódica é maravilhosa. Todos os instrumentos se encaixam perfeitamente. E Steve Perry dá uma aula de voz. Uma das maiores vozes do AOR. Uma das melhores bandas de rock’n’roll. Do bom e velho rock’n’roll!
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E o professor continua dando aulas, até nas colunas de rock!! Muito bom!
Banda Sensacional, comentários precisos. Parabéns!