O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que convocará o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para debater qual será a posição do Brasil após o anúncio de aumento de 25% em alumínio e aço feito no domingo, 9, pelos Estados Unidos.
Desde a vitória de Donald Trump, o Palácio do Planalto emitiu um alerta a alguns ministérios da área econômica para que ficassem de prontidão em relação à promessa de aumento de taxação de produtos importados pela maior potência econômica do globo. Aos técnicos, foi designado que se debruçassem sobre medidas que poderiam ser adotadas pelo Brasil em caso de uma iniciativa americana.
A ordem inicial era para haver um cardápio de opções para atuação doméstica, em caso de as promessas serem efetivadas. Durante a campanha, Trump indicava que os países do Brics – grupo do qual o Brasil faz parte – estariam em seu foco. A imposição de tarifas que pegam o País em cheio, no entanto, veio por meio dos produtos.
Oficialmente, o chefe do Executivo falou sobre reciprocidade, quando indagado pelo assunto. Usar a mesma moeda como troco, no entanto, não é nenhuma forma inusitada de resposta. É como os países costumam agir em situações como esta, sem serem contestados por terceiros. Lula tem tratado o episódio com discrição. Antes de promover reunião com seus ministros, para ver se o anúncio feito por Trump realmente será efetivado.
Por isso, ainda não há uma data marcada para a reunião, mas os dois titulares das Pastas já estão de sobreaviso e sabem que podem ser chamados a qualquer momento no Planalto caso a medida seja colocada em prática. A informação da elevação da taxa foi feita ontem, 9, e entraria em vigor já nesta segunda-feira.
Desde que o Republicano venceu as eleições, o Brasil tem adotado uma postura de tentar se fazer esquecer pelos Estados Unidos. Mesmo antes de tomar posse, no último dia 20 de janeiro, Trump já abriu fogo direto contra países como Canadá, México, Panamá e Dinamarca – este, por causa da Groenlândia. O Brasil não estava ainda na mira do presidente reeleito dos EUA.
A Gerdau, por exemplo, é uma das grandes companhias de aço do mundo que podem ser afetadas pela medida. A empresa também conta com unidades em solo americano. Também há o caminho inverso, como no caso da gigante Alcoa, que tem sede em Pittsburgh (Pennsylvania), mas conta com subsidiárias no Brasil.
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