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Letramento Digital vai atender 2 mil alunos com aulas de tecnologia em Londrina

11/04/2023

Na manhã desta terça-feira (11), 80 alunos da rede municipal de ensino de Londrina iniciaram as aulas práticas do projeto Letramento Digital. A aula inaugural aconteceu na Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico e contou com a presença da secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, do coordenador-geral do projeto, José Augusto de Lima Prestes, que também é gerente de Governança e Compliance da Facti, do presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani, e da deputada federal Luísa Canziani.

 

A previsão é que 2 mil estudantes da rede municipal de ensino de Londrina passem pelas aulas do Letramento Digital, cujo objetivo é promover ações que ajudem a desenvolver habilidades digitais e a inclusão social por meio da Educação Tecnológica, despertando nas crianças o interesse por carreiras ligadas às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e à docência.

 

Essa é a segunda etapa do projeto que teve início em 2022, quando o então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, veio a Londrina para anunciá-lo. De julho do ano passado para cá, as atividades formativas começaram com os professores e profissionais interessados em se tornar multiplicadores de conhecimento nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e docência em inovação, habilidades digitais e de inclusão social através das TICs. Agora, é a vez desses multiplicadores aplicarem os conhecimento obtidos com as crianças.

 

“No ano passado, a gente teve a formação dos multiplicadores, que fizeram o curso e, assim como depoimento da professora, que não conhecia nada da área e foi alfabetizada digitalmente, agora será ensinado para os alunos. E essa é a dinâmica que faremos para chegarmos a mais pessoas. Ouvir as crianças falando essa linguagem de tecnologia, que a gente não conhece, é realmente muito emocionante, e isso é o futuro de todas as profissões e das relações humanas. É realmente muito interessante ver isso acontecendo nas escolas municipais”, disse a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

 

O aluno do 5º da Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, Breno Fernandes Claudino, é um dos participantes do projeto Letramento Digital e já sonha com seu futuro. Ele contou que gosta de aprender sobre tecnologia e inovação e que está animado para as aulas do contraturno escolar, que para ele serão realizadas no período matutino. “Eu não tenho um computador em casa, mas eu gosto de aprender. Com algumas coisas que têm nos livros já dá para aprender. Eu confio que vai ser bem legal. Meu sonho é ser arquiteto e com certeza as aulas vão ser legais”, contou empolgado.

 

O estudante do 4º da mesma escola, Guilherme Borssoi, também estava animado para o início do projeto na sua escola. “Eu gosto muito de tecnologia. Eu tenho dois sonhos: um é ser programador de jogos e o outro é arquiteto. Essa ideia surgiu em mim, no ano passado, quando teve a visita do ministro e eu fiquei muito interessado nisso. Agora, eu estou animado e penso nisso, porque é muito divertido”, disse Borssoi.

 

Durante as aulas, as crianças aprenderão através da metodologia ativa, que engloba o ensino multimeios, cultura maker, recursos educacionais, aprendizagem criativa e contribuições do construtivismo focada nas habilidades demandadas pela Indústria 4.0. Essa metodologia estimula competências técnicas e comportamentais, sendo que a primeira engloba o ensino do pensamento computacional, algoritmos e estruturas de dados, fundamentos de programação; linguagens de programação, robótica e prototipagem, e educação 4.0. Já as comportamentais dão ênfase para as competências profissionais 4.0, relacionamento interpessoal e de trabalho em equipe; resolução de problemas; criatividade, inovação; noções de projeto e estratégias pedagógicas.

 

As quatro escolas municipais selecionadas para as atividades do Letramento Digital com as crianças são: Escolas Municipais Professor Joaquim Pereira Mendes, Maestro Roberto Pereira Panico, Miguel Bespalhok e Norman Prochet. De acordo com o coordenador-geral do projeto, José Augusto de Lima Prestes, que também é gerente de Governança e Compliance da Facti, a meta do projeto é atingir 2 mil crianças, dos 4º e 5º anos do ensino fundamental da rede pública municipal, mas inicialmente serão as 80 de Londrina, para verificar o andamento do projeto e ações que podem ser necessárias para incrementar o processo.

 

Essas crianças serão capacitadas em 90 horas de atividades, que serão divididas em três conteúdos programáticos, que são: pensamento computacional, fundamentos de programação e robótica e prototipagem. Todas elas já receberam gratuitamente o material necessário, que contém uma placa chamada Micro:bit e um livro. A placa permite o desenvolvimento de uma série de aplicações maker e pode ser utilizada para fazer uma automação residencial, para aplicações dentro de sala de aula e para as necessidades profissionais. Junto à placa vem um livro didático, com as informações lúdicas adaptados às crianças, nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.

 

“As crianças vão aprender, por exemplo, noções de programação, como usar design thinking [pensamento de design] para modelar e prototipar ideias, vão aprender como estruturar uma solução usando a tecnologia para um problema cotidiano, vão aprender a prototipar essas soluções usando materiais encontrados em casa como caixas e garrafas, e a placa que é uma Micro:bit, é programável por meio das tecnologias ministradas, o que vai permitir que as crianças concebam uma ideia e desenvolvam-na para aplicar na sua realidade. Eles podem desenvolver, por exemplo, sensores que vão permitir verificar a luminosidade do local e, a partir disso, acender e apagar uma luz, podem programar a placa para emitir sons, como no dia do aniversário tocar parabéns a você e podem também desenvolver soft skills, no sentido de estruturar um problema, pensar no passo a passo para solucioná-lo e organizar as ações para isso, ou seja, uma competência que pode ser usado em qualquer área do conhecimento”, explicou Prestes.

 

De acordo com o coordenador-geral do projeto, as crianças de 4º e 5º anos já possuem o estágio de conhecimento necessário para aprender o que será repassado e a partir converte-los em uma aplicação prática. Sobre isso, a deputada federal Luísa Canziani lembrou que o projeto do Letramento Digital foi uma iniciativa da Frente Parlamentar Mista da Economia e Cidadania Digital, que é um grupo suprapartidário de deputados federais e senadores que defendem questões voltadas à inovação e à tecnologia.

 

‘Essa iniciativa começou com um projeto de nossa autoria, que tramitou e foi aprovado na Câmara e no Senado foi sancionado e hoje é lei, para que a gente pudesse incentivar a cultura digital e a educação inovadora nas nossas escolas e no nosso país. E o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, quando viu essa lei, ficou muito entusiasmado e quis lançar uma política pública para fomentarmos em ultima instancia essa atividade nas escolas brasileiras e a cidade de Londrina foi a contemplada com esse projeto piloto. Serão 2 mil crianças formadas em Londrina e principalmente estarão aptas a sonhar e concretizar seus sonhos nesse mundo inovador que muda toda hora, que profissões que ontem não existiam e hoje existem e que existiam lá atrás e que hoje não existem mais”, lembrou a deputada federal.

 

O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani, lembrou que atualmente há uma falta de profissionais qualificados para assumirem cargos nas áreas de inovação e tecnologia e que estimulando as crianças desde pequenas a investirem nesses conhecimento há uma grande chance de elas terem boas oportunidades de trabalho e um futuro promissor.

 

“Se pegarmos a área de Tecnologia da Informação e Comunicação, as TICs, falta profissional qualificado no mundo todo e falta em Londrina. Pegamos as empresas de tecnologia e elas estão com falta de mão de obra. No ano passado, fizemos uma homenagem as 20 maiores empresas empregadoras de Londrina e a TCS, que é uma empresa de tecnologia, ficou em sexto lugar e a expectativa dela é chegar, neste ano, a ser a maior empregadora de Londrina. Ela só não será se não tiver mão de obra qualificada, porque as vagas abertas ela tem. Então, isso mostra o potencial que temos, em que o salário é o maior que o mercado paga e que dá uma série de benefícios, por isso temos que trabalhar nesse sentido, para formar mão de obra para se adequar a essas necessidades e para que a mentalidade das crianças esteja adaptada para esse futuro que as aguarda”, ressaltou o presidente da Codel.

 

O vice-prefeito João Mendonça esteve na aula inaugural das crianças representando o prefeito Marcelo Belinati. Para ele, não é possível pensar o mundo atual desconectado das tecnologias. “A tecnologia está em todos os lugares e em todas as profissões, desde o fundo do mar até no céu. Não há lugar sem ela e agora está chegando até as salas de aulas das escolas municipais. Isso é sinal que o projeto não ficou só no protótipo ou no case, está chegando até os alunos para eles pegarem, estudarem e estudarem”, disse Mendonça.

 

Sobre o Letramento Digital

O Projeto Letramento Digital é executado pela Facti com o apoio da Positivo Tecnologia, por meio do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, uma área da Companhia com negócios dedicados à educação. A Facti é uma Instituição Científica e Tecnológica, competente para realizar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e especializada em Serviços 4.0, especialmente de Análise e Monitoramento de Dados, Internet das Coisas, Saúde, Segurança da Informação e Varejo. Já Positivo Tecnologia, por meio do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, atua com negócios voltados à educação.

 

A realização do projeto se dá no âmbito do Programa MCTI Futuro, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e com recursos do PPI da Lei de Informática coordenado pela Softex. Em Londrina, primeira cidade a recebê-lo, conta com o apoio da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação.

 

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